Capítulo 02

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MASON

A arquitetura da cidade de Chicago é a mais influente no país, bem como uma das mais influentes do mundo. Foi por isso que o meu pai, Michael Hoth, investiu nesse ramo com a construtora ArchPlan.

Trabalho em projetos de sua construtora desde que comecei a cursar engenharia civil e arquitetura na Universidade de Chicago. Quanto a isso não havia objeções, uma vez que o meu pai acreditava que um negócio de família deveria se manter em família.

— Senhor Hoth? — A voz suave de Letha Bailey, minha assistente, soou pelo interfone da sala. Eu estava bastante ocupado e Letha tinha o total conhecimento desse fato. Sendo assim, seu importuno deixava clara a existência de uma emergência incontestável.

Atendi sua chamada, já imaginando que tal urgência é o mau humor ou as instabilidades do poderoso chefão. O velho costumava convocar reuniões de última hora, e da sua parte, arrogância é um tratamento indispensável.

— Sim, senhorita, Bailey?

— Desculpe incomodá-lo, senhor, mas há uma mulher aqui na recepção. Ela diz ser uma cliente de grande potencial e que irá se arrepender se não a receber.

— Peça que aguarde o seu horário de agendamento, por gentileza.

— O problema é que a mesma não possui hora agendada e se recusa a retornar em qualquer outro horário. Ela insistiu muito, senhor.

Passei a mão sobre as têmporas, pensando a respeito.

Presumo que alguma louca ensandecida com quem eu tenha transado conseguira me encontrar no meu ambiente de trabalho, onde devo lembrar, estava extremamente ocupado. Mulheres apaixonadas é o maior problema que um homem poderia ter.

—  Essa mulher tem um nome? — Perguntei por mera curiosidade, pois nem fodendo eu lembraria o nome de uma mulher com quem transei em uma noite qualquer.

— Ela também se recusa a dizer, senhor. Devo dispensá-la?

Interessante. Uma mulher de potencial que se recusava a muitas coisas, inclusive informar o nome na recepção de uma empresa que provavelmente pretendia contratar, só poderia indicar duas coisas: ou ela é fugitiva da lei ou uma serial killer que veio para me matar. E, modéstia parte, eu sou um cara muito bonito para morrer.

Dado as circunstâncias é evidente que eu deveria dispensá-la de imediato. Afinal, tanto suspense não poderia ser coisa boa. Mas, por outro lado, a situação gerava expectativa e curiosidade o bastante para me fazer ceder.

— Pode liberá-la, senhorita Bailey.

Encarei a porta aguardando a entrada da serial killer misteriosa, e quando a mesma adentrou o escritório percebi que não estava preparado para aquilo. Ca-ra-lho!

Ela caminhou em minha direção com elegância e maestria enquanto a observava em completo e absoluto fascínio. Seus cabelos castanhos se estendem um pouco os ombros e se movem graciosamente a cada passo que dá; os olhos azuis claros me encaravam com absoluta lascívia; e seu corpo longilíneo me despertava não só a atenção, mas também o desejo iminente de o possuir.

O engraçado disso tudo? Eu a conhecia. Não pessoalmente, até o exato momento, mas pelas matérias em revistas de decoração que todo bom arquiteto que se preze certamente lê. Além disso, cedeu uma entrevista ao Best Business, coincidentemente uma semana antes de eu ter o feito.

Seu nome é Erin Alderton e ela é a dona da galeria de artes mais conhecida e ironicamente desconhecida de Chicago. A mulher estonteante há qual na semana retrasada, sem saber, me fez quebrar um dos meus princípios masculinos ao usar as mãos para me satisfazer enquanto imaginava-a tomando posse de mim de todas as maneiras mais descaradas possíveis. Ela estava sexy demais naquela entrevista e não parava de me surpreender com sua inteligência e bom gosto.

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