Trinta e Seis - O Primeiro Passeio de Sofia

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Capitulo Trinta e Seis — O Primeiro Passeio de Sofia

— Por que você não está com a... — Caio começou falando com a garota em minha frente e se calou quando pousou o olhar sobre mim. — Beca? — Ele parecia surpreso com minha mudança. Na verdade, eu também estava surpresa por de fato conseguir mudar meu cabelo. — Seu cabelo... — ele pontuou aquilo que eu esperava que ele comentasse.

— O que achou? – perguntei.

— Era essa a surpresa? — Assenti. — Eu adorei! Você está linda, meu amor! — Meu namorado veio até mim e me beijou na bochecha. Puxou uma das cadeiras que estavam ali na mesa e se sentou. — Não imaginava encontrar vocês aqui — Caio disse após se sentar e colocar seu celular sobre a mesa.

— Eu estava com fome — falei. — E você, o que faz aqui? Não deveria estar trabalhando no novo show?

— Todos merecem uma hora de almoço — Caio falava olhando o cardápio atrás de algo que o agradasse. — Teve noticias do Davi?

— Não! Meu Deus, minha filha! Eu fiquei tão preocupada com o corte de cabelo que esqueci que ela estava com o pai. Eu sou uma mãe horrível!

— Calma, Beca — Renata falava. — Ela deve estar bem. Por que não liga pra ele?

Logo peguei meu celular e fazia uma chamada para o pai de minha filha. Chamava uma, duas, três, quatro vezes e nada. Esperei por mais algum tempo e Davi não atendeu o celular, me deixando mais preocupada. Tornei a ligar e dessa vez ele me atendeu no quarto toque.

— Desculpa, estava no banho. — ouvi sua voz grave dizer.

— Cadê minha filha? Você a deixou sozinha? Você é doido? Pode me traze-la agora! Seu irresponsável!

— Ela está com minha mãe. — ela parecia entediado. — Para de paranoia. Minha mãe sabe cuidar de minha filha. Você ligou pra quê mesmo?

— Para saber como ela está e que horas você vai trazer ela.

— Ela está bem. Nós fomos até a praça do meu condômino e ela se divertiu muito. Eu vou leva-la às quatro da tarde, foi esse o combinado.

— Tenha muito cuidado com ela! — adverti.

— Às vezes eu acho que você esquece que ela também é minha filha e que eu nunca faria mal a ela. — Ele suspirou. — Nos falamos mais tarde, Rebeca. Tchau. — Davi desligou a chamada. Tirei o celular do ouvido e o coloquei em cima da mesa.

— Ela tá bem — falei enquanto o garçom servia alguma coisa para o Caio cujo eu não prestei atenção.

—Te falei que estaria — ele pontuou. — Bem, preciso me alimentar, meu almoço termina em quarenta minutos e hoje a tarde é bem puxada.

Fiquei ali, com Caio e Renata, também almoçando. As palavras de Davi corriam em minha mente: "Às vezes eu acho que você esquece que ela também é minha filha e que eu nunca faria mal a ela" na verdade eu achava que qualquer pessoa faria mal à minha pequena Sofia. Eu tive uma gravidez perturbada. Todos me criticaram quanto ao vídeo e por achar que fariam a mesma coisa quando descobrissem da gravidez eu sumi das redes sociais e me tranquei em casa. Isso foi bem fácil, visto que eu já não saía. No entanto isso gerou uma dúvida em minha mente: as pessoas gostavam ou queriam conhecer minha filha?

Eu não queria pagar para ver.

Mas eu precisava colocar na cabeça que meu medo não precisava afetar o Davi e meus familiares. Davi era o pai dela, ele nunca iria querer o mal dela, ele devia estar nas nuvens tanto quanto eu estava. A maternidade era um sentimento maravilhoso e podia jurar que a paternidade era igual.

Eu não deveria me preocupar com o Davi. Deveria começar a pensar em como promover mais encontros dele e de Sofia. Eu não desejava que ela crescesse com a imagem de um pai distante, o pai dela precisava estar tão presente em sua vida quanto eu, e mesmo que não estivéssemos juntos, conseguiríamos fazer isso, só precisávamos tentar.

— Amor? — Caio me chamou.

— Sim?

— Eu não vou à mansão hoje, está bom? Eu tô extremamente cansando.

— Tudo bem. — Eu olhei as horas em meu celular e já se passavam do meio dia. – Renata, vamos? Podemos passar no shopping e comprar alguns sapatos novos.

— Ok.

— Amor — o chamei enquanto Renata mexia no celular. — me ligue mais tarde, tá? —Caio assentiu e chegou mais perto para me beijar, eu não recuei e enquanto eu ouvia Renata conversando com alguém no celular, eu sentia os dóceis e calorosos lábios de Caio Borges.

•••

Renata e eu adentramos a porta principal de minha casa com Seu João atrás de nós segurando muitas sacolas. Havíamos comprado muita coisa para nós e para nossas crianças. Eu estava exausta! Despedi-me de Renata e fui direto para o meu banheiro, precisava urgentemente tomar um banho e precisava fazer isso rápido visto que já eram três da tarde e logo o Davi apareceria para me entregar nossa filha.

Trinta minutos depois eu estava na cozinha assaltando a geladeira. Estava usando um short simples e estava descalça. Meu cabelo curto caía em meus olhos e eu tentava faze-los ficar atrás da orelha, mas só tentava mesmo porque estava longe de conseguir.

Achei na geladeira um pote de sorvete e o peguei. Era sorvete de maracujá, o meu favorito. Peguei uma colher e me servi numa taça própria para sorvete, depois de tudo arrumado novamente, fui até a sala e liguei a tevê. Estava a fim de ver um filme. Sentei-me na poltrona e liguei a tevê. Eu estava sozinha em casa, era sábado, minha mãe provavelmente estava na emissora e o Sam devia estar em seu apartamento. Eu estava gostando daquele momento sozinha.

Um filme de fantasia começou a ser exibido na tela plana a minha frente e eu prestei total atenção.

Sessenta minutos depois ouvi a companhia tocar. Larguei a taça vazia em cima da mesinha de centro e caminhei até a porta, provavelmente era o Davi trazendo a Sofia, já que ele nunca chegava na hora, sempre estava atrasado.

— Oi! — Davi disse quando abri a porta. Ele segurava minha filha nos braços. Ela estava com um vestidinho vermelho e um lacinho na cabeça, estava tão fofa! — Desculpa a demora, o trânsito estava caótico como sempre.

— Tudo bem, entra. — Dei espaço e ele entrou. — Ela gostou do dia?

— Sim! — Ele se sentou no sofá. — Ela amou minha mãe e meu irmão mais velho. Passamos o dia juntos. Toda a família gostou da nossa pequena. Ela é adorável.

— Que bom!

— Rebeca, preciso te contar uma coisa. — Ele estava nervoso. Parecia também ter medo. Assenti e esperei ele começar — Eu vou passar um tempo longe. Vou sair de São Paulo por alguns meses.

— Meses? E a Sofia? Você vai largar a sua filha aqui a deus dará? Você é louco? — Por um instante em minha cabeça me veio a imagem da minha filha crescendo sem um pai presente. Ela com certeza teria o Caio, mas ele tão tem o DNA dela. Eu não queria essa criança com medo de algo assim acontecer! E se Sofia nunca mais ver a cara do pai?

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Eu tô percebendo que a Rebeca é meio dramática demais, vocês também? Kkkkkkkkkkkk

Beijo,
Suully!

19/03/2019

Meu Mais Perfeito Erro (concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora