Meu Mais Perfeito Erro (concluído)

Vinte - A Música do Amor

Capitulo Vinte — A Música do Amor

— Hm... Hã... — Claudia tentava se explicar, mas estava envergonhada. Eu estava encostada no batente da porta, olhava para Samuel com um olhar cumplice e ele me olhava de volta, parecia também envergonhado. — Desculpa Beca. — Claudia pedia de cabeça baixa. — Desculpa você ter visto isso.

— Mamãe, calma, eu não tenho mais cinco anos, não tenho a fantasia de que a senhora necessariamente precisa amar o papai. Calma. Se libere para amar. O Sam é um ótimo cara. — Fui me aproximando deles, minha mãe ainda não conseguia olhar em meus olhos, estava extremamente envergonhada. Eu também estaria. Peguei em suas mãos e ela então olhou em meus olhos. — O que a senhora sente pelo Sam não é legal? Tipo, é algo que te deixa bem, não é? — Ela assentia em todas as perguntas. — Então investe, não prenda um sentimento por que acha que eu não vou aprovar. Eu te amo e te quero bem, e se a senhora está bem com o Samuel, o que eu posso fazer além de apoiar?

— Tem certeza que isso não te magoa?

— Claro que não! O Sam me dá presente de natal e sem eu falar o que eu quero ele advinha magicamente e me presenteia com o objeto dos meus sonhos. — O advogado sorriu orgulhoso. — Ele é maravilhoso, não podia ter alguém melhor que ele para ser seu par dos sonhos.

— O que você quer dizer com isso? — perguntou-me Claudia confusa.

— A senhora vai ver. — Olhei para Sam e lhe disse: — Vai em frente, faça seu pedido, mas rápido, quero ver o Caio na tevê.

Samuel chegou perto de minha mãe e revirou os bolsos do terno procurando algo, e logo ele achou dois anéis de prata, envoltos num pequeno lencinho branco da mais pura ceda. Minha mãe levou a mão à boca, surpresa, e eu? Somente sorria, sabia que minha mãe estava feliz e seria por um bom tempo seguinte.

— Senhora Ana Claudia Volaes Trenton, aceita ser a namorada do Samuel Norbert Peters? Bem, eu sou legal, prometo.

As lágrimas de minha mãe diziam muita coisa.

— Claro! É óbvio que sim! — Logo eles trocaram as alianças prateadas e abraçaram-se.

Ainda da porta da cozinha eu ouvi o programa de vozes sendo iniciado.

— Bem, eu estou indo ver o meu futuro namorado ganhar um concurso. — não prestei muita atenção na minha frase, mas depois de ver o sorrisinho malicioso no rosto de minha mãe, me concertei: — Vou ver o meu amigo. Só amigo. Só isso. Nada mais. Fui.

Saí dali ouvindo minha mãe rir do meu comentário.

— Boa noite! — o apresentador disse entre os gritos da plateia. — Bem vindos a final do grande concurso Vozes Amadoras! Os finalistas são: GQuatro! — ele gritou e do seu lado esquerdo no palco entraram as irmãs que concorriam com o meu melhor amigo. — E Caio Borges! — A plateia foi à loucura. Quando Caio entrou seu sorriso estava ali, em seu rosto, nos mostrando sua total alegria. Eu via como ele estava diferente, seu cabelo caía na altura do pescoço, tinha enormes cachos de dar inveja a qualquer babyliss. Sua barba por fazer dava um charme impressionante ao seu rosto, e seu sorriso estava mais verdadeiro. Isso me causou certa raiva, Caio estaria mais feliz longe de mim do que quando éramos amigos?

— Boa noite gente! — meu ex-amigo disse para a plateia. Sua roupa preta lhe dava o charme de um adolescente levado, mas bonito.

— Hoje é a grande final e estamos ao vivo! — tornou o apresentador a falar depois de cumprimentar os jurados e lhes apresentar ao público. — Mas primeiro temos uma apresentação dos nossos candidatos juntos! Então, solta o som!

Caio olhou para as quatro irmãs e sorriu, até pareciam amigos. Uma música começou a tocar, eu reconhecia, era do Jackson 5, I'll Be There. Era uma música impressionante, linda, eu a amava e esperava que de fato o Caio se sobressaísse perante aquelas meninas, elas cantavam muito bem!