Capítulo 38

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Logo tratei de mudar de assunto, ficamos conversando na cama sobre os últimos babados que aconteciam pelo morro, Mayra fez questão de nos contar que ficou com o Junin de novo, essa garota não presta.

Lua: Ah então a mona que deixou ele com aqueles arranhões foi tu? -gargalhou-

Com elas era impossível não rir. Quando deu umas 9h meti o pé pra minha casa, andei até a entrada do morro enquanto pedia o uber.

Fj: Quer que eu te deixe em casa?! -parou de carro-
- Tá fugindo do meu dindo?! -me abaixei até a janela-
Fj: Entra logo aí -riu-

Entrei no carro e ele deu partida no carro nas fomos barrados na entrada.

Xx: O patrão tá doido atrás de tu, disse que não é pra tu sair do morro.
- Fala que eu a Heloísa pediu pra eu levar ela no asfalto pô. Agora saí da frente, porra.

O vapor olhou pra minha cara.

- Eu preciso ir pra casa cara, tá ficando tarde.
Xx: Abre aí rapaziada.

Os pau mandado abriram a barricada dando livre passagem pra gente, Fj deu uma arrancada com o carro saindo do morro em alta velocidade, quando chegamos na pista ele reduziu.

Fj: Teu padrinho hj tá arrancando meu coro.
- Tu deve tá merecendo né?!
Fj: Tô merecendo é um chá de coxa teu. -riu me olhando- Me tá me prometendo a séculos
- Quanto mais demorado melhor vai ser né?! -rimos-

Nós fomos conversando a viagem inteira, em menos de 20min já estávamos na porta do prédio.

Fj: Pronto madame, vai com deus.
- Vlw Fj -abracei ele-

Saí do carro e entrei no prédio rápido, aquela rua vazia me dava medo, entrei em casa dando de cara com a minha mãe falando no celular com alguém, nem prestei muita atenção eu só queria comer e dormir.

[...]

Atravessei o portão da escola junto com aquela multidão que estava doida pra ir embora. Como a Mayra nem o Paulinho tinham vindo pra escola hj, com certeza o PL não desceria pra me buscar então me dirigi até o ponto de ônibus pra poder ir embora.
Graças a deus o clima tava suave, não tinha aquele sol escaudando meus neurônios. Sem querer meus olhos se direcionaram a uma farmácia.

Lua: Esses enjoos... sei não hein
- Eu hein, saí pra lá. Só se for do divino espírito santo né?!
May: Custa nada fazer um teste.

Pensei no que elas me disseram ontem. Eu não poderia estar grávida nem por um decreto! Isso foderia com a minha vida, meu pai me mata de todas as formas possíveis.
Quando eu dei por mim já tinha comprado os testes, três de marcas diferente só pra ter a certeza, enfiei aquelas coisas na parte da frente da minha mochila e saí dali correndo vendo o ônibus se aproximar. Até que sem querer esbarrei em alguém.

- Ai, desculpa... -falei sem olhar-
Thiago: Tava querendo falar ctg. -parou na minha frente-
- Me esquece cara, porra. Não foi vc que me chamou de piranha? -me alterei- Saí da minha frente!!

Desviei dele seguindo meu caminho em passos rápidos, não cheguei nem a dar três passos e ele me puxou pela mochila fazendo os testes de gravidez cair. Ele olhou pros testes e olhou pra mim incrédulo.

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