Eu me esqueci de postar o capítulo antes, sinto muito kkk
Capitulo Trinta e Cinco — Alguns Garotos São Babacas
Dentro do carro Renata e eu íamos para um restaurante. Já se passavam das onze e toda a adrenalina do salão me fez ter fome. Já estávamos chegando, eu e Renata conversávamos sobre alguma coisa muito fútil quando Seu João estacionou o carro no restaurante japonês que eu queria. O meu favorito!
Dez minutos depois eu e Renata fazíamos nossos pedidos sentadas numa mesa um pouco escondida, eu não queria que me reconhecessem ali, ou meu dia seria arruinado.
— Você ainda vai querer ir a algum lugar? — Renata perguntou, tirando seu celular da bolsa e o colocando em cima da mesa.
— Acho que não, por que?
— Eu queria ver se dá para passarmos numa loja de brinquedos, prometi ao Marcus que iria levar um presentinho para ele.
— Tudo bem. — Me calei por um tempo. — Renata, você tá afim do Davi? — Perguntei de supetão.
Os olhos dela quase saíram de órbita e suas bochechas ficaram vermelhas.
— Não! Claro que não! Bem, eu acho que não.
— Por que você acha? Acha que pode não ser correspondido?
— Não é bem isso. — Ela hesitou por um tempo. — Me promete que essa conversa não sairá daqui? Você não pode contar nem para o Caio!
— Está bom.
Renata hesitou um pouco, parecia ter vergonha de contar alguma coisa.
— Bom, ultimamente o Davi tem me mandado muitas mensagens, mas não sei ele sente algo por mim, até agora ele não disse nada.
— Mas e você?
— Eu não sei. Eu sempre o vi na mansão e também na escola e sempre o achei muito lindo, na verdade, quem não o achava? No entanto ele era um chato e muito metido, mas agora ele está diferente, ele sempre vai à mansão, sempre está perto do Marcus, sempre brincando com ele e o fazendo rir. Ele fica usando meu filho para conseguir falar comigo. Tem funcionado. Mas eu estou tão confusa e com tanto medo! Mas acho que ele não gostaria de mim. — ela abaixou a cabeça e cruzou as mãos em cima da mesa.
— Por que com medo? Você é linda, tem um filho maravilhoso, tem belos olhos e uma beleza interna. Qualquer um se apaixona por você.
Renata abaixou os olhos, peguei em seu queixo e levantei sua cabeça, ela estava chorando, lágrimas solitárias e pesadas desciam de seus olhos, e quando perguntei, sua respostas foi triste:
— Eu estava apaixonada por um menino, estávamos apaixonados, no dia que ele ia me pedir em namoro, eu passei mal e fui levada ao médico. Lá ele descobriu que eu estava grávida, nem me deixou explicar o motivo e se mandou, saiu da escola com medo de ser chamado de idiota pelos amigos e, nas palavras dele, "já pensou se o pior acontece? Que eles achem que sou o pai? Não posso ser o pai de uma criança filha de uma empregada." Dias depois eu consegui entrar em contato com ele e falei como eu tinha engravidado na esperança de que ele se compadecesse e voltasse, mas a única coisa que ele fez foi me esculachar mais ainda. Ele disse que agora era mais um motivo para não namorar comigo, se meu pai fez o que fez, a culpa era minha, eu tinha me oferecido para ele, eu tinha me jogado em cima dele e ele não havia resistido. A culpa era totalmente minha, meu pai foi a vitima, segundo ele.
Meu sangue fervia com essas palavras. Quem esse cara pensava que era? Ninguém tem culpa de ser estuprada, a culpa é total do estuprador.
— Cheguei em casa e chorei como se não houvesse amanhã — Renata continuou. — Então, se a culpa desse estupro foi minha, se eu tinha feito tudo, por que me sentia tão mal? Por que chorei tanto depois que ele ejaculou dentro de mim? Por que eu me senti um lixo? Minha mãe entrou em cena, me ajudou, disse que eu não tinha culpa alguma, meu pai era o único culpado disso tudo e ela ia tirá-lo de perto de mim. Meu pai foi para a cadeia um mês depois, ele até contratou um advogado, mas eu estava grávida dele, como ele ia conseguir provar inocência? Desde então eu tenho medo de me apaixonar, medo de que machuquem o Marcus por ele ser fruto de um estupro, medo. Medo, medo.
Se há algo nessa vida que nós seres humanos não conseguimos lidar, mas que todo mundo já sentiu e ainda vai sentir pelo resto da vida é o medo. Ele não é controlável e isso o torna mais perigoso ainda. Eu considero o medo muito perigoso. Nós deixamos de fazer algumas coisas e começamos a fazer outras por causa do medo.
O medo de Renata não era algo simples. Eu não poderia dizer a ela que tudo ficaria bem e que nunca iria acontecer. Não poderia dizer que os homens não são assim. Não posso colocar minha mão no fogo por todo mundo.
O que eu diria a ela agora?
— Não acho que o Davi faria isso. Você mesma disse que ele tá diferente.
— Sim, mas eu tenho tanto medo! Eu comecei a sentir algo diferente por ele. — Renata enterrava as mãos no cabelo, confusa. — Ele conseguiu conquistar o Marcus! O Marcus o adora. Naquele mês que você ficou no hospital o David ia a minha casa todos os dias, para mim ele dizia que estava ali vendo a organização do quarto da Sofia, mas para o Marcus ele dizia que ia vê-lo. Eu não quero o Marcus confuso, sabe? E se ele descobre de quem ele é filho e se afasta? Marcus vai ficar arrasado!
— Bem, por enquanto o Marcus só o vê como amigo, então se ele for embora, não vai ser tão significativo, amigos vêm e vão, afinal. — Pontuei.
Nossos pedidos chegaram e começamos a comer. A morena à minha frente fixou o olhar atrás de mim e soltou um sorriso maroto.
— Mudando um pouco de assunto, olha quem vem vindo aí. — ela disse e eu temi olhar para trás.
— Renata! — Ouvi uma voz atrás de mim, uma voz muito conhecida por mim. — Onde está a Beca?
— Dê mais um passo, Caio.
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Beijo,
Suully!!16/03/2019
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Meu Mais Perfeito Erro (concluído)
Romance"Cometer erros para mim nunca foi normal, porém, cometi um que acabou com toda a minha vida." Rebeca se vê presa a uma única opção quando, por pura desobediência, engravida em uma festa. Depois de muito pensar, opta por um aborto, porém, sua mãe, as...