Capítulo 11

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- O que você tá olhando? -encarei ele-

Ele não falou nada, apenas sentou e ficou mexendo em algo no celular, poucos minutos depois o motorista da minha vó para próximo a nós e buzina.

- Valeu pela companhia! -levantei-
Thiago: Rlx, eu tava precisando mais que vc. -riu fraco- Vai lá, babycat

Dá onde ele tirou esse 'babycat'?? Que coisa ridícula!

- Me empresta seu celular? -estendi a mão e ele me olhou confuso-
Thiago: Porra, vou começar a cobrar. -riu e me entregou-

Disquei meu número, salvei como 'Helô babycat' e devolvi a ele, ele leu e gargalhou.

Thiago: Pelo menos dessa vez eu não tive que pedir
- Dessa vez você mereceu -dei um sorriso e caminhei até o carro-

Antes de entrar no carro olhei pra trás e ele estava me observando atentamente, ele soltou um sorriso e acenou, entrei no carro e encarei minha avó que estava com um semblante aflito.

Vó: Quem é o rapaz? -o observou pela janela-
- Eu quero saber da minha mãe, vó. Fala logo!

Ela suspirou antes de começar.

Vó: Pelo o que os médicos disseram, ela teve um grande estresse em alguma parte do dia e isso acabou sobrecarregando o bebê, o que causou um princípio de aborto. -senti meu coração se apertar-
- E ela perdeu o bebê?
Vó: Graças a Deus, não mas a gravidez dela se tornou de alto risco. O médico falou que ela vai ficar essa semana no hospital e que, quando ela for pra casa, precisa de repouso absoluto!!

Eu não sei se eu ficava aliviada pela minha mãe não ter perdido o bebê ou ficava preocupada com a gravidez dela mas eu tava feliz. Eu não sei o que estou sentindo, na verdade.

Vó: Se você não tivesse encontrado ela, sabe se lá o que teria acontecido com nosso pequeno príncipe. -me abraçou de lado-

Me aconcheguei nos braços da minha avó e fiquei quietinha na minha pensando no estado da minha mãe, quando reparei estávamos voltando pro morro.

- Não, por favor, não quero dormir em casa hoje!!
Vó: Seu pai pediu pra eu traze-la pra cá, ele quer conversar com você.
- Mas eu não quero conversar com ele, ele é um babaca, nunca mais quero olhar na cara dele.
Vó: Minha filha, ouve o que ele tem para dizer e depois você toma a decisão que quiser. -assenti- Se precisar é só me ligar que eu venho correndo. -me deu um beijo-

O motorista da minha vó estacionou o carro na porta da minha casa, eu me despedi da minha vó e desci do carro entrando em casa sem render muita atenção pros fofoqueiros de plantão que estavam na rua. Na sala estavam o meu pai e o Gustavo conversando, assim que me viram pararam e me fitaram.

L7: Resolve o que tiver que ser resolvido lá na boca e não deixa nada pendente. -Gustavo concordou e saiu logo depois de dar um beijo no topo da minha cabeça-

Meu pai fez um gesto para que eu sentasse ao lado dele, me aproximei e sentei no outro sofá mais longe possível.

- Pq vc faz isso com a gente? Pq depois de tudo que vcs passaram vc não sossega só com ela? Anda, tô esperando.. -cruzei os braços e ele abaixou a cabeça suspirando-

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