Capítulo 44

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Duda: Vai ficar jogando isso na minha cara pra sempre?
- Vai ficar nesse cu doce ou vai me ajudar? -encarei ela-

Ela passou aos mãos no cabelo apreensiva.

Duda: Só não demora por favor...

Meu sorriso abriu involuntariamente. Andei depressa pra frente do quarto, de lá já dava pra ouvir os barulhos das maquinas, respirei fundo e abri a porta.. Eu poderia imaginar tudo, menos aquela.
Meu pai tava acordado!
Meu coração só faltava sair pela boca, ele ainda parecia estar dopado mas sim, ele tava acordado. O ar me faltou e eu saí do quarto sem pensar duas vezes.

Duda: Ué? -se aproximeou- Eu falei pra não demorar mas também não precisava ser rápido assim né?!

Minha respiração estava falha, o ar custava a chegar nos meus pulmões, minhas pernas tremiam mais que vara verde.

Duda: O que foi, garota? Vc tá me assustando! -me fez olhar pra ela-
- Ele tá acordado. -meus olhos se encheram de lágrimas-
Duda: Te-teu pai? -assenti- Como assim? A gente tem que chamar alguém!!

Ela andou até o meio do corredor chamando uma enfermeira, minhas pernas pareciam ter travado eu não conseguia e mover.

Xx: Vcs tem permissão para estarem aqui? -a enfermeira nos encarou-
- Meu pai acordou, meu pai acordou.. -falei ainda tentando acreditar-

A tal mulher nos olhou e encarou a porta, se dirigiu até o quarto mas logo em seguida voltou.

Xx: Vcs precisal descer. Vou chamar o doutor pra examinar o paciente e, pelo visto, vcs não deveriam estar aqui! -ela nos encaminhou até o elevador-
- Ele vai ficar bem?
Xx: Nós temos que examinar. O caso dele foi delicado demais, até cogitamos o caso dele não acordar mais. -apertou o botão- Agora vão, por favor!!

A porta do elevador fechou.
Eu mal tive tempo pra falar com ele, fui burra, me assustei e saí.. ele parecia tão perdido, com o olhar cravado num ponto fixo, magro, nem parecia o meu pai. Será que eu entrei no quarto errado? Não, não pode ser...

Duda: Vc quieta desse jeito me assuta mais que vc putassa!!

O elevador chegou, nenhuma de nós conseguia falar nada, minha vó veio até mim.

Vó: Onde vcs estavam? Não fizeram nenhuma besteira né?

Logo todos se juntaram a nós.

Gusta: Que cara é essa?
- Meu pai acordou! -limpei a lágrima que escorreu-
- QUE? -todos falaram numa única voz-

Todos estavam abismados com a notícia, assim como eu fiquei. Acho que no fundo sabíamos que teria uma grande chance dele não acordar, e meio que aceitamos a idéia mesmo não querendo que aconteça.

Leti: NASCEU!! -a voz dela ecoou pelo saguão fazendo com que todos a olhassem- O Arthur nasceu!

É esse, o dia mais feliz da minha vida!
Foi impossível controlar as lágrimas, a emoção, parecia que nenhum mal poderia nos atingir nunca mais.
Meus avós me abraçaram dizendo que tudo ia ficar bem, e eu tentei acreditar

[...]

O Arthur era a coisa mais linda desse mundinho. Não é por ser meu irmão mas olhaaaa, que criança abençoada no quesito beleza. Minha mãe tava com um sorriso de orelha a orelha, mesmo com o semblante cansado ela queria nos ter por perto.

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