Capítulo 19

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MASON 


O elevador do edifício subiu tocando uma melodia sonora sem timbres evidentes. Eu estava com uma pasta em mãos e ao lado de outras três pessoas. Meu destino era o vigésimo oitavo andar, ou sendo mais específico: eu me direcionava à ArchPlan, meu ambiente de trabalho.

Em meio ao percurso, olhei para a mulher ao meu lado, ela se parecia como uma secretária sensual disposta a impressionar o seu chefe — senti um aperto no coração, pois eu sabia que este não era eu. O vestido tubinho estava um pouco mais curto do que o corriqueiro para o âmbito profissional. Eu tinha certeza que ela trabalhava em outra empresa localizado no prédio, uma vez que a mesma segurava uma pilha de papéis com o título "Relatório de Finanças" ao topo da primeira folha.

Diferente de mim, os outros dois homens no elevador estavam distraídos com seus celulares, perdidos em suas próprias particularidades. Zumbis da modernidade, são muito fáceis de se encontrar.

A porta se abriu tão logo no sétimo andar, e um deles saiu apressado. No décimo primeiro, o outro deixou a embarcação, restando somente eu e a mulher.

Finalmente, o olhar preocupado dela se encontrou com o meu e ela entreabriu os lábios, um pouco surpresa pelo contato visual permanente em seu corpo.

— Hoje está sendo um dia infernal? — Sacudi a cabeça em direção ao amontoado de documentos que ela segurou com ainda mais força contra os seus adoráveis seios.

— Para ser honesta, hoje está sendo um dia razoável, houve piores na semana passada.

— Eu posso imaginar. O trabalho pode nos colocar em situações desagradáveis com frequência, lidar com pessoas é uma tarefa complexa.

— Isso se encaixa bem ao contexto, principalmente quando não nascemos em berço de ouro e temos que aprender a usar a paciência e a perseverança para suportar seres soberanos como o meu chefe. Servir de tapete é uma das minhas muitas atribuições — ela bufou, nitidamente irritada.

— Você precisa relaxar, guardar sentimentos como esse pode não ser bom para você, nem para a empresa em que atua. Chefes babacas, existem aos montes por aí.

— Não posso imaginar como, faz dias que eu não durmo bem. O extremo me atingiu de maneira que eu desejo silenciosamente que essa empresa exploda com o meu chefe dentro — ela soltou um suspiro feliz, como se tivesse vislumbrado isso em sua mente.

— Estou sempre por aqui, então espero que me avise caso decida ativar alguma bomba no prédio — eu dei uma risadinha e ela me acompanhou, relaxando um pouco os seus ombros tensos. — Mason Hoth! — Estendi a mão, em saudação.

— Eu sou a Maisie. Maisie Evans. É um prazer conhecê-lo — segurou em minha mão, e eu senti o seu corpo estremecer com o meu aperto e olhar sedutor.

— Mason. Maisie. Parece a combinação perfeita, você não acha? — Me aproximei dela, segurando seu rosto com delicadeza.

— Engraçado — ela riu nervosa. — Eu nem tinha pensado a respeito.

— Não pensar às vezes é a melhor solução dos nossos problemas...

Ela assentiu a cabeça, antes de se mostrar receptiva ao que eu desejava: beijar os seus lábios rosados. Acheguei ainda mais, e ela fechou os olhos quando a porta se abriu de repente. Ambos ficamos surpreso ao nos deparar com um homem de braços cruzados com uma carranca séria — senão irritada — olhando para nós. Maisie mudou de cor como um camaleão, passando de vermelha para roxa, e por último verde. Levando em conta a sua reação, eu pude imaginar que aquele seria o seu chefe.

Benefício da Dúvida (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora