Capítulo 86

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Helô narrando

A Luana ficou um bom tempo lá comigo, me fazendo companhia e me falando que ia dar tudo certo mas eu não estava com a mínima cabeça pra isso e acabei dormindo.

Quando acordei já estava a noite, minha barriga roncava de fome, levantei devagar e saí do quarto indo pra cozinha ver o que tinha pra comer, do nada escuto a voz do Gustavo ecoar atrás de mim.

Gusta: Cadê minha mãe?

Virei e ele estava parado no portal da cozinha junto com o Henrique.

- Porra, que susto! -coloquei a mão no peito- Decidiram reduzir o peso na consciência voltando a falar comigo?

Falei enquanto procurava meu remédio.

Henri: Se põe no nosso lugar, Heloísa. -abriu os braços- Grávida na tua idade?!
Gusta: E ainda de um moleque que é um desgraçado!!
- Isso, por acaso, é um pedido de desculpas? -tomei o remédio- Meio merda, né?
Gusta: Falei que essa porra era besteira. -bateu no peito do Henrique-
Henri: Porra Gustavo, sossega aí. -falou sério- Nós estamos no erro, não tem como negar,  mas agora não tem como voltar no tempo.

Eu bem que queria que esse "pedido de desculpas" fosse sincero mas tenho certeza que é apenas um descarrego de consciência e isso é umas das piores atitudes que alguém pode ter.

- Pedir desculpa significa que vc se arrependeu de ter feito o que fez e, mesmo que tivesse como voltar no tempo, vcs fariam a mesma coisa mil vezes. -falei olhando para os dois- Então vcs vão ter que se esforçar mais do que essa merda que vcs fizeram se quiserem que eu desculpe vcs!

Ignorei a presença deles, coloquei minha janta no prato e passei por eles indo pra mesa comer, os dois foram pro sofá e começaram a jogar videogame.

Bia: Oi, filha! -chegou com o Arthur no colo- Tá melhor? -assenti- Olha só quem eu trouxe.

Logo a Eduarda entrou vindo até mim, nós mal nos falamos durante esse tempo, ela disse que tava mal com essa parada do meu sequestro e nem conseguia sair de casa. Me sinto culpada demais, sabe?!

Duda: Ai amiga, que saudade!! -levantei e ela me abraçou- Sua mãe disse que vc tava desanimada, dei uma fugida lá de casa e vim te ver. -sorriu carinhosa-

Eu sou apaixonada nessa garota, meu Deus. Quando eu liguei pra ela contando da gravidez, ela ficou chocada mas me apoiou total.

- Tô feliz em te ver. -sentamos- Não aguento mais olhar pra cara desse povo. -ela riu-
Duda: E como tá esse nenem aí? -passou a mão na minha barriga-
- Mal. -falei cabisbaixa-
Bia: Por enquanto.. -me interrompeu- Logo, logo ele vai tá aí cheio de saúde?
Duda: Ele? -falou surpresa-
Gusta: É homem? -virou pra minha mãe e ela assentiu-

Henrique e ele se olharam dando um pequeno sorriso e eu estranhei né, mas logo eles voltaram a jogar dando os ombros. Terminei de comer, minha mãe fez uma vitamina pra mim e fui tomando-a indo pro portão com a Duda.

Nós ficamos conversando durante horas, ela conseguiu me destrair por esse tempo, parei de pensar nas coisas que estavam me atordoando.

May: Quem é vivo sempre aparece, né? -parou na frente da Duda-

Nossa, tinha tanto tempo que eu não via a Mayra que nem sei. Desde o dia que ela descobriu a gravidez que não nos falamos mais, morro de saudades mas não vou correr atrás até pq quem quis assim foi ela.

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