Quarenta e Dois - Assombrada Pela Proporção do Vídeo

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Capitulo Quarenta e Dois — Assombrada Pela Proporção do Vídeo

No dia após a festa surpresa do Caio eu acordei com medo.

Eu estava com medo de adolescentes idiotas que não entendem a dor dos outros.

Sempre ouvi muito a opinião alheia, e pelo fato de minha mãe estar exposta, isso dificultava um pouco mais, no entanto, não havia naquele momento nada mais temeroso para mim, que lidar com aqueles adolescentes. E se eles falassem da minha pequena Sofia? Isso seria injusto! E se o vídeo fosse citado durante alguma aula? O que eu faria?

— Meu Deus! — exclamei mais tensa que quando acordei.

— Se acalma, Rebeca — minha mãe disse, estava sentada em minha frente na mesa e minha avó sentava na ponta. — Vai dar tudo certo. É só parar de ter medo.

— Que Deus te ouça mãe! — Peguei um pão de queijo e comi, tentando esquecer aquela tensão.

Renata havia dormido no sítio, para podermos ir juntas para a escola, no entanto, ela não estava à mesa, ela e Holly e o Marcus estavam junto com os outros funcionários da casa tomando café da manhã na cozinha.

Meu coração apertava, eu entendia o motivo e tinha certeza que se a pessoas estivessem em minha pele também sentiriam isso. Era tão complicado! O medo me assolava a todo instante! Eu não sabia como reagir, não sabia como poderia revidar caso me falassem algo. Adolescentes idiotas é pior raça de ser humano que poderia existir. As minhas experiências com a escola me fizeram triplicar o medo. Na minha antiga escola todos faziam questão de jogar na cara todo e qualquer erro que qualquer pessoa cometesse, e se a pessoa fosse alguém público, isso intensificava, mas parecia que comigo era bem pior. E estava temendo nessa nova escola fazerem o mesmo, visto que agora além de filha da famosa Claudia Volaes, eu também era namorada de Caio Borges. Seria pior?

Renata chegou na sala de jantar e me chamou para irmos, alegando já estarmos quase atrasadas. Subi correndo para o meu quarto e escovei meus dentes, peguei minha mochila preta em cima da cama e desci até a sala de estar. Sofia estava no colo de minha mãe, então a peguei e distribui vários beijos em sua face. Consegui ver um esboço de um sorriso e consegui sair de casa tranquila.

Minha amiga estava com a mesa roupa que eu: uma calça na cor vinho com detalhes pretos e um casaco e uma blusa também vinho. A única coisa que a escola não fornecia como uniforme eram os calçados, mas obrigava todos os alunos a irem de tênis. Nada de saltos, sandálias ou sapatilhas. Por tanto, eu e a mãe do Marcus calçávamos um All star branco cada uma.

— A minha mãe disse – começou Renata. Eu estava olhando pela janela do banco de trás da Hillux e logo virei meu olhar para vê-la, que estava ao meu lado. — que nós estamos na turma com o menor número de pessoas da escola. E segundo a diretora essa é a melhor turma da escola. Sem baderna e todos muito educados.

— Você sabe que isso não me acalma, né?

— Beca, não sei por que se preocupar. Essas polêmicas de famosos são esquecidas rapidinho. E sem contar que o Sam fez um ótimo trabalho tirando o vídeo da rede.

— Espero que sim.

O restante do caminho nós trilhamos caladas. Eu olhava e admirava o desleixo que a menina ao lado tinha com o próprio cabelo. O meu eu tinha feito questão de acordar cedo e fazer uma fitagem com direito a muito volume e sem frizz. Mas Renata não ligava para isso. Seu cabelo estava preso num coque mal feito e tinha frizz por todos os lados.

— Por que seu cabelo tá bagunçado? — não me aguentei e perguntei quando finalmente vi a caminhonete parar no portão da escola.

— Tava com preguiça de arrumar. Sabe, com o tempo você começa a perceber que nada tem importância, além de seu intelecto e sua boa aparência da alma.

Meu Mais Perfeito Erro (concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora