Capítulo 89

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Helô narrando

Acordei no dia seguinte vendo o quanto o céu estava nublado, o relógio marcava 13:20, levantei, peguei uma calça moletom e uma blusa de manga longa qualquer indo direto pro banheiro tomar banho.

Ontem foi um dia tão pesado mentalmente pra mim, que hoje parece que uma carreta passou por cima do meu corpo de tão exausta que eu tô. Fui dormir com uma imensa vontade de ir ver o Thiago, não sei porque, mas decidi que iria fazer isso hoje.

Assim que terminei meu banho, vesti a roupa vendo o quanto minha barriga havia crescido, peguei meu celular e desci.

Bia: Que bom que vc acordou! -falou com o Arthur no colo-
- Vai sair?
Bia: Vou lá no salão da sua tia. Seu almoço tá pronto em cima do balcão, tem vitamina na geladeira e não esquece de tomar o remédio. -foi saindo- Qualquer coisa me liga. -assenti-

Tomara que ninguém venha almoçar em casa pq hoje eu só quero sobreviver em paz.

Peguei meu almoço no balcão da cozinha e fui pro sofá comer, coloquei no comedy central pra ver se tava passando algo legal e fiquei assistindo enquanto comia.

Junin: Eai, qual o rango? -falou entrando-

Suspirei encarando ele.

- Porrada na cara, tá servido? -ele riu-
Junin: Dispenso. -sentou do meu lado- Como tu tá?

Eu tenho um carinho enorme por esse garoto, apesar dele só viver fazendo merda, tenho ele como um irmão já que nos conhecemos desde que me entendo por gente. Foi o único que não me tratou diferente mesmo com toda essa história acontecendo e isso só me fez amar mais esse doidão.

- Tô existindo!
Junin: Ainda bem, se não eu ia achar que estava falando com um fantasma! -ri- Assim que eu gosto... de te ver sorrindo!
- Obrigada por estar me dando força! -olhei pra ele-
Junin: Vc é minha irmãzinha, pô. Jamais te deixaria na mão. -me abraçou de lado- Falando nisso, vim buscar minha puta loira, cadê ele?
- Henrique? Deve tá na faculdade, ué.
Junin: Que nada, ele já chegou, falei pra ele me esperar em casa.
- Ele ainda não chegou!

Ele levantou no sofá, mexeu em algo no celular e colocou no ouvido, provavelmente estava ligando para o Henrique mas parece que ele não atendeu.

Junin: Esse arrombado não atende! -voltou sua atenção pra mim- Se ele aparecer por aí diz pra ele brotar lá em casa. -assenti-
- Tá de moto? -ele assentiu- Me espera terminar aqui e me leva lá na Dona Gilda.
Junin: Vai fazer o que lá? Daqui a pouco deve começar a chover e depois vai ser foda pra tu descer. -sentou novamente-
- Vou ver o Thiago! -ele fez uma careta- O que é?
Junin: Ele não tá mais no galpão. -olhei pra ele confusa- Teu pai colocou ele nas casinhas, tu sabe... dali é vala!

Sempre que alguém vai pras casinhas, é porque fez alguma merda e vai morrer. Merda o Thiago fez, agora é saber se meu pai vai mesmo matar ele.

- Me leva lá? -levantei-
Junin: O que???? -arregalou os olhos- Tá doida?
- Meu pai te adora, ele não vai fazer nada..
Junin: Não vou pagar pra ver pq vai que dá o maluco nele e ele deixa de me adorar, eu hein.

Terminei de comer, coloquei meu prato na pia e voltei pra sala bebendo minha vitamina.

Ninguém ia querer me levar lá por medo do meu pai, nunca passei nem perto daquele lugar por causa das histórias que contam e é de lá que saiu a fama do meu pai de matador sangue frio mas eu nunca acreditei nisso pq em casa ele era o Lucas, pai da Helô, do Gusta e do Henrique e marido da Bia, e não o L7, dono da Rocinha... Mas pode ser que agora eu conheça esse lado L7 do meu pai.

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