Capítulo 117

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Gustavo narrando

O resto do dia foi coisa linda, o céu tava cheio de pipa então os cria fez a festa. Cheguei em casa ia dar 19h da noite com o dedo todo fudido por causa do cerol, pagode já já ia começar a rolar e eu ainda tinha que passar na boca pra ver o andamento.

Tomei um banho rápidão, lancei um kit preto de bermuda e camisa da Nike e terminei de me arrumar antes de descer pra procurar algo pra comer. O ruim de morar com o meu pai e com o Henrique é que a gente não liga pra ficar fazendo comida em casa, então quando a gente vai procurar nunca tem e é mais gasto de dinheiro na rua.

Saí de casa com fome mesmo, passei na pensão pra pedir comida e pedi pra um dos menor levar na boca pra mim, saí de lá indo direto resolver o corre. Por aqui tinha lucrado bastante, então demorei uma vida pra passar tudo pra ponta da caneta

Um menorzinho entrou com a minha quentinha nas mãos, dei 10 reais pra ele e ele saiu feliz da vida e eu mais ainda pq já tava ficando azul de fome, fui sair da boca já era quase 22h.

(21:47) May: Tá por onde, priminho?
(21:48) Guto: Trabalhando.
(21:48) May: Tá geral aqui no pagode perguntando por vc, pô. Vai vir não?
(21:48) Guto: Geral ou a Eduarda?
(21:48) May: Eduarda tá lá dançando no meio da rapaziada môzin, tá nessa...

Minha mente se encheu de ódio quando eu li aquilo.

(21:49) Guto: Bom pra ela, pô.

Bloqueei o celular e fui ligando a moto cheio de ódio, só de imaginar ela cercada de urubu eu já fico assim, encontrei o Junin largando plantão também todo arrumadin e fomos direto pro pagode.

Estacionei a moto e desci falando com a rapaziada que me cumprimentava, Junin já chegou grudando do lado da Mayra, Henrique tava com a Luana e mais uns cria tava por ali. Olhei pros lado procurando a Eduarda enquanto lembrava da mensagem da Mayra, que me olhou prendendo o riso.

May: Tá procurando alguém, priminho? -franziu a testa, rindo-
- Uma piranha pra eu comer! -ela fez cara de nojo e eu ri-

Enchi meu copo de whisky tacando duas pedrinhas de gelo de côco e fiquei de lá conversando com os moleque da boca, logo a Eduarda chegou acompanhada do Bruno, vieram dançando e rindo de um canto. Nem olhamos um na cara do outro, como de costume, mas do jeito que ela tava toda hora sasaricando pra lá e pra cá já me deu vontade de bater aquela neurose.

(22:39) Guto: Vai sossegar não?

Ela logo pegou o celular da cintura e leu a mensagem, guardou o mesmo e negou rindo colocando o copo na boca sem me olhar.

Filha de uma puta essa garota!

Ruy: Aquela amiguinha da Mayra é tudo o que eu queria pra hoje. -falou rindo-
Galego: Tem uma carinha de safada, pena que não rende pra ninguém... -olhou pra ela-
TH: Que mané não rende, filhão. Tava de rolê com o Fj hoje, aquele ali é come quieto pra caralho. -riram-

Ouvir aquela porra e ter que engolir a seco sem poder falar nada é o que me enche de ódio. Minha vontade é tatuar na cara dela que ela tá comigo e pronto.

Henri: Respeita a mina, viado. -falou sério- Ela não é igual essas aqui do morro, não.

Eu só bebia escutando a conversa tentando reprimir minha raiva

Do Asfalto ao Morro 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora