Capítulo 64

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Duda narrando

Eu não estava acreditando no que ouvi. O silêncio estava instalado pela sala, nós nos estreolhavamos tentando entender o que estava se passando lá em cima.

Era bizarro pensar que o Gustavo não é filho da tia Beatriz. Como que isso pode ter acontecido??

(...)

Ele passou pela gente sem nem olhar na minha cara, os olhos dele estavam tão vermelhos que parecia que ele tinha acabado de fumar.

- Pra onde será que ele vai?
Paulinho: Pra qualquer lugar longe daqui, tenho certeza!
Helô: Tomara que ele não faça nenhuma merda! -falou pensativa-

Minha cabeça tá uma confusão, fora meu braço que não para de doer, não consigo pensar direito sobre essa confusão toda.

Um tempinho depois o tio L7 desceu.

Helô: Isso tudo é verdade? -levantei-
L7: Tu acha que a gente faria esse auê todo atoa? Onde ele tá?
Paulinho: Pegou a moto e saiu!
Xx: Coe L7 -chamou no radinho-
L7: Dá teu papo, PL? -respondeu-
PL: O Guto acabou de passar aqui pela barricada quase levando o asfalto junto.
L7: Assim que ele voltar pro morro me avisa! -desligou- Tomara que esse mlk não me arrume dor de cabeça.
Helô: Dor de cabeça vcs arrumaram pra ele né?! Como vcs puderam esconder isso dele? -falou nervosa-
L7: Para de querer dar lição de moral e vai dar apoio pra tua mãe que tá mal lá em cima -falou curto e grosso-

Logo ele saiu nos deixando sozinhos novamente.

Lua: A gente tem que tentar falar com ele antes que aconteça alguma coisa. -falou assim que a Helô subiu-
May: Verdade, a gente conhece o Gustavo e do jeito que ele é, é capaz de matar alguém em uma hora dessas.

Algo me dizia que eu sabia onde ele estava e que era pra eu ir atrás dele mas não sei se eu devo.

Tentei ligar pra ele milhares de vezes e, como eu já imaginava, ele não atendeu em nenhuma das vezes.

- Preciso ir! Meus pais estão me enchendo de mensagem. -eles me olharam-
Helô: May, leva ela na entrada do morro pfv?! Não tô em condições pra sair de casa hj. -falou descendo, ela assentiu-

Em poucos minutos eu já tinha me despedido do pessoal e chamado um uber, a Mayra me deixou na entrada do morro de moto e me esperou entrar no carro.

Eu estava ali mas minha cabeça toda no Gustavo, me doía saber que ele tava mal com toda essa história toda. Deve ser horrível dar de cara com um choque desse.

Já passavam das 17h, o por do sol tava lindo demais e eu só conseguia pensar em onde aquele garoto estava. Chegando no final da praia avistei de longe o que parecia ser uma moto bem conhecida por mim.

- Moço, pelo amor de Deus, para aqui! -berrei-
Xx: Menina, que susto! -colocou o carro no acostamento- Mas aqui não é o final da corrida.
- Eu sei, mas eu preciso saber se o que eu vi é verdade.

Joguei o dinheiro no banco da frente e saí do carro de pressa, voltei até onde eu tinha visto a moto e conferi a placa. Como eu imaginava, ele tava por ali!

Corri meus olhos pela praia e não encontrei ele, meu coração logo se apertou. Tirei o sapato, coloquei dentro da mochila e comecei a andar areia a dentro pra ver se eu encontrava o Gustavo.

Do Asfalto ao Morro 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora