Capítulo 37

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(Leiam as notas primeiro antes de começarem a ler o capítulo)

Mayra narrando

Acordei com o barulho do meu celular tocando, olhei pro lado com dificuldade por causa da luz reparando que eu não estava no meu quarto, levantei rápido olhando de baixo do lençol e vendo meu corpo nu.

- Meu deus do céu, o que eu fiz????

Ver minhas roupas espalhadas pelo quarto me fizeram ter lembranças da noite anterior, procurei meu celular pela cama e vi que a Heloísa tava me ligando.

Helô: AONDE VC TÁ, GAROTA???? -gritou assim que eu atendi-
- Fala baixo, Heloísa. -senti minha cabeça doer-
Helô: Te liguei mil vezes, ninguém sabe de vc caralho. Tua mãe tá preocupada!
- Tô no morro, relaxa. -falei baixo- Daqui a pouco chego em casa, só não sei como.
Helô: Me explica isso direito, Mayra. Onde vc tá??
- Quando eu chegar a gente conversa, bj. -desliguei-

Fui nos contatos pra procurar o nome do Junin, ele precisava me tirar daqui.

Junin: Fala? -atendeu-
- Como é que eu vou sair daqui?
Junin: Tu dorme pra caralho hein. -gargalhou-
- Eu tô falando sério, cara. Tua mãe tá na sala, a rua deve tá cheia por causa do pagode, vai geral me ver.
Junin: Houve um poblema aqui na boca, não posso sair agora.
- Tá de sacanagem né?!
Junin: Relaxa, daqui a pouco broto aí. -desligou-

AAAAAA não acredito!!! Eu vou morrer aqui esperando esse garoto, preciso dar um jeito de sair daqui se não minha mãe vai enlouquecer.
Catei minhas roupas pelo quarto me vestindo, olhei pela brecha da porta quarto e vi a mãe dele fazendo algo na cozinha, voltei pra cama e me joguei pensando na merda que eu fiz...

Eu já estava ali a quase duas horas, minha paciência tava chegando ao fim, minha mãe já tinha me ligado e gritou muito no meu ouvido por eu ainda não ter chego em casa até agora. Eu tô morrendo de fome, doida pra tomar um banho, não aguento mais ficar aqui. Dei um pulo da cama ao ouvir a porta da sala bater.

Junin: Coe mãe, e o almoço?
Jurena: Por acaso tu aprisionou essa menina no quarto? -ouvi ele gargalhar-
Junin: Ela que é maluca, tá com vergonha de sair. Mayra! -me chamou-

Meu deus do céu, eu devo estar roxa de tanta vergonha. Não acredito que ela sabia que eu tava aqui esse tempo todo.

Jurena: Ela deve tá vermelha de fome. Tadinha.

Vi ele abrir a porta prendendo o riso dando espaço pra mãe dele olhar pra mim também, os dois riam da minha cara de tacho como se não houvesse amanhã.

Jurena: Pode deixar que eu não conto pra ninguém que vc teve aqui. -piscou rindo-
- Ai mds, que vergonha. -tampei meu rosto passando por ela- Eu preciso ir pra casa!
Junin: Coloca o capacete, vou te deixar lá no beco da divisa dali tu desce. -me entregou o capacete-
Jurena: Tem certeza que não quer comer nada?!
- Não, obrigada. Minha mãe tá louca atrás de mim pq esse retardado me deixou aqui. -falei colocando aquele treco-
Junin: Bora logo tenho que voltar pro trabalho. Tchau mãe, daqui a pouco volto pra comer.

Andamos até a porta, fechei o capacete e saí. Aquela rua estava realmente lotada, muitas crianças bricando, as vizinhas, como sempre, fazendo fofoca e algumas pessoas circulavam por ali, espero que ninguém me reconheça. Subi na garupa da moto e ele desceu aquela rua rasgando, o rádio dele apitou mas eu não consegui entender nada por conta do barulho de motor, ele virava no becos em alta velocidade fazendo todos nos olhar. Desgraçado! Chegamos no beco da divisa que graças a deus estava sem uma alma se quer, desci da moto tirando o capacete.

Do Asfalto ao Morro 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora