Capítulo 24

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ERIN

Quando vejo Mason chamar a mulher atrás de si de mãe, decido que é a minha hora de partir. Caminho na direção oposta sem que ele perceba, fugindo do que poderia ser um grande pesadelo, uma vez que todos os membros daquela enorme família vinham se mostrando bastante... exóticos.

Parei para cumprimentar alguns clientes em meio ao curso, e enquanto eles falavam sem parar sobre o quanto estavam entusiasmados com o trabalho exposto, avistei um pequeno meliante abaixo da mesa de aperitivos.

Observando-o, encurvo o meu pescoço levemente, é inegável a semelhança com o seu irmão, tanto física, quanto atitudinal. O aspecto é perceptível de imediato quando o flagro olhar para as pernas de uma mulher que se farta de canapés. Ele dá uma risadinha, escondendo os lábios para não criar volume. É um menino muito travesso e esperto.

― Com licença! ― Peço aos convidados ao meu lado e me afasto, tomando caminho em direção ao menino, cujo nome me recordava bem: Matthew. 

Ao chegar perto da mesa, olho todas as vertentes para me certificar de que ninguém está olhando, antes de me infiltrar em seu esconderijo.

― Uow ― Ele murmurou, assustado com a minha intercepção. Fiquei em silêncio, apenas fitando-o de maneira imponente. O que ele estava fazendo em minha galeria não era correto, mas, ele era uma criança. E ao menos havia mantido a decência hoje. Parecia um exímio e pequeno cavalheiro, usando um terno azul marinho com detalhes brancos. ― Eu não estava fazendo nada demais ― ergueu as mãos em defensiva. ― Espera aí, você é a minha namorada do futuro! ― afirmou, soltando o ar de seus pulmões com alívio. ― Graças a Deus, achei que fosse a dona da galeria.

― E o que você acha que aconteceria se fosse a dona da galeria?

― Ela mandaria a polícia me prender para sempre. O Mace que disse isso.

― Ah, é? ― Enrugo a testa, curiosa com a sua confissão. ― E ele disse algo mais?

― Disse que ela é a mulher mais brava que ele já conheceu na vida. Até mais do que a mamãe quando me coloca de castigo. E ela faz cara muito brava, viu!?

― Você é um menino travesso, Matthew. Como a sua mãe poderia não ficar brava com as suas artimanhas?

― Ela fica brava, mas tudo bem, as mamães existem para amar os filhos, sabia?

Uau!

Seu discurso infantil atingi o meu peito em cheio, como um punhal em veneno.

Eu deveria ter o ignorado, deveria ter me contido ou após o erro, saído dali. Mas, uma criança não poderia representar muitos estragos ao exterior.

― Eu gostaria de saber, pequeno ― suspiro. ― Em ambos os lados da moeda.

― Isso quer dizer que você não tem mãe? Porque senão você teria nascido de um dinossauro. E você não parece um, você é muito bonita.

― Eu posso ser pior do que um ser pré-histórico, garoto.

― Algo como vampiro, extraterreste ou zumbi? A Stacey me disse que essas coisas existem, e que eles vivem escondidos entre nós.

― A sua irmã está certa sobre isso. Existem seres perversos, escondidos entre a humanidade, prontos para machucar alguém. Mesmo que sem a devida intenção. 

― Então, deveríamos acabar com eles, como o exterminador do futuro faria.

Bagunço o seu cabelo.

Benefício da Dúvida (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora