Capítulo 41

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MASON

Após termos nos empanturrado com tudo o que Erin havia pedido naquele café, em meio a risos e beijos, e ao olhar dos clientes admirados com o nosso envolvimento, voltamos para o apartamento pensando no que faríamos a seguir. Era sempre difícil tomar essa decisão quando nossos corpos insistiam em ficar unidos dentro daquele apartamento, trancafiados em suas próprias vontades e desejos. Mas, eu não queria ser apenas uma representação carnal para Erin. Na verdade, eu desejava desconstruir esse pensamento de uma vez por todas, mostrando-lhe cada vez mais o quanto ela era diferente para mim, especial.

A porta se fechou atrás do meu corpo e Erin seguiu até a enorme janela de vidro da sala, olhando para o seu interior. O seu humor oscilou várias vezes desde que acordamos naquela manhã, ora risonha, ora reflexiva.

Erin nunca me contou o que havia acontecido em seu passado, mas eu reconhecia aquele olhar. Ele representava sofrimento, medo e confusão. Pelas suas atitudes e poucos dizeres era nítido para mim que ela teve alguém especial em sua vida, alguém que a magoou tanto quanto Jordan havia me feito. Erin não estava pronta para explorar assuntos tão obscuros, e, para ser honesto, eu também não estava. 

Por isso, estou cada vez mais convencido que suas inquietações se devem aos receios de manter um relacionamento com alguém e o ciclo se tornar vicioso, onde o nosso fim se repetia em pó.

O fato de ter seguido os seus instintos e de ter decidido ir além, não significava que estávamos totalmente prontos para isso. Ao contrário, resolvemos atirar de olhos vendados, sem saber na verdade quais seriam as consequências. Então, era normal uma vez ou outra sentirmos a preocupação emanar a esse respeito.

Para espantar pensamentos que poderiam colocar tudo a perder, eu me aproximei e abracei-a por trás. De imediato, Erin enrijeceu em meus braços, assustada com o toque carinhoso que não estava acostumada a ter em tanto tempo. Contudo, aos poucos, ela foi se ajustando e deitou a sua cabeça contra o meu peitoral, apenas curtindo o momento.

— Você por acaso teria um biquíni na bolsa? — Eu perguntei baixinho, próximo ao seu ouvido. Erin se virou para mim, a sobrancelha arqueada.

— Por que eu precisaria de um?

— Quero lhe mostrar um dos meus lugares favoritos no mundo.

Eu sorri e ela suspirou, os ombros decaídos.

— Isso me parece tão pessoal — Erin murmurou.

— Shiu! — Coloquei o dedo sobre os seus lábios macios, alisando-os com o dedão, suavemente. — Não pense em mais nada, não hoje, não agora. Ainda há tempo para nos arrependermos dessa decisão, mas antes, precisamos fazer valer a pena.

Erin não disse mais nada, apenas meneou a cabeça em afirmativo.

— Eu posso comprar um...

— Ótimo, então vamos às compras, acho que eu preciso mesmo de uma camisa nova.

Ela olhou para o seu feito com um quase sorriso orgulhoso — se não malicioso, — nos lábios. A camisa branca tinha apenas dois botões presos nas abotoaduras, pois, o restante acabou se perdendo em sua abordagem feroz e desgovernada.

Erin pegou a bolsa sobre a mesinha de centro e partimos até o elevador. Algumas pessoas soltaram risinhos contidos quando nos viram, provavelmente lembrando-se do show que havíamos dado para os moradores do edifício inteiro.

Sem dar muita importância para os indiscretos de plantão, atravessamos a recepção e seguimos rumo às ruas de Chicago. Pelo que havia me dito na noite passada, Erin havia dispensado o motorista particular dela para que pudesse passar a noite com tranquilidade ao lado de sua esposa, enquanto eu a fodia uma vez atrás da outra em seu novo apartamento. Sejamos honestos, não havia melhor maneira para estreá-lo senão sua redenção e nosso fogo.

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