Do Asfalto ao Morro 2

Capítulo 50

Helô narrando

A última coisa que eu queria era ouvir sermão agora mas eu preciso da minha mãe cmg.

Levantei e destranquei a porta, assim que ela me encarou abriu um sorriso amarelo.

-Eu gosto tanto dele, mãe... -chorei-

Ela entrou me abraçando e fechou a porta.

Bia: Ele não te merece, minha filha. Eu sei o quanto isso é difícil mas a males que vem pra bem!
- Ele me coloca numa situação difícil, -solucei- quer me privar das coisas, escolher minhas amizades.. Eu não aguento isso!

Ela me acariciou me levando de volta pra cama, deitei nas suas pernas enquanto ela mexia no meu cabelo.

Bia: Mas um motivo pra vcs não ficarem juntos! Só eu sei o quanto eu sofri pra fazer seu pai me aceitar do jeito que eu sou, e eu não quero isso pra vc. Vc é uma menina incrível, vai encontrar alguém que te ame do jeito que vc mereça.

Meu peito tava apertado,
como se algo ruim fosse acontecer sabe?! Aquilo me doía demais, pra pessoa que dizia gostar de mim me colocar numa situação dessas.. Eu odeio sentir algo por ele!

Bia: Seu irmão tá quase arrancando as cabelos lá na sala por causa disso, coitado. -riu fraco- Vc vai ver o quanto essa separação vai te fazer bem...
- A Mayra me avisou que ele não prestava mãe, eu sou burra não dei ouvidos! -solucei-
Bia: Vc não é burra só seguiu seu coração, agiu do seu jeitinho, se não deu certo é experiência pra próxima.

Minha mãe tava falando um monte pra me consolar, mas minha cabeça tava longe demais, eu só quero ficar no colo dela pra sempre.

(...)

Bia: Filha, sua vó e sua tia chegaram. -abriu a porta- Quer que eu fale que vc tá dormindo? -falou baixo e eu ri fraco-
- Não.. -levantei- Vou lavar o rosto e já tô indo.

Ela assentiu saindo do quarto, fui pro banheiro e encarei meu rosto totalmente vermelho e inchado no espelho. Preciso dar um jeito nisso. Lavei meu rosto e passei pó translúcido.

- Qualquer coisa eu tava cochilando.. -dei os ombros falando sozinha-

Saí do quarto tentando mandar pro espaço aquela cara de morta que estava impregnada em mim e fui até o encontro delas.

Vó: Eai, meu amor? -estendeu os braços me envolvendo num abraço- Essa é a cara de felicidade em nos receber?!

Encarei o Arthur no bebê conforto ainda dormindo. Com essa briga toda com o Thiago esqueci que minha mãe precisaria da minha ajuda com o Arthur durante os próximos dias.

Leti: A cara de quem hibernou a tarde inteira. -ela riram-
- Preciso estar disposta pra ajudar a madame né?!
Bia: Quem vê até pensa que faz alguma coisa.
- Como não? -me fingi ofendida- Assim que o Arthur chegou levei ele pro quarto. Isso me cansou. -nós rimos-

Consegui me distrair um pouco mas a tia Letícia percebeu minha cara de abatida, falou que era pra eu passar no morro amanhã pra gente "almoçar" juntas.

(...)

Meu dias tem sido de mal a pior, nem fome tenho sentido, minhas notas caíram, nem de casa eu saio.. Sinto tanta falta daquele idiota, Mayra me fez apagar o número dele e excluir ele de todas as minhas reder sociais, Duda e Luana foram na onda dela, mas caralho eu tô mal demais.

Tava deitada assistindo tv do lado do Arthur, minha mãe se aproximou de nós e me deu um beijo.

Bia: Tenho um surpresa pra vc! -me fez olhar pra ela-
- Tô cansada, mãe. Hoje não é dia pra isso.
Bia: Seu pai vai ficar chateado de vc não querer ver ele.. -um sorriso se formou nos meus lábios-

Meu coração só faltava pular de alegria, já tem duas semanas que ele acordou e eu não pude ver ele pq ele ainda estava no CTI e, como eu sou de menor, não podia entrar.

Bia: O quadro dele estabilizou e ele desceu pro quarto, já pode receber visitas.
- E o que a gente tá esperando pra ir lá?! -levantei-

Ela riu.

Bia: Se arruma, vou trocar de roupa no Arthur. -assenti correndo pro quarto-

Eu estava animada, doida pra ver o único homem que merece todo meu amor. Merece e tem!

Coloquei uma calça jeans, uma blusa cinza da Adidas e uma sandália aberta, fiz um make basicona e saí do quarto.

- Posso ir chamando o uber?! -falei na porta do quarto do Arthur-
Bia: Assim eu vou ficar com ciúmes. -ela riu-

Depois de 10min de eu ficar apressando minha mãe, conseguimos sair de casa indo direto pro hospital, eu estava inquieta demais, como se fosse um reencontro de anos.

Saltamos do carro, adentrando o hospital, alguns funcionários cumorimentavam a minha mãe e parabenizavam-a pelo Arthur, fiz meu cadastro de visitante e subimos pro andar do quarto do meu pai assim como indicaram.

- Vc não vem? -falei já na porta do quarto-
Bia: É.. E-eu vou conver-sar co-om -interrompi ela-
- Para! Vem comigo por favor? -ela suspirou assentindo-

Apesar da animação, minha mãos suavam frio.

Entramos no quarto e seu olhar bateu diretamente em nós, seu rosto estava magro, meio pálido e difícil de reconhecer, até.

Os olhos dele se encheram de água assim que bateu os olhos em mim e no Arthur.

L7: Pq demoraram tanto hein? -se ajeitou na cama-

Fui depressa até ele e o abracei com força, algumas lágrimas chegaram a cair.

- Eu senti tanto a sua falta! -sussurei- Promete não fazer mais isso com a gente? -chorei-
L7: Prometo, meu amor. -beijou o topo da minha cabeça-

Eu ouvia seu coração palpitar com tanta rapidez que parecia que explodiria qualquer hora. Meu choro saía involuntariamente, eu precisei tanto do colo dele nesses meses e, apesar das brigas, me fez muita falta.

Ouvir o choro do Arthur me fez despertar, eu já estava uns 5min abraçada com ele.

L7: Deixa eu ver meu mlk, Bia. -estendeu os braços assim que eu me afastei-

Minha mãe deu a volta na cama e colocou o Arthur no colo dele, ele chorou ficando todo vermelho.

L7: Calma doidão, não tá lembrado de mim? -pegou na mão dele-

Assim que meu pai começou a falar com ele, o Arthur parou se chorar, pareceu estar prestando atenção na voz dele. Os olhos do meu pai se encheram de lágrimas, ele mordeu o lábio tentando impedir que elas caíssem.

L7: Obrigada por isso! -olhou pra minha mãe-

Fiquei sem entender né, mas acho que era algo relacionado a mim e Arthur.

Eu estava tão feliz ao vê-lo, por mais que ele estivesse diferente, ele estava bem e isso me fazia esquecer de qualquer problema.