Acordei com a minha mãe no quarto me chamando pra tomar remédio e descer pra jantar, olhei pela janela e vi que o seu já estava totalmente escuro, eu não fazia ideia do que horas eram.
Bia: Vc e seu pai se falaram hoje? -engoli a seco- Ele tá agindo estranho.
- Me diz quando é que ele não age estranho? -franzi a testa-Fui até o banheiro, lavei meu rosto sentindo a água gelada me despertar, ajeitei minha roupa no corpo e desci vendo meu pai e os meninos na sala.
- Jantar em família.. -ri sem humor- Tudo que eu precisava!
Tomei meu remédio, ajudei minha mãe com a louça, coloquei minha comida e sentamos pra comer. Por incrível que pareça o clima não estava pesado, tava todo mundo meio aéreo e isso estava incomodando um pouco a minha mãe porque ela, aparentemente, não sabe de nada que rolou hoje.
Eu estava intrigada com toda essa história que o Thiago veio encher minha cabeça, isso de voltar com ele pra criar o Isaac fora daqui me deixou confusa com tudo o que eu quero e tudo que eu tenho que fazer.
Terminamos de jantar no mesmo clima, calados começamos e quietos terminamos, fiquei na sala com pouco com o Arthur mas logo ele tava dormindo no meu colo, subi indo pro quarto dele, coloquei-o no berço e fui pro meu quarto.
Obviamente eu iria demorar pra dormir por ter acabado de acordar, fiquei de papo com o Kayke no celular. Eu tava com tanta saudades desse garoto que eu não consigo nem descrever.
L7: Posso entrar? -falou na porta do quarto-
- Já tá quase aqui dentro, né? Claro que pode! -falei sem olhá-lo-Ele se aproximou e sentou na ponta da cama me encarando, sei que ele não ia falar nada até que eu largasse o celular e o olhasse, então assim o fiz.
- Veio ficar admirando minha beleza? -encarei ele-
L7: Vim te falar que tô de boa! Não quero mais estresse com vc e com essa criança. -franzi a testa surpresa- Não vou ficar pedindo desculpa por uma parada que eu não me arrependo de ter feito, porque pra mim isso é falta de vergonha na cara, mas quero que tu saiba que vou fechar contigo pra te ver feliz.
- Pra me ver feliz ou pra não ficar com peso na consciência se algo acontecer comigo? -debochei-
L7: Tu já viu de quem tu é filha? -falou despreocupado- Vai acontecer nada contigo não porra, vcs são tudo protegido. Fazem merda desde sempre e nunca caiu b.o nenhum pra vcs, se isso não proteção eu não sei o que é! -engoli a seco-
- Era só isso?
L7: Vou mandar o bonitinho lá do volta pro buraco que ele veio ainda essa semana, e não quero ele chegando perto de vc nem por um decreto!!! Ou vc pode esquecer que eu sou seu pai e meter o pé do morro.
- Obrigada por não ter matado ele. -brinquei com meus dedos- Melhor explicar pra um filho que o pai dele sumiu do que falar que o avô o matou!
L7: Não tenho problemas com isso. -deu os ombros- Tenho mil e um motivos pra fazer e não hesitaria em mandar ele pro Carioca esquartejado numa caixa, se não fosse por vc!!Meu pai consegue ser muito frio quando quer, aquilo me enchia de pavor. Minha mãe sempre falou que quem sempre barrava ele de fazer merda era o dindo WL porque, se fosse pelo meu pai, ele já teria até matado o tio Pedro.
L7: E eu sei que aquele moleque te falou alguma coisa pq pelo jeito que vc entrou naquela hora, não parecia ser a Heloísa pé de guerra que eu conheço. -ri sem humor- Não confia! Só isso que eu tenho pra te falar...
Ele levantou da cama ainda me olhando, olhou pra minha barriga e negou com a cabeça saindo do quarto.
L7: Tudo que eu te falei aqui é papo reto. Quero te ver feliz seja como for! -bateu a porta-
Ok, isso definitivamente não foi um pedido de desculpas mas, por enquanto, tá melhor que antes. Não vou ficar iniciando pé de guerra com ninguém até porque isso só vai fazer mal ao meu bebê e a mim.
- Bicho orgulhoso é seu avô, hein Isaac! -passei a mão na minha barriga-
(...)
