Capítulo 43

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         Aurora estava no taxi a caminho da casa de sua mãe e enquanto se aproximavam ela sentiu seu sangue ferver.

— Obrigada. — Aurora disse assim que desceu do carro e a caminho da casa da mãe lembrou da última vez que ali estivera, lembrou de sua mãe e aquele homem e no mesmo momento parou no meio do caminho mexendo a cabeça para de alguma forma afugentar tais pensamentos. Assim que chegou na frente da porta Aurora tocou a campainha  e foi atendida pela mãe.

— Oi. — disse entrando novamente na casa e Aurora foi atrás dela

— Oi mãe como a senhora está? — Aurora disse puxando o braço da mãe e a abraçou

— Bem. — disse sentando - se no sofá após o abraço ter sido desfeito.

— Que bom mamãe. — disse sentado - se após ela

— Não devia estar trabalhando? O que faz aqui Aurora?

— É mesmo sobre isso que quero falar com a senhora.

— Como?— Carolina disse

— Sim mãe, eu me demiti. — disse de uma vez só

— te demitiram ou se demitiu? — pergunta desconfiada

— me demiti.

— O que? Você é uma péssima filha. — Carolina disse se levantando — Como pode fazer isso com a sua mãe doente? Você não se importa comigo.

— mãe calma. — Aurora disse  tentando lhe tocar mas Carolina esquivou - se

— Não ouse, você deveria pensar menos em você e pensar nos outros, seu egoísmo vai te destruir. — disse massageando a testa nervosa

— mãezinha eu vou arrumar outro emprego.

— E acha que vai ganhar tanto quanto na mansão dos Williams?

— Não importa além disso todo o dinheiro que eu ganho é seu eu não   preciso dele, o que eu preciso é que a senhora fique bem.

— Eu não vou ficar bem, vou morrer sem remédios e comida por sua culpa.

   Nesse mesmo momento o celular de Aurora começou a chamar e ela temeu atende - lo assim que viu o nome de Benjamim na tela.

— atende essa droga que está me irritando esse barulho.  — Carolina disse alterada

Aurora engoliu em seco e então atendeu — alô. — disse

— Aurora, é a minha avó. Ela está no hospital central.

— Meu Deus a dona Márcia, ela está bem? — perguntou assustada e isso chamou atenção de Carolina

— Não sei dizer.

— estou indo para aí. — disse desligando o celular apos ouvir um 'OK' de Benjamim

— Está vendo? Por sua culpa essa velha vai morrer e depois será sua mãe.

— mãe por Deus não fale assim.

— É a verdade. Se você não a tivesse deixado talvez ela ainda estivesse viva.

— mas ela esta viva. — Aurora diz engolindo o choro

— Será?

— Eu creio. Agora preciso ir. — Aurora diz saindo da casa as pressas e assim que encontrou um taxi pediu que fosse levada ao hospital central.

   Assim que Aurora chegou na sala de espera encontrou caras conhecidas e dentre elas estava Aisha que fora avisada pela mãe. Delfina  e Luzia que à acompanharam.

     Havia muita gente aguardando por noticias, os pais de Aisha, a própria Aisha, as irmãs, Amanda, Karl, Benjamim e agora Aurora.

— Vai ficar tudo bem amiga. — Aurora disse beijando a testa da amiga e logo a seguir lhe abraçou

— Pois é, vamos ter fé. — Delfina disse e Luzia concorda com um sorriso nos lábios.

— Queridas me acompanham na lanchonete ? — Fernanda disse com os olhos ainda bastantes vermelhos e as duas desfizeram o abraço para fita - la.

— Sim mãe. — Aisha disse e Aurora naquele mesmo momento olhou para o canto onde Benjamim estava quietinho.

— podem ir eu vou falar com o Ben. — Aurora disse e Aisha  fitou - a  de soslaio

— Luzia e eu  vamos rezar aqui mesmo. — Delfina disse

— esta bem. — Fernanda disse segurando a mão da filha e então seguiram para o enorme corredor.

       Aurora caminha  até Benjamim e então se posicionou na mesma direção em que Benjamim estava e tal como ele olhou para um canto qualquer

— Ela vai ficar bem. — Aurora disse — Sabe, é só uma fase ruim. As vezes as fases ruins só chegam para fortalecer mais e mais as pessoas e eu creio que dessa vez não será diferente. — Aurora disse e Benjamim soltou um sorriso fraco

— tomara que sim. — disse e fez uma pausa longa antes de falar mais  — ela nos últimos dias falou muito de você e negou com todas as forças a ideia de ter outra enfermeira.

  — ela ainda não tem outra enfermeira?— Aurora disse e Benjamim confirma — a quanto tempo estão aqui?

— Umas 3 horas. — disse respirando fundo, por muito tempo ninguém disse
mais  nada

Karl e Amanda os olhavam de soslaio.

— Ela não conseguia mexer o lado esquerdo da face, foi assustador. — disse muito tempo depois e dessa vez arriscou olhar para Aurora e essa por sua vez já o fitava, ninguém desviou o olhar até a voz de alguém surgir

— Familiares de Márcia Hevans. — era o doutor e  naquele momento todos se aproximaram, Fernanda e Aisha que estavam voltando apressaram os passos — bom, ela esta com a pressão muitíssimo alta, por isso mesmo não consegui mexer o lado esquerdo da  face, creio que é passageiro mas ela vai precisar ficar em observação e se até de tarde ela ficar melhor aí sim, receberá alta. Caso contrário continuará no hospital sob supervisão.

— E podemos ver a mamãe? — Fernanda disse preocupada

— Calma senhora. — disse o doutor — Não pode entrar desse jeito.

— calma Fernanda. — disse Amanda mais calma que a irmã — doutor, podemos ver nossa mãe?

— podem. — disse — Mas só algumas pessoas e senhora por favor se acalma. — acrescentou ele e Fernanda assentiu.

     Entraram Amanda, Fernanda, Aisha e Benjamim e ficaram algum tempo com a mulher que falava com muita dificuldade. Algum tempo depois saíram com um pedido feito por dona Márcia.

      — Aurora. — Amanda disse assim que chegaram na sala de espera — minha mãe quer ver você. O médico permitiu que entrasse  — disse

— Ahm... Está bem — disse ela, Amanda ainda continuava magoada por Aurora ter deixado o trabalho do nada.

      Aurora deixou todos na sala de espera e seguiu até ao quarto onde dona Márcia estava.

Assim que ela entrou seus olhos encontraram a mulher que estava deitada recebendo medicamento através da veia.

— A...rora...— disse assim que Aurora se aproximou da cama

— shi, calma dona Márcia, não faça esforço. — disse segurando a mão da mulher com cuidado

— O... Oce, vo... Voltou...— dona Márcia fazia longas pausas, respirava com dificuldades — a ser... Mi..nha enfer... Mera. — era uma pergunta

— Dona Márcia fica calma não faço esforço desnecessário. A senhora vai ficar bem.

— di... Diz q... Que s...sim. — falou e por fim tentou recuperar o folego, segundos depois estava mais calma.

— Sim, eu vou voltar a cuidar da senhora. — Aurora sabia que isso poderia ser muito errado mas seu coração não resistiu ao pedido dessa doce senhora. Foi mais forte que qualquer conceito ou certezas.

Era oficial ela voltaria para a mansão dos Williams.
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A Freira E A Fera [ Livro Completo ]Onde histórias criam vida. Descubra agora