Hoje acordei com medo da realidade com medo dessa minha realidade tão cruel.
É difícil aceitar que ela deu seu último suspiro e hoje seu coração já não bate. Vida injusta, me tirou a única coisa que amei no mundo.
Um minuto estava aqui e outro já não, já não ouço sua voz nem a sua risada. Já não vejo o seu sorriso, além das fotografias.
Hoje acordei com a alma em pedaços, ela foi embora e eu não posso mudar o rumo dessa história. A tiraram de mim.
Não nego que estou com medo, medo de enfrentar essa vida sem ela, medo de não conseguir sobreviver sem o seu sorriso. Medo de dizer adeus.
Eu não quero dizer adeus, eu queria que você ficasse mais mil anos comigo ou então que eu fosse junto para não sentir essa dor. Dor maldita.
Ela foi meu amor mas não foi embora só por que levou minha vida inteira.
Essa é a minha dor a falar, meu coração a gritar mas também tem a minha consciência.
E ela diz, minha consciência diz que entende que a vida não dura para sempre mas meu coração não entende por que você teve que ir tão cedo.
Eu passei a noite toda reclamando com Deus. Por que ele insisti em arranca - la dos meus braços. Não entendo, ela foi a única pessoa que eu conheci que não merecia morrer mas ainda assim foi a que morreu.
Me arrumei e sai do meu quarto. O jardim da mansão estava cheio de gente. Muitas freiras, meus pais meus tios minha avó,Ana, George,Filipa, Sirúh e até Ludmila, meus irmãos também estavam em casa era um milagre, e também estava ela... Sem vida mas ainda assim era ela. Minha princesa.
Caminhei lentamente até o caixão e engoli em seco ao ver a caixa com algumas flores, era a caixa que certamente ela escolheria, com flores na madeira que nem a primavera que ela tanto amava. Ela se foi e a primavera na minha vida foi junto.
Senti alguém me pegar no braço e notei que era a minha mãe com um semblante triste.
— Vem meu amor. Vem sentar - te. — ela me puxou e eu deixei - me levar.
O assassino estava atrás das grades. Mas a essa altura mais nada me consolava até por que nada a traria de volta, nem mesmo a morte daquele verme.
Me sentei junto da minha avó e da minha mãe, minha avó não estava tão triste, era a que menos estava abatida dentre nós.
— Benjamim. — ela sussurrou só pra eu ouvir — Não fica assim, sabe por que as pessoas boas vão primeiro? — ela perguntou e eu fiz que não — por que Deus não quer que elas fiquem más aqui nesse mundo, e vê pelo lado positivo. — como se houvesse um lado positivo — Pelo menos você deixou claro para ela que a amava, ao contrário de outras pessoas que não tiveram o prazer de conhece - la ou de dizer isso a ela. — minha avó segurou minha mão e sorriu olhando para o caixão. Também olhei naquela direção e meus olhos encontraram uma mulher cheia de olheiras e olhos vermelhos roupa amassada e cabelo bagunçado. Era Carolina Velásquez.
— Quem é ela? — minha mãe sussurrou pra mim
— A mãe da Aurora — falei sem desviar os olhos da mulher que estava perto do caixão. Segundos depois meu pai apareceu na frente da mulher e eles começaram a falar algumas coisas. A mulher estava pedindo que o caixão fosse aberto e meu pai antes de o fazer olhou pra mim pedindo confirmação e eu a dei mexendo positivamente a cabeça.
A mulher começou a chorar assim que o caixão foi aberto e começou a repetir as palavras " me perdoa" senti meu sangue ferver não resisti me levantei e fui até ela.
— Senhora os mortos não ouvem. — cuspi essas palavras e ela me olhou incrédula — Você teve 19 anos para pedir perdão e não o fez, agora não vem com mil desculpas Por Que Os Mortos Não Ouvem. Quem vai não volta jamais.
A mulher aumentou o choro e olhou para baixo.
— Não abaixe o rosto... Olha para a sua filha. Ela parece estar dormindo — eu disse olhando pra ela e a mulher também olhou sem diminuir o choro — Ela foi linda não só por fora mas por dentro era ainda mais... Você teve 19 anos... Não foram 3 anos como a Aisha e as demais irmãs ou até alguns meses como minha família e eu, FORAM 19 ANOS, que dor de você. Você teve mais anos com ela mais ainda assim foi a que menos desfrutou dela... Eu a conheci em alguns meses. Nem metade do ano completo eu passei com ela mas ela sabia que era amada como não amei ninguém antes... As irmãs tiveram uns 3 anos e acredito que muitas delas souberam desfrutar. E você? Você teve a garota mais incrível do mundo ao seu lado e ainda assim preferiu fechar os olhos pra isso... A viu nascer e crescer mas nunca foi capaz de dizer " eu amo você" — quando eu disse isso a mulher caiu de joelhos e com o rosto pra baixo começou a chorar mais forte ainda. Como se tivesse levado um tiro no peito.
— Se arrependimento matasse — digo e rio sarcástico — Pelo menos eu... Eu disse a ela que a amava. Sabe senhora ela perguntou por você no hospital e antes da tragédia ela reclamou da sua falta de amor por nunca tê - la dito que a amava. No hospital ela descobriu que a senhora não a queria ver mas sabe o que ela disse?! Que te perdoava. Ela era perfeita de mais, tão perfeita que descobrindo seu caso amoroso não ousou jogar na sua cara,— naquele momento a mulher olhou pra mim e pude ver dor, ela estava totalmente despida de seu orgulho — e eu só lamento por você por não ter visto isso antes, por ter percebido tarde demais que amava sua filha. Pode chorar, mas essas lágrimas não a vão trazer de volta e muito menos vão fazer a tua... A tua alma sossegar por não ter visto o tesouro que gerou e nunca soube dizer que a amava. — A mulher continou no chão chorando
Olhei para minha princesa beijei sua testa pela ultima vez me deixando derramar mais algumas lágrimas.
Algum tempo depois Carolina deixou a mansão e pouco tempo depois seguimos a segunda parte a do sepultamento. E assim aconteceu enterram a outra metade de mim.
__________❤
😭😭😭😭
Já estou morrendo de
Saudades do Benjamim da Aisha
Da dona Márcia... E da Aurora, muita saudade dela.Bom... Lembre - se o amor espera!
Não me matem (2)Obrigada a todos que chegaram até aqui e não desistiram do livro. Vocês são parte do meu combustível para continuar escrevendo.
Amo cada um.
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A Freira E A Fera [ Livro Completo ]
RomanceVocê foi a melhor coisa que me aconteceu, e ninguém, jamais, vai roubar tudo que vivemos. Do seu, Ben!