Bom dia!! O que estão fazendo nesse dia frio?? ♡ Nada melhor que frio e um bom livro, não é mesmo?
Capitulo Dezessete — Entrevista
Uma vez dentro da casa, minha surpresa foi notória: a casa era enorme! Era muito maior que a minha. A decoração da sala de estar era rustica e chamou minha atenção, os móveis eram antigos, e em madeira, o que ajudou mais em minha surpresa. Fui informada que minha mãe estaria na piscina, junto com a filha do dono da casa. Se ela estava com a filha, ela não podia ser demitida, né? A filha ainda não era dona, só seu pai fazia isso. Bom, deixei esses pensamentos de lado e me direcionei até a piscina com a supervisão de uma funcionária que me ofereceu ajuda.
Minha mãe estava numa mesa que se localizava perto do jardim, um pouco distante da piscina, ela conversava com a mulher que percebi ser a filha mais velha, Jessica Bolt. A Jessica era a única filha dos Bolt que trabalhava na tevê assim como o pai, as outras duas seguiram carreira com outras coisas — a Anny se formou e trabalha como arquiteta em algum país da América Central, já a Alice, a caçula, era fotógrafa em Londres. Eu nunca tive a oportunidade de conhecer a Anny, mas a Alice sempre ia até a casa do pai e passava nas festas que minha mãe ia. Ela é uma pessoa muito educada e humilde, além de ser muito linda. Jessica não saía desse patamar também não. Era uma morena de pele negra e um par de olhos castanhos. Seu cabelo liso sempre foi na altura dos ombros, e ela sempre foi muito alta para alguém de sua idade.
Cheguei atrás das câmeras e perguntei se podia interromper um pouquinho a gravação na intenção e falar com minha mãe, me pediram para esperar só mais dez minutos e o fiz.
O jardim que estava atrás de mim me chamou a atenção e me encaminhei até lá. Tirei meu celular da bolsa e tirei algumas fotos de uma bela flor na cor rosa que ali existia. Aproveitei e tirei algumas fotos minhas, de óculos, sem óculos, cabelo solto, cabelo preso... Eu ainda estava aflita, no entanto tentava ao máximo não me desesperar, tentei não mostrar aos outro que eu estava mal.
Os dez minutos se passaram e logo eu estava sentada com minha mãe do outro lado da piscina, onde ninguém nos ouvia.
— O que você quer Beca? — ela perguntou visivelmente preocupada.
— Falar sobre o aborto. — Abaixei minha cabeça visivelmente envergonhada, temendo sua raiva. Mas pelo contrário, minha mãe esperou que eu continuasse a falar, e foi exatamente o que fiz. — Mãe, eu percebi que não quero mais fazer esse aborto, mas eu também não quero ter essa criança. O que eu faço? Eu me preocupo muito com a mídia, me pergunto o que ela pensa ou deixa de pensar de mim. Estou fazendo o certo? Por que o aborto é ruim se pra mim parece ser a única solução?
Claudia me abraçou. Era o que eu precisava, era o que eu queria naquele momento. Minha mãe sabia exatamente do que eu precisava. Ali em seu ombro eu chorei, me desabei, tirei de mim tudo o que me perturbava. Eu sentia que era tudo o que eu precisava, era como se uma rocha pesada que estava em minhas costas estivesse sendo tirada.
Passei alguns momentos ali, tentando colocar para fora todas as coisas que eu tinha que falar com Claudia Volaes. Eu não queria mais viver ali no Brasil, não queria mais ter a mídia em cima de mim, não queria mais ter toda vida que eu tinha. Precisava sumir por uns tempos, e era exatamente isso que eu queria fazer.
— Eu sei por que essas lágrimas — minha mãe dizia ainda abraçada a mim. — E te apoio, você não precisa abortar.
— Eu não vou mais abortar, mãe, mas também não quero ver essa criança. — Nos soltamos. Claudia esperou que eu terminasse de falar. — Eu vou esperar esse bebê nascer e vou pros Estados Unidos, preciso passar um tempo longe de toda essa vida aqui — hesitei um pouco na esperança de que minha mãe começasse a falar, porém nada de sua boca saiu, então continuei. — Hoje o Sam me contou que é filho da Norbert e eu tenho certeza que a senhora sabe — ela assentiu —, aqui ele conseguiu um porto seguro, eu posso conseguir isso lá também. A herança do meu pai sai no próximo ano, enquanto isso eu posso estudar administração e cuidar das poucas ações dele. E quando de fato eu estiver bem, eu volto a ver esse bebê.
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Meu Mais Perfeito Erro (concluído)
Romance"Cometer erros para mim nunca foi normal, porém, cometi um que acabou com toda a minha vida." Rebeca se vê presa a uma única opção quando, por pura desobediência, engravida em uma festa. Depois de muito pensar, opta por um aborto, porém, sua mãe, as...