Do Asfalto ao Morro 2

Capítulo 118

Duda narrando

Eu senti a minha pressão despencar quando o médico falou sobre gravidez, só conseguia pensar no que meus pais iam dizer sobre isso. Grávida aos 17 anos, meu Deus do céu, o que será de mim???

E o Gustavo? Jesus, será que ele vai assumir essa criança? A gente nem nunca chegou a conversar sobre filhos ou qualquer umas dessas coisas que eu queria mas num futuro muito distante... Que já não é mais tão distante assim.

Eu não conseguia parar de chorar, minha respiração estava falha, mal conseguia manter meu raciocínio lógico sobre a situação, foi quando eu escutei alguns passos e meu olhar fixou no Gustavo. Sua expressão era de total apreensão e nervosismo, foi aí que eu senti meu coração parar de tanta ansiedade.

May: Amiga... -se aproximou me abraçando- Como foi que vc deixou isso acontecer?
Henri: Quer mesmo que ela explique? -falou com tédio- Quem é o pai?

Deitei no ombro da Mayra e chorei ainda mais sentindo meu coração querer sair pela boca, ela me abraçou com mais força me confortando.

May: É do menino do condomínio? -falou levantando meu rosto-

Senti o olha do Gustavo queimar em mim como se ele estivesse pronto pra me fuzilar, mal sabia que o "garoto do condomínio" era ele mesmo.

Junin: Pelo menos o menor é rico. -deu os ombros recebendo um olhar repreensor da Mayra-
- Meus pais vão me expulsar de casa... -solucei-
May: Primeiro vc tem que conversar com ele, amiga. -limpou minha lágrimas inutilmente- Vc falou que vcs se gostavam então com certeza ele vai assumir e te ajudar a conversar com seus pais!
Gusta: É... com certeza ele vai! -franziu a testa-
- E vc sabe quem é o garoto do condomínio, né? -ele me olhou com indiferença- Só vc fazer as contas, tô com 8 semanas.

Sua expressão foi coberta por dúvida, assim como de todos que estavam ao redor do meu leito.

Henri: De que porra vcs estão falando? -encarou o Gustavo-

O suspiro alto do Gustavo fez todos os olhares se mirarem nele.

Gusta: Eu sou o garoto do condomínio... O pai dessa criança! -falou me olhando-

Sentia minha carne tremendo de tanto nervoso.

May: Vcs estão... ficando? -perguntou incrédula-
Gusta: É, estamos juntos já tem um tempo, eu sou o pai da criança e ponto! -falou impaciente- Não precisa de mais perguntas, né?!
Henri: Caralho... Minha mãe vai surtar. -comentou aéreo- Mais um neto.

Depois de todo aquele baque deles descobrirem que eu e Gustavo estávamos juntos, fiquei mais algumas horas de observação antes de receber alta.

May: Amanhã vc conversa com seus pais, agora vc precisa descansar. -me abraçou de lado-

Gustavo tava distante, ainda não tinha comentado nada sobre, não sei se foi a surpresa ou pq ele não quer esse filho mas só sei que ele tava estranho. Tanto que mal falava. Por fim, passamos na casa da Mayra pra pegar minhas coisas antes de eu ir pra casa do Gustavo, ele foi no banco da frente com o Henrique e eu atrás com a Mayra, consolando meu choro, e Junin de moto.

Não sei pq do Gustavo estar agindo assim, é ele que tinha que estar me dando total apoio.

Henri: Vou voltar pro pagode, Luana tá me ligando igual uma maluca. -falou assim que chegamos-
May: Também vou.