ERIN
Meus olhos estavam fixos em seu traseiro, acompanhando o seu caminhar sensual até o estacionamento da casa, onde ele parou perto de sua preciosa caminhonete.
Mason se virou com um sorriso descarado em seu rosto — talvez já tivesse notado meu descaramento explícito desde o início. Com o passar dos meses a contar desde quando o conheci, perdida em encontros e desencontros com um homem que não deveria ser nada além do que um alívio sexual, percebi que aquele tipo de sorriso era o charme que quase sempre o levaria aos seus objetivos, pois era algo que faria qualquer mulher na face da terra derrubar as suas muralhas e arrastar as suas calcinhas pelas pernas. Embora, eu houvesse cumprido com a segunda das opções — diversas vezes, sentia que estava em débito com a primeira.
Eu não era totalmente honesta, e não sei se algum dia eu poderia ser, apesar de que a cada novo segundo ao seu lado, sentia a necessidade de estar tão entregue quanto ele estava, sem quaisquer ameaças que pudessem nos atingir em proporções incalculáveis em nosso futuro. Eu estava sendo ambiciosa em pensar em algo que ainda não tenha acontecido e sequer houvesse certeza para tal, mas tudo o que passamos nesse único final de semana, eu queria por um mês, um ano, eu queria tê-lo por mais tempo, pois em nenhum outro momento nos últimos cinco anos eu pude me sentir mais viva do que como me sinto agora, neste exato instante.
Suas mãos serpentearam pela minha coluna e eu me estiquei para depositar um beijo de despedida em seus lábios macios. Eu podia ver, mesmo em sua expressão contida, o quanto estava consternado pela minha decisão
— Eu não posso mesmo te levar ao trabalho?
— Já conversamos sobre isso!
— Eu sei, mas talvez...
— Conseguiria me burlar com o seu sorriso infalível?
Arqueei a sobrancelha, reprimindo um pequeno sorriso.
— Seria infalível se também funcionasse com você!
Eu sacudi a cabeça, sorrindo. Ele não imaginava o quanto eu estava tentada a permitir que me levasse até a galeria, à míseros degraus para a concordância.
— Não se pode ter tudo nessa vida, não é mesmo? — Toquei a ponta do seu nariz simétrico. — Aposto que você já tem muito mais do que pensou que poderia ter. Além disso, você me prometeu. — Encarei-o, com a expressão mais séria dessa vez. — Nós devemos ir com calma!
— Certo, me desculpe — Ele coçou a nuca, apertando os lábios em seguida. — Mas, algum dia eu poderei fazer isso, certo? Quero dizer, deixá-la na porta do seu trabalho como um homem e mulher que parecem estar juntos?
— Não vamos pensar em outro dia, senão o de hoje.
Mason suspirou frustrado, porém, logo depois sorriu.
— Você é uma mulher difícil senhorita Alderton, há tantas versões de si mesma que eu nunca sei com qual delas eu estarei lidando. Decerto, essa aqui não é a mesma de alguns minutos atrás. — Ele acariciou o meu rosto com delicadeza.
— O tempo é tudo o que precisamos para recuperar o controle e sermos quem realmente devemos ser. E, convenhamos, eu sou muito boa nisso.
— Ah, sem dúvidas, você é boa em muitas coisas.
— Por exemplo?
— Você é boa quando sorri. — Ele desenhou um sorriso em meus lábios alinhados. — Você é boa quando me beija. — Ele levou os seus lábios aos meus e eu lhe devolvi o beijo entre sorrisos. — Você é boa na cama. — Ele curvou o meu corpo e me encostou na picape cinza. — É boa sobre o sofá, o chão, a banheira, paredes, sobre capôs e interiores de carros, e acho que isso inclui uma determinada caminhonete.
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Benefício da Dúvida (+18)
Chick-LitSinopse Erin Alderton saiu de Amsterdã às pressas deixando para trás as sombras de um passado tenebroso e levando consigo um coração despedaçado. Sozinha, conquistou o seu grandioso império se tornando dona da galeria de arte mais influente de Chic...