Capítulo 82

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Helô narrando

Meu peito ardia de tanto chorar. Eu não acredito que meu pai fez isso, ele é um egoísta do caralho.

Bia: L7, vc matou aquele garoto? -encarou ele séria-
L7: Considere como um último favor que eu faço a você. -me fez olhar pra ele- PL tá aí na frente pra te levar lá.. Só não se assusta com o que vai ver -deu os ombros-

Ele subiu nos deixando num silêncio absurdo, minha mãe se aproximou mais de mim e me levantou do braço do sofá.

Bia: Vai ser esse garoto logo porque seu pai não vai deixar ele vivo por muito tempo. -levantou meu rosto- Conta pra ele que vc tá grávida, ele merece saber...
- Merece? -me soltei dela- Depois do que ele fez comigo ele merece tudo o que meu pai tá fazendo com ele. E eu só quero ele vivo pq não quero ser responsável pela morte do pai do meu filho!

Saí de lá sem esperar uma resposta, cheguei no portão de casa o PL tava do outro lado da rua conversando com os soldados que estavam de segurança, assim que ele notou minha presença, veio até mim.

PL: Tu vai lá? -assenti-

Segui ele até o carro, entramos e ele deu partida no carro, demorou uns 10 minutos até a gente chegar. O caminho foi bem silêncio, até que chegamos num barraco no fundo  do morro, não ia ninguém pra lá pq era lugar de abatedouro.

PL: Esse moleque não merece um terço da mina que vc é. -falou parando o carro- Não é nem por ele ser filho de quem é, mas pelo o que ele fez contigo.
- Eu sei, tio. Mas é complicado, sabe?! Ao mesmo tempo que eu odeio ele, eu não consigo desejar que ele morra. -falei olhando o portão de entrada-
PL: Vc ainda é nova, não tá ligada na metade da treta que já rolou com os alemão lá, e nada disso é culpa sua. Cê só deu azar nesse amor aí! -assenti-

Assim que saímos do carro vi que tinham uns soldados do lado de fora da casa, o tio PL cumprimentou eles e nós entramos. Era uma casa sem moveis muito menos cômodos, a iluminação era bem boa apesar disso.

Os soldados que tavam lá dentro nos olharam e se apressaram em sair sem dar um pio, instantaneamente consegui ver o Thiago amarrado a correntes. Parecia até que ele tava morto, respirava muito pouco, tava o lixo em pessoa.

- Dá pra desamarar ele? -pedi receosa-

Ele tava muito machucado, muito mesmo, o rosto dele tava irreconhecível de tão inchado, fora os cortes pelo corpo inteiro e o sangue que tava pelo chão.

O tio PL foi até ele abrindo o cadeado da corrente logo em seguida.

Thiago: O que vcs querem? -falou fraco-

Assim que a corrente soltou ele caiu no chão e acabou batendo a cabeça, com o barulho que fez eu acabei deixando escapar o berro, foi aí que ele notou minha presença.

Eu senti minha carne tremer quando o olhar dele chegou até mim, tive flashbacks do dia que ele me sequestrou e já senti o nó se formando na minha garganta.

Thiago: Heloísa? -me olhou-

Um dos olhos dele não estava nem aberto, estava cheio de sangue, era um horror de ver.

- Pede pra alguém trazer uma quentinha pra ele lá da pensão. -falei antes do tio PL sair e ele assentiu-

Meu coração estava acelerado, era horrível ver ele naquele estado apesar de tudo o que aconteceu, minha respiração estava pesada, parecia que tinham pregado meus pés no chão.

Do Asfalto ao Morro 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora