Capítulo 29

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MASON

Os passos apressados haviam se tornado um som bastante comum para todos os funcionários da construtora, eles denunciavam a minha chegada à sala de reunião, quase sempre fora do horário estipulado. Isso não era algo que me importava, muito pelo contrário, eu gostava de ser inconfundível.

Adentrei à sala silenciosamente, me deparando com o conjunto de profissionais que eu precisava para manter o projeto real e ainda mais notório.

De onde eu estava, pude ver Chad girando em uma das cadeiras do escritório, como a criança inconstante que ele representava. Naomi estava retocando o batom vermelho de seus lábios, segurando um pequeno espelho redondo em uma de suas mãos. Enquanto Tristan dormia com a cabeça apoiada sobre a mesa, disperso em seus próprios sonhos. Um pouco adiante, Letha estava servindo algumas xícaras de café e pela carranca fechada em seu rosto, aposto que estava pensando sobre a possibilidade de envenenar qualquer um que lhes fizesse servi-lo uma maldita xícara de café.

Satisfeito em estar com o time certo para finalizar o que poderia ser um dos negócios de maior interesse para mim, joguei a pasta com o briefing do projeto sobre a mesa de negociações, fazendo com que Tristan saltasse assustado, Chad se virasse em minha direção, e Naomi borrasse o batom. Letha sequer se mexeu.

— Mas que merda, Mason, você não tem um relógio em casa? — Naomi questionou, limpando a marca vermelha de sua bochecha.

— O que eu poderia dizer? — Ergui o pulso mostrando para ela e qualquer outro interessado o relógio que eu havia ganhado do meu pai, alguns anos antes. — Gosto de gerar suspense e comoção, uma vez que a dramaticidade causa impactos surpreendentes.

— Você é quase um ator de novela mexicana — revirou os olhos.

— Mas ele sabe que o atraso dele não causa mais nenhuma surpresa, não sabe? — Chad perguntou e Naomi ergueu os ombros como se não houvesse solução para o meu problema.

— Seremos mais espertos, chegaremos trinta minutos atrasados da próxima vez. Ganharemos tempo com isso, e quem sabe um pouco mais de dignidade.

— Qual é, Tristan, as crianças não estão lhe deixando dormir? — Abri um sorriso travesso, enquanto ele me encarava. — Ou tem tido problemas para aliviar o estresse em outros tipos de afazeres... você sabe o que eu quero dizer? — Fiz gestos maliciosos com a pélvis, arrancando gargalhada de todos.

— Vai se ferrar, garoto! — Ele respondeu, rindo. — Você pode ser o meu chefe, mas certamente não é inteligente o bastante para me confrontar.

— É disso aí que estamos falando: chefe e chefiados! — Apontei para a projeto sobre a mesa. — Alguém poderia ao menos demonstrar interesse?

— Tanto quanto você? — Naomi ergueu a sobrancelha, inquisitiva. — O que há de tão interessante por trás dessa simples reforma de apartamento? Fizemos coisas muito mais atraentes do que isso.

— Pensei que estavam comigo de corpo e alma.

— Ei, que história é essa de corpo?! — Chad resmungou. — Isso eu não lhe prometi, só o Tristan!

— Vocês estão com algum tipo de formigueiro pregado no rabo hoje ou apenas decidiram que é um belo dia para me aporrinhar? — Tristan mirou o dedo do meio para Chad, que apenas riu.

— Vocês são a pior equipe que eu poderia ter.

— Olha só quem está falando! — Letha respondeu com um sorriso malévolo, enquanto colocava as nossas xícaras de café sobre a mesa. Segurei em seu braço, disposto a me certificar:

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