Capítulo 06

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MASON

Clap. Clap. Clap.

Há mais de uma hora estou batucando a minha caneta na mesa do escritório. E a mais tempo do que isso pensando naquela maldita mulher. Em sua provocação contínua e principalmente, no sexo inesperado. Para ser exato, não paro de pensar em tudo isso desde que a vi ir embora daquela maneira, alguns dias antes.

Não consigo entender bem qual fora a finalidade de tudo o que aconteceu. Mas sei que de alguma forma envolve uma atração e um desejo quase insuportável entre nós dois. Normalmente, quando eu saio com alguma mulher, sempre sei o que vai acontecer, quando e como. Com Erin, eu não tive tempo o suficiente para prever nada. Ela apenas me surpreendeu. E nenhuma antes havia me surpreendido de tal forma.

— Senhor Hoth? — ouvi a voz de Letha soar pelo alto-falante da sala. — Um senhor chamado Guzmán Hernandez está aqui na recepção. Ele disse que precisa vê-lo.

Guzmán? O que diabos esse merda está fazendo aqui?

— Pode me chamar de lindo, docinho — ouvi a voz do meu grande e descarado amigo ao fundo. Não era novidade nenhuma saber que ele estava cortejando a minha secretária. Ele sempre fazia isso com todas as mulheres bonitas com quem esbarrava por aí, inclusive com as que eu transava. A voz no telefone ficou mais abafada, mas ainda assim pude ouvir a resposta afiada da minha funcionária.

— Acho que você não é cego senhor Hernandez. Meu nome é Letha Bailey, e não docinho. Deve ter lido isso no meu crachá, caso não seja analfabeto.

— Uau, você é uma mulher durona.

— Você não imagina o quanto, meu punho fechado faz ótimos estragos.

Coloquei os dedos sobre o vão entre as minhas sobrancelhas, rindo da situação.

— Irei recebê-lo, Letha. Atenda todas as minhas ligações. Obrigado!

Guzmán e eu nos conhecemos na faculdade. E sem qualquer modéstia, éramos as atrações das festas das irmandades. Pegávamos todas as mulheres que queríamos. Competíamos. E algumas vezes, nós as dividíamos. No segundo ano, porém, ele desistiu de completar o período, e se mudou para Las Vegas. Nesse meio tempo, mantínhamos contato via e-mail, celular, ou ás vezes nos encontros do nosso grupo de idiotas. O que aconteceria nas próximas semanas.

— E aí, brontossauro, quanto tempo! — Guzmán adentrou o meu escritório, usando uma calça jeans apertada e uma camiseta preta. Aquele era basicamente o seu estilo mundano e descolado, como gostava de dizer.

— Maricas! — Ofereci um meio abraço com direito a alguns tapas nas costas, mas logo ele me puxou para um abraço sufocante. Apesar de ser um completo idiota, o sentimentalismo era nato.

— Maricas não, você sabe que sou um macho alfa.

— Não tanto quanto eu.

— Isso eu devo concordar. Com o teu instrumento, hermano, não tem como competir. As minas sempre me trocam por você. Literalmente, você é um sortudo do caralho.

— Quanto a isso não posso fazer nada — desdenhei, erguendo os ombros.

— Cara, eu não vou massagear ainda mais o seu ego, não quero esporre em minha mão. — Nós dois rimos. Esse confronto de masculinidade era algo típico entre nós dois. — Isso daqui está ainda mais bonito desde a última vez que eu vi. Acho que você está ficando rico.

— E eu acho que você levou um grande fora da minha secretária.

Eu caí na risada, sendo acompanhado por ele.

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