Capítulo 38

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        Benjamim estava no seu quarto copo de whisky e isso já estava deixando  Sirúh preocupado.

Ele estava confuso quanto aos seus sentimentos e ninguém conseguia ajuda - lo. Ele estava assusto e tudo isso tinha nome, Aurora.

   Sirúh simplesmente o encarava sem dizer nada. Ele não encontrava as palavras certas.

Benjamim havia ligado para ele para que lhe encontrasse no bar onde eles iam sempre.

— Mais um copo... — Sem que Ben termina Sirúh o corta e diz

— Já chega cara.

— Me deixa Sirúh, eu quero esquecer os problemas. — diz com o rosto para baixo.

    Desde a noite em que ele havia decidido continuar com a faculdade,  Benjamim percebeu que não podia mais olha - la de longe, não podia mais ficar sem ela.

— Eu me declarei como um idiota e ela disse não.

    Seus olhos estavam felizes por olha - la mas suas mãos estavam com ciúmes porque queriam toca - la.

— Sirúh eu gosto dela... Eu não paro de pensar nela — Ben diz afogando as lágrimas e isso deixa o amigo surpreendido.

Sirúh já sabia de quem se tratava  Benjamim não precisava dizer nada.

— Desde quando ? — ele diz por fim com a voz meio falha, Sirúh achara que não passava de fantasia e que o amigo já tinha esquecido tal ilusão. Sirúh sabia o que o amigo estava passando pois já passara por isso não tão intensamente mais ainda assim sentiu na pele o que é ter um amor proibido

— Desde o primeiro momento... Desde o primeiro segundo que meus olhos encontraram seus olhos e desde então só vem crescendo... Eu vou ficar louco Sirúh, sem ela vou acabar louco — Ben grita — Eu não sei o que fazer eu penso nela a cada momento a cada instante eu sinto que sem ela não vou respirar.

— Ben, você precisa    matar esse sentimento. É errado é proibido. — ele diz e dessa vez Benjamim olha pra ele com os olhos vermelhos

— Como... Sirúh como vou viver se ela não está aqui ? Como sobreviver sem seu sorriso sem o som da sua voz que me trás paz? Paz que não senti em mais ninguém no mundo... Como viver sem seus olhos seu jeito suave... O som suave de sua risada. Sirúh ela é minha perdição.

Sirúh simplesmente olha para o amigo e não encontra as palavras

— Sirúh como viver sem seus conselhos. — Ben diz e as lágrimas vêem de maneira rápida — Como viver sem ela? Eu não sei seguir sem ela, eu não posso seguir sem ela.

— Como você viveu quando ela não estava aqui? — Sirúh rebate

— Uma miséria Sirúh— Ben diz sem pensar muito —  eu vivia uma miséria porque nada me fazia sorrir de verdade as pessoas que vinham até mim só chegavam com interesses próprios mas ela não Sirúh... Ela não, com ela foi diferente. Ela não veio com interesses ela chegou sem querer chegar.

— Você a ama... Você a ama Benjamim. — Sirúh afirma o obvio.

— É. — Ben diz olhando para um canto qualquer naquele bar lotado — Eu estou pateticamente apaixonado e o universo não pode fazer nada.

— Mas e a sua teoria de não acreditar no amor?

— Que se dane minha teoria, eu sei, antes de encontra - la eu não acreditava no amor e achava pateticamente patético a história de Romeu e Julieta que morreram por amor.— ele ri sem vontade — Mas hoje não, eu os entendo, à como eu entendo.

— Ben você precisa esquece - la. Você precisa matar o que não devia ter começado... Nunca devia ter começado. — Ben olha novamente para o amigo que continua — Alguém vai sair machucado dessa história, você precisa dar um fim nisso ou as coisas vão ficar pior.

— O que quer que eu faça Sirúh? Me diga? — Ben grita chamando atenção de alguns presentes no bar

— Se afaste dela que é melhor.— Sirúh diz baixinho

— Não posso, eu enterrei a fera não posso ressuscita - la. Não quando eu prometi a ela que não faria mais isso.— disse mexendo lentamente a cabeça  negativamente

— Ben por favor pelo bem dos dois. Desista da Aurora.

— Não Sirúh. Eu não sou como você. Eu não vou fazer o que você fez desistindo da Aisha. Da minha princesa eu não abro mão. — Benjamim diz fazendo sinal para que lhe servissem mais um copo de whisky e Sirúh não diz mais nada. Simplesmente se perde no passado.

      E lembra de como desistiu de seu amor sem antes lutar. Aquele dia, 5 anos atrás volta com toda força.

" Vai se declarar pra ela Sirúh, não seja bobão"

" Eu tenho medo Ben. E se ela disser não?"

" Aí pelo menos você tentou. Do que ficar parecendo um bebê assustado"

    Outras lembranças vieram a sua cabeça.

" Oi, Aisha podemos conversar?"

" Ah, eu não posso,  tenho que ir estudar com uma colega. Ela deve estar me esperando na biblioteca"

" Por favor me escuta. Prometo ser rápido... É que eu não posso sair daqui sem falar ou caso contrário eu nunca mais ganhe coragem"

" Tudo bem pode falar"

" Bom... Faz dias que queria falar mas não tive coragem... Então hoje decidi matar meu medo e declarar tudo que está aqui dentro, Aisha eu estou apaixonado por você"

" O que? Desculpa mas eu não estou pensando em ter um namorado."

" É pela idade? Eu posso esperar quando estiver pronta"

" Não é isso, meus planos nunca foram esses. Eu quero dedicar minha vida a Deus... Quero ser freira."

" O que?"

" Sim"

" OK"

Essa fora a última conversa dos dois. E mais lembranças vieram

" Você não vai insistir cara?"

" Não Benjamim. Ela deixou claro que não quer o mesmo que eu"

    — Cara vamos, vou levar você pra casa — ele diz se levantando após ter voltado ao mundo real 

— Não Sirúh. Ela está em casa eu não sei o que dizer pra ela. — Ben diz com uma voz chorosa — Eu sei que ela também me ama. — Ben diz lamentando seu próprio estado

— Vamos... Você está bêbado. — ele diz puxando o braço do amigo que tenta resistir mais depois obedece com desaprovação.

Antes de saírem Sirúh coloca algumas  notas no balcão e saem.

    Ele leva o amigo que não estava andando direito até o estacionamento onde o carro de Sirúh estava.

     — Prontos — Sirúh diz assim que estaciona o carro na frente da mansão. — Anda vou te ajudar a entrar.

— Não... Eu não sou um inútil — Ben diz com dificuldade — Eu vou sozinho porque não sou mais uma criança.  — diz tentando abrir a porta do carro e após 3 tentativas ele consegui.

Sirúh o observa indo até a porta e só quando ele toca a campainha decide ir embora.

Pouco tempo passou e a porta foi aberta e Benjamim que usava a porta como encosto se desequilibra e por pouco cai só que Aurora impedi a queda o segurando pelo peito.

Seus olhos se encontram, aquela aproximação toda acaba causando calafrios à ambos, a respiração perto de mais faz uma corrente percorrer todas as veias de Benjamim de forma rápida, e nenhuma palavra era dita. Naquele lugar o silêncio era o que mais gritava.

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A Freira E A Fera [ Livro Completo ]Onde histórias criam vida. Descubra agora