ERINUau. Eu estava sem palavras para o que tinha acabado de acontecer. Embora todos os meus encontros fossem premeditados e gerassem expectações, quase sempre eu terminava frustrada. Diferente do que aconteceu a poucos instantes.
Mason havia ultrapassado todas as minhas expectativas, tanto quanto poderia. Pessoalmente, sua beleza transcendia o limite da perfeição. E o seu corpo, era um explícito convite ao pecado. Sorte sua que em termos de mitologia, eu era sempre considerada o diabo.
O prazer que ele me proporcionou foi além de todas as experiências que eu já tive. O que me deixou irritada, e enojada comigo mesma. Eu não deveria... sentir esse tipo de satisfação. Não devia me permitir a isso.
Parei o meu carro na vaga do estacionamento privativo da galeria, já era hora de apagar tudo o que aconteceu dentro daquele escritório. Respirei fundo e fechei os olhos, talvez com a intenção de facilitar o processo, mas tudo o que eu vi, foi o rosto confuso de Mason correndo atrás de mim pelo corredor de sua empresa. Maldição!
Desci do Jaguar F Type vermelho, cujo eu havia escolhido dirigir no dia de hoje. A dimensão da minha riqueza é muito extensa, eu poderia solicitar os serviços do meu guarda-costas como motorista sempre que eu quisesse, afinal, ele também era pago pela função. Porém, sempre que possível, eu mesma faço questão de dirigir. Diferente de muitos eu aprecio minha individualidade ao máximo, pois cresci em uma metodologia independente. Isto não muda o fato de que o meu guarda-costas, Hubert Janssen, está sempre em meu encalço com a limusine.
Apesar da minha tensão sexual ter sido dissipada, o meu humor não era um dos melhores naquele dia. Provavelmente em todos os outros também não. Mera observação.
Quando o elevador se abriu para o corredor, novamente me repreendi a esquecer as últimas horas da minha vida. Dessa vez, com melhor resultado.
Finalmente, eu adentrei a Hiarts Galery, uma das mais importantes e conceituadas galeria de artes do país. Não poderia ser diferente, até porque a dona desta galeria sou eu.
Há cinco anos esse espaço artístico já existia, mas era quase desconhecido e já estava falindo. Comprei, investi, mudei o nome e em apenas dois anos se transformou na maior do estado. Ganhei até alguns prêmios com isso. E a admiração de muitos por ter construindo o meu império em cima de um negócio praticamente esquecido. Nada que fosse impossível para mim. Bastou competência, responsabilidade, sabedoria, e pessoas certas para me ajudar.
Hoje, estou com vinte e sete anos e o pódio de melhor galeria ainda é meu. Muitos se perguntam o porquê, já que se trata de um negócio privado. A resposta é simples: poucas pessoas envolvidas, mas todas multimilionárias. Ótimos clientes geram ótimos negócios.
O diferencial está no acesso restrito, apenas os convidados na lista presencial poderão entrar para apreciar a exposição. Portanto, a maior parte das pessoas não sabe como a galeria realmente é e os trabalhos magníficos que expõe. Mas, os poucos que tiveram acesso foram importantes o bastante para construir essa reputação padrão de alta qualidade e requinte.
Caminhei em direção ao balcão da recepção, a imagem da jovem Rachel Burkey apareceu em meu campo de visão. Seus olhos nitidamente verdes contrastavam com o seu cabelo ruivo, curto e ondulado. Seu rosto era decorado com sardas fracamente desenhadas ao longo de suas bochechas e nariz, e os seus lábios eram pequenos e naturalmente avermelhados. O corpo baixo e esguio somado aos seus traços havia apenas um resultado: sublime doçura. Embora, sua personalidade se mostrasse completamente o contrário disso.
― Boa tarde senhorita Alderton.
― Como estão as coisas por aqui?
― Alguns quadros já chegaram e preciso que assine esses papéis de entrega.
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Benefício da Dúvida (+18)
Chick-LitSinopse Erin Alderton saiu de Amsterdã às pressas deixando para trás as sombras de um passado tenebroso e levando consigo um coração despedaçado. Sozinha, conquistou o seu grandioso império se tornando dona da galeria de arte mais influente de Chic...