Seis - Grávida?

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Eu falei que talvez teria um capítulo antes de sábado, e cá nós estamos ♡

Capitulo Seis – Grávida?

Os dias se passaram e eu não saía mais de casa nem para ir à esquina. A minha história se espalhara por toda a mídia e sempre havia alguém falando mal de mim nas redes sociais da minha mãe — já que eu não as tinha — no entanto, também havia aquelas pessoas que só me mandavam mensagens de apoio, mensagens de carinho e isso me ajudou a não entrar em uma tristeza profunda. O Caio me ajudava muito também. Ele trazia sempre a mãe dele até minha casa e passávamos horas e horas rindo e nos divertindo. Eu havia parado de ir à escola e estava estudando em casa com um professor particular. A escola era algo a parte que eu não queria ver durante uns bons anos, ou até esse assunto morrer pelo menos, mas eu sabia que mesmo que na mídia esse assunto morresse, na escola nunca morreria, na escola todos iriam me julgar pelo resto dos meus dias e com absoluta certeza esse não era meu objetivo.

Esse vídeo tinha acabado com a minha vida. Eu não sorria mais com tanta frequência, não tinha mais aquela alegria que sempre tive e para comer eu não tinha vontade. Minha vida tinha se tornado um inferno. Saber que ninguém mais me olhava como antes ou até mesmo não gostava de mim só por causa desse vídeo, me deixava triste. A ideia de que muitos fãs de minha mãe me conheceram dessa forma me assustou. Que mensagem ou que credibilidade eu traria aos outros quando os pedisse para não fazer algo de errado? Meus futuros filhos, e se eles descobrirem sobre essa noticia?

Tornou-se muito difícil a tarefa de me olhar no espelho sem me lembrar do que eu havia feito, toda a festa — em detalhes — começava a aparecer em minha mente, me alucinando da realidade por alguns minutos. Era realmente um desespero ter que viver os momentos mais terríveis de minha vida só por me olhar no espelho. Os meus olhos estavam cansados, tristes, eu pensava em como esconderia aquelas olheiras. Como a vida de alguém muda tanto por causa de um simples vídeo?

O meu calmante era a voz do Caio.

Quando ele cantava, tudo ao meu redor virava flores, tudo o que eu via e ouvia era paz, calma e amor. Nada, além disso. Ele tocava os acordes do violão e era como a voz de um anjo me dizendo que tudo ficaria bem, me dizendo que tudo se acalmaria no seu devido tempo. Cheguei a pensar que ele era um anjo. Mas como não? Aqueles cabelos lisos, negros e brilhantes, aqueles olhos escuros como carvão e sua boca pequena, me fazia achar que meu melhor amigo era um anjo, e o mais lindo deles...

Passado alguns dias, comecei a ter enjoos e ir ao banheiro frequentemente. Comecei também a ter vômitos muito severos, que machucavam muito, então decidi contar para minha mãe e ela me levou ao médico. Eu não sabia se ela já desconfiava do que fosse, mas não iria perguntar, o medo de sua resposta era muito maior que a curiosidade.

Já dentro da sala do médico e depois de dizer-lhe tudo o que eu sentia, suas palavras foram:

—Desconfio do que seja — disse o Dr. Eduardo Sant'Ana — mas não vou arriscar, então, faça um exame de sangue e me traga aqui até o fim da tarde.

Minha mãe concordara e fomos fazer o exame.

Fui fazer o bendito exame. Todos ali me olhavam estranho e me reconheciam, mesmo quando eu usava óculos de sol e um turbante.

Meu coração estava na mão. Imagina se desse algo ruim? E se desse algo incurável? Talvez um câncer? Ajuda-me Deus! Eu sempre fui exagerada, quando algo pequeno acontecia comigo, eu logo multiplicava por dez e ficava muito pior, aos poucos estava tentando mudar tudo isso, todavia, sempre foi difícil. Uma das minhas vontades era ir a um especialista tentar resolver, entretanto nunca houve um tempo. Eu estava assim ali, achando que estava com um câncer ou até mesmo algo bem mais sério. Mas quem disse que eu estava enganada?

Meu Mais Perfeito Erro (concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora