Capítulo 14

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            Aurora já estava no convento com as irmãs. Elas estavam felizes porque Aurora estava em casa.

— Então como foi a primeira semana?— Aisha perguntou para a amiga. Elas estavam no quarto

—Foi interessa. Aisha tenho uma surpresa pra você... A senhora que eu estou cuidando é a tua avó. — Aurora disse feliz

— Minha avó? Fala serio Aurora.— Ela diz

— É, dona Márcia, no outro dia a tua mãe apareceu lá e dona Márcia não lembrou dela.

— Nossa. Minha avó as vezes também não se lembra de mim. Por isso eu vou lá poucas vezes.— Aisha diz

— Amiga eu vou falar a mesma coisa que disse para a tua mãe, não desista da tua avó um dia ela não vai mais te esquecer. — Aurora diz

—É você tem razão. —Ela diz

— E outra coisa, no primeiro dia que eu fui para aquela casa a dona Márcia me chamou pelo teu nome.— Aurora disse e Aisha sorriu

—É mesmo?

—Sim. Você precisa ir vê - lá.— Ela diz

— Eu irei.

O domingo estava sendo bom Aurora gostava de estar com suas irmãs.

No momento do almoço Aurora percebeu o olhar de irmã Celeste sobre si, Aurora queria conhece - lá ler seus pensamentos... Saber  quais são suas dores e por que de tanta frieza de coração.

Ela acreditava que cada pessoa tinha um coração bom só precisavam de atenção, de serem ouvidas.

— Oi irmã Celeste? —Aurora disse assim que entrou na cozinha umas horas depois do almoço. Celeste tomava um café.

Celeste não disse nada e Aurora caminhou até ela e se sentou cara a cara com a mulher que assim que percebeu o gesto de Aurora revirou os olhos irritada.

— O que você quer noviça. — Falou impaciente e ela simplesmente sorriu docilmente para a mulher e isso irritou ainda mais Celeste. Ela odiava essa paciência toda por parte de Aurora, ela queria que Aurora demonstrasse raiva. Queria que gritasse quando estivesse irritada. Queria que ela fosse como todo o mundo, mas ela não era como todo o mundo.

—Queria conversar. Saber como está. — Disse ela ainda com o mesmo sorriso e Celeste revirou novamente os olhos demostrando insatisfação.

— Não é da sua conta. — Falou — Me deixe só, saia e vá cuidar da sua vida. Não tem mais o que fazer não?

— Irmã, porque é tão dura comigo? —Perguntou sem gritar, calma como sempre

—Por isso. —Falou se levantando — Essa voz, essa doçura. Pra que ser assim? Tua calmaria me irrita.

Disse saindo da cozinha e Aurora ficou ali sem entender nada. Ela simplesmente não entendeu.

O domingo passou de pressa e Aurora já estava pronta para o trabalho. Ela estava ansiosa, depois da última conversa que tivera com Benjamin ela queria saber como ele se comportaria com ela um dia depois.

— Estou pronta. —Disse ela assim que terminou de arrumar algumas roupas.

—Que pena. —Diz Aisha. —Que me dera se o domingo durasse mais.

—Verdade. — elas ouviram a voz da irmã Delfina e então olharam na direção da porta e lá estava ela e ao seu lado estava Luzia — Você faz muita falta querida. — Acrescentou

— Obrigada.— Aurora disse sorrindo — Eu também sinto muita falta de vocês mas já sabem, é por uma boa causa. — Aurora diz e Aisha se controla para não revirar os olhos e Luzia que havia percebido tudo a repreende com os olhos.

— Amo vocês. —Aurora diz sorrindo e então recebi um abraço digo muitos abraços das companheiras.

     Assim que ela chega  na mansão é recebida por Filipa  que parecia feliz por vê - la.

— Oi querida. — Disse a mulher

— Bom dia senhora Filipa. — Aurora sorriu

— Nada de formalidades, só Filipa,querida.

— está bem. — Aurora sorri

— A família está na copa tomando o pequeno almoço. — Disse

— Oh que bom. Vou me trocar rapidamente.

— Faz isso querida.

Aurora estava caminhando pelos corredores e assim que tocou na maçaneta para abrir a porta de seu quarto ouviu a voz dele. Não como antes com arrogância mas sim com firmeza e gentileza.

— Bom dia Aurora. —  Ele diz pela segunda vez pois da primeira ela não havia respondido.

Aurora se virou e sorriu pra ele — Bom dia senhor Benjamim.

— Senhor Benjamim? — Ele diz com um sorriso torno nos lábios

— Sim, você pediu pra que eu lhe tratasse de senhor. Lembra?— Aurora diz como se fosse obvio.

— Eu sei mas pode parar os meus amigos não me chamam de senhor. —Ele diz e Aurora arregala os olhos tanto que parceria que se iam rasgar

—Seus amigos?— Questionou ela

— Sim. Meus amigos... Nós somos amigos não é? —Pergunta

—Não sei. —Ela diz simplesmente

— Vamos começar do zero e não se preocupe eu não vou me apresentar de novo como alguns fazem, acho ridículo. Só peço que me chame de Benjamim ou Ben se preferir, eu não quero mais estar longe de você. —Aurora arregala os olhos novamente — Digo eu não quero mais estar longe de você porque não fez sentido esse abismo entre nós. Me deixa ser teu amigo?

— Amigo?— Aurora disse ainda incrédula. Ela nunca tivera um amigo, sua mãe dizia que meninas não podiam ser amigas de meninos.

—Sim.— Ele diz sorrindo

- Ahm! OK. Podemos tentar ser amigos. —diz ela sorrindo fracamente

— Que bom que aceitou. — Diz Benjamim —Agora preciso ir, a gente se fala.

—Está bem. —Aurora diz e assim que Benjamim vai embora ela entra em seu quarto para se trocar.

Ela estava assustada com essa ideia de ter um amigo. Ainda mais Benjamim.

Sua vida foi vivida cheia de proibições. Sua mãe ditava as regras e Aurora as seguia, acreditava mas no entanto desde que saiu das azas de sua mãe percebeu que o mundo era diferente e que não era totalmente o inferno que sua mãe dizia ser.

Ir as festas não tornava uma pessoa perdida e sem carácter. Dependendo da festa claro.

Meninas se darem bem com rapazes não era algo errado porque toda e qualquer pessoa precisava dos outros para sobreviver. Ninguém caminha só.

Aurora não achava que sua mãe estava errada mas também não achava que estava tão certa. Era uma luta dentro de si e com certeza o lado de sua mãe tinha mais peso que qualquer outro lado.

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A Freira E A Fera [ Livro Completo ]Onde histórias criam vida. Descubra agora