Ontem a noite foi longa... Vc dormiu? É, nem eu. Minha cabeça ficou a mil alternando entre minha conversa com o Thiago, as palavras do meu pai e tudo que anda me acontecendo. Essa parada de eu nunca mais poder ver o Thiago na VIDA me deu um frio na barriga por dois motivos: o óbvio, que é meu sentimento por ele, e pelo meu filho, que não vai poder crescer com um pai presente.
Daria minha vida para que o Thiago fosse filho de qualquer outra pessoa desse mundo, mas eu entendo total o lado do meu pai de querer nos afastar. Ele já me causou muito mal.
Acordei já era 15h, tava chovendo pra caramba então é óbvio que eu ficaria o resto do dia na minha cama, levantei pra tomar um banho quentinho, vesti qualquer moletom e desci pra almoçar.
Henri: Já ia lá em cima vê se vc tinha morrido. -falou concentrado no videogame-
- Cadê minha mãe?
Henri: Ligaram pra ela da agência falando umas paradas de refazer contrato e ela foi correndo.Fiquei feliz por ela, depois que o Arthur nasceu eles romperam o contrato e ela ficou arrasada porque modelar é o que ela ama fazer.
Fui pra cozinha, coloquei um bom prato de comida, almocei e logo fui tomar meus remédios e vitaminas, voltei pro quarto e me enfiei na cama. Do nada me bateu maior vontade de comer um pão doce, e nunca nessa vida que eu vou sair nessa chuva pra comprar algo.
Tentei ligar pro Paulo, mas o desgraçado disse que tava com uma menina e não ia sair pra fazer nada pra mim, vou jogar um tersol nele, ele vai ver só...
Procurei o contato do Junin e liguei.
Junin: Fala comigo, cumadre. -atendeu e eu gargalhei-
- Teu afilhado tá querendo um pão doce tem como tu trazer aqui em casa não? Aqui eu te dou o dinheiro.
Junin: Aaaooo, nessa chuva? Tô voltando pra boca já já.
- Aproveita e passa aqui, môzin.
Junin: Contramão pra caralho, Heloísa. Alivia aí!
- Vou ter que jogar um tersol em vcs tudo, caralho... -prendi o riso-
Junin: Brinca com essa porra não, essa parada é feiona! -ri-
- Então, vai ter como me trazer o pão doce, lindo?
Junin: Posso pedir pra Mayra levar? Que eu deixo ela aí perto e corro pra boca.
- Deus me livre! Só se for pra ela jogar um veneno no meu pão doce. -ele gargalhou-
Junin: Deixa de ser escrota, Heloísa. Ou é isso ou não tem pão doce!Escutei a Mayra falar algo no fundo da ligação mas não entendi o que era.
- Tá bom, né?! Já que é assim...
Junin: Deixa de cu doce vcs duas, hein porra! -resmungou- Já já teu bagulho chega aí.
- Ok princeso, valeu. -desliguei-Agora que consegui meu pão doce tô até mais feliz, Mayra que lute pra trazer até a mim porque eu não levanto dessa cama por nada, principalmente por eu não ter repousado quase nada desde que voltei do médico.
Nesse meio tempo acabei cochilando enquanto eu esperava ela chegar, quando acordei ela tava dentro do quarto com uma sacola nas mãos.
- Valeu, o dinheiro tá ali em cima da cômoda. -peguei a sacola-
May: Virei entregador, caralho? -me olhou- Junin, falou que não precisa pagar.
- Sendo assim, po... -ela me interrompeu-
May: Ele me falou que ele vai ser padrinho da criança.
- Come se vc ligasse, né? -falei impaciente- Me poupe dessa ladainha, por favor, parece que vcs combinaram de querer se redimir de uma hora pra outra. Eu hein!
May: Vc nem tá me deixando falar... -falou calma-
- É, parece que foi a mesma coisa que vc fez comigo quando eu contei da gravidez, né? Engraçado... -debochei mordendo o pão doce-⛔
O que acharam dessa conversa com o L7?
A Helô deveria tá perdoando fácil assim ou ter outra postura, como ela tá tendo com a Mayra?
Votem e comentem muito!!!!
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Do Asfalto ao Morro 2
Teen Fiction- Meu deus, o que eu fiz com a minha vida? -suspirei pesado- Meu pai vai me matar!!! >>>>>>>> Anos se passaram de tudo o que aconteceu com Bia e L7. Seus filhos, já crescidos e com as emoções a flor da pele, começam a viver aventuras bem loucas em c...