Capítulo 33

596 128 98
                                    

ARTUR DANTAS:

Ah!

Meu corpo solavancou para cima e eu senti todo o meu pulmão latejar com dor. Minha cabeça doía imensamente, os meus olhos estavam pesados, tentei me virar para o lado. De longe, eu avistei alguém, mas minha visão estava muito embaçada. Um vulto se aproximava de mim, senti uma mão colocar uma gosma em minha pele e assim que aquilo encostou em meu corpo. Toda aquela dor me fez desmaiar de novo.

🪵

Não sei quanto tempo fiquei inconsciente, todavia quando consegui mexer minhas mãos e levá-la em meu rosto senti os pelos da minha barba, toquei em meu peito e estava sem minha roupa. Olhei de soslaio para o canto de uma parede e vi uma fogueira acesa. Tentei apoia minhas mãos no chão para ter forças para levantar, mas cai de novo.

— Não se esforce. — Uma mulher, com um português bem puxado, disse e vinha em minha direção.

Eu queria falar mais minha língua pesava. Ela botou algo em minha boca não demorou adormeci.

🪵

Abri os olhos novamente e dessa vez eu enxergava nitidamente uma mulher loira a minha frente, ela estava abaixada colocando lenha na fogueira. Quando a mesma se virou em minha direção pronunciou:

— Você acordou!

— Quem é você? — perguntei com dificuldade.

— Sou a Chelsea. Por favor, espere. — Ela mostrou a palma das mãos pra mim e saiu apressada.

Deitei novamente com minha respiração ofegante. Não demorou ela voltou com um homem alto e loiro. Ele veio até mim, se abaixou ao meu lado e com os olhos brilhando falou:

— Você é um milagre! — Ele me examinou dos pés à cabeça.

— Onde estou? — perguntei com dificuldade, sentindo todo meu corpo reagir ao mínimo possível de qualquer esforço.

— Está numa aldeia — o homem informou a minha localização.

— Como cheguei aqui? — Levei meu antebraço para cobrir meus olhos. A luz do dia que entravam pelas brechas fazia os meus olhos doerem.

— Nós o encontramos enquanto caçávamos. Você estava praticamente morto. A sua pulsação era quase zero, mas pela graça do bom Deus está aqui. — O loiro me virou de lado para verificar um curativo.

— Quem são vocês?

— Somos missionários — ele respondeu e me fez voltar para a posição anterior. — Trabalhamos nessa aldeia há uns cinco meses e eu sou médico.

A palavra "missionário" fez minha mente querer se lembrar de algo, mas não conseguia definir o quê. Estava tudo confuso e a minha mente parecia reviver as memórias de modo embaçado.

— Há quanto tempo estou aqui?

— Já faz duas semanas. — Ele se levantou e pôs as mãos na cintura. — Pensávamos que não iria acordar.

— Orei tanto por você – a mulher loira falou.

Fiz um movimento de cabeça em gratidão.

Ela sorriu alegre e olhou para o homem loiro ao meu lado com entusiasmo.

— Você deve está com fome.

De cima de uma cadeira ao lado dela, a mesma tirou um prato feito com folhas de bananeira entrelaçado, em cima dele havia algumas frutas. Assentou-se ao meu lado e começou a colocar comida na minha boca. 

O homem loiro saiu nos deixando a sós.

Assentando-se ao meu lado. Começou a colocar comida na minha boca.

— Qual seu nome? — perguntei ao homem com dificuldades.

— Steve. — ele estava ao lado dando suporte a Chelsea.

Ele molhou minha boca com água e senti o refrigério em meu corpo.

— Sou o Artur.

— Ficamos muito feliz por você está vivo. — Ela tinha um sorriso sincero na face. — Meu marido é um ótimo médico, mas o Senhor Deus foi maravilhoso.

— Eu agradeço a Deus e vocês dois por acolherem algo abandonado ao léu.

— Os filhos de Deus nunca são abandonados ao léu. — Steve declarou e eu assenti.

— Agora que você acordou sua recuperação será mais rápida. — A expressão de felicidade da mulher me lembrava alguém, mas quem?

— Minhas memórias estão falhando. — Coloquei a mão na cabeça.

— Isso é normal depois de tanto tempo desacordado, mas você não a perdeu, logo ela volta. — Depois disso, Chelsea se levantou e disse, por fim: — Durma um pouco.

Com o prato de frutas na mão ela se retirou e eu concordei com ela, pois o sono já se fazia presente.

🪵

Olha quem apareceu! Espero que gostem! 

Uma Porta de EsperançaOnde histórias criam vida. Descubra agora