Vinte e Seis - A Loira Falsa do Restaurante

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Capitulo Vinte e Seis - A Loira Falsa do Restaurante

Um sorriso não pode se estender mais que o seu limite, bem, o meu parecia estar nas orelhas a muito tempo. Eu não conseguiria descrever o que vi ali se não fosse depois de muitos dias. Caio havia se superado, havia arrancado lágrimas de felicidade de mim. Não era só um jantar era o jantar!

Depois de descermos na porta do restaurante que ele queria, despedimos de mamãe e Sam e entramos com eles nos pedindo para termos juízo e chegar antes da meia-noite. Aquele restaurante era o mais caro de São Paulo, nem eu havia ido ali tantas vezes, lembrava-me de ter ido em três ocasiões e em nenhuma delas foi para um jantar casual, sempre era acompanhada de Claudia Volaes para alguma reunião ou algo do tipo da emissora. Eu estava embasbacada com a atitude do Caio me levar ali. Será que ele mesmo já havia jantado nesse restaurante antes?

Em minha cabeça, o cara que me faria feliz teria o prazer de me levar em restaurantes caros ou coisa do tipo. Tudo aquilo que eu lia nos livros românticos eu sonhava em ter para mim, quando via as fotos do meu pai e da mamãe em seus milhares de jantares e encontros, eu constatei que aquilo de fato poderia ser real, que de fato poderia acontecer comigo o que meu pai e minha mãe viveram há mais de uma década atrás. Eu só precisava achar o homem certo. Não poderia ser qualquer homem, tinha que ser um homem que me amasse, e no momento eu não pensava em mais ninguém para estar nesse lugar se não o Caio. Ele vinha me fazendo tão feliz por aqueles dias que cheguei a cogitar a ideia de sermos namorados. E é claro que o fato de ele ter me dito que me amava algumas horas antes não desabou com minha imaginação, pelo contrário, só fortaleceu aquilo que provavelmente me faria quebrar a cara mais tarde.

Mas não custava tentar. Ninguém sabe de sua capacidade de voar até se jogar de um precipício, bem, era isso que faria com o meu amor pelo Caio, me jogaria e enquanto não espatifasse a cara no chão, haveria esperança.

Entretida em meus pensamentos não reparei em Caio passando direto pela fila que se formava ali na recepção e indo ao encontro da recepcionista.

Os olhos dela brilharam ao ver meu amigo.

- Olá, Caio.

- Oi, Barbara! Essa é Rebeca Volaes, a amiga que te falei.

Virei meu olhar e fuzilei Caio com ele. O que ele disse de mim para ela? Ele tinha esse direito? Será que ele não via que ela estava o desejando com o olhar?

- Olá, Rebeca, sou Barbara - ela disse estendendo a mão. Mas não a apertei, pelo contrário, fixei meu olhar para o Caio e disse:

- Quando vamos entrar? Aqui está ficando frio. - Posso ter sido rude, porém meu ciúme falou mais alto! Aquela garota era linda! Tinha olhos azuis vibrantes, cabelo liso, o corte chanel e na cor loira, sua pele era branca, não tinha um pelo, uma manchinha. Bem o contrário da minha, que depois da gravidez ficou horrível, apareceram algumas espinhas e algumas manchas. Até meu cabelo ficou feio! Eu não iria dar bola para essa sirigaita que tinha mais chances que eu com o Caio. Ela não me tomaria o meu amor.

Meu amigo ficou decepcionado com minha falta de educação para com a sua amiguinha, talvez estivesse pensando no quanto falou bem de mim e no quanto a filha de Claudia Volaes era um amor, entretanto, eu não estava ligando, ali eram duas predadoras e apenas uma presa, alguém perderia e esse alguém não seria eu.

- Você conseguiu o que eu pedi, Babi? - perguntou ele, um pouco desapontado comigo que ainda não havia olhado para aquela loira ladra de amigos.

- Sim, Ca, mas tem um problema, ficou muito acima do preço normal, não costumamos fazer isso.

- Quanto ficou? - Do que eles estavam falando?

- Três vezes o preço normal. - Vi Caio torcer um pouco os lábios e então com o manear de cabeça aceitou a oferta da recepcionista. -Ok, me acompanhem, por favor.

A loira nos conduziu até o elevador e paramos no terceiro andar. Havia um pequeno corredor, as luzes brancas davam a impressão de que a noite não havia chegado. Tinha duas portas em cada lado do corredor, cada uma com um número, nós paramos na frente da porta numero três.

- A porta pode ficar fechada, e quando vocês forem pedir os pratos, apertem o número três e virá alguém. - Ela entregou ao meu amigo um pequeno aparelhinho que tinha quatro números. - Bom jantar, tchau! Boa sorte, Caio.

Meu amigo esperou que ela saísse para que só então abrisse a porta para eu entrar. Era algo esplendido! A sala era pequena, não tinha muitos detalhes, o que mais chamava atenção era a janela. A janela era uma grande parede de vidro que mostrava o mar bem distante, eu não conseguia ver a praia, só via o imenso infinito azul escuro. Almejava ter visto a praia, mas estávamos longe demais para isso acontecer.

Na pequena mesa redonda de duas cadeiras tinha duas velas, e taças com água. A sala não estava de todo apagada, havia dois abajures nos cantos extremos nos iluminando com uma luz amarela. Dando um ar de sala antiga.

- Você gostou? - Caio perguntou atrás de mim que depois de olhar toda a sala fitava a janela com curiosidade.

Eu amava a praia, porque meu pai sempre a amou e sempre preferiu ir a uma praia do que numa boate, durante seus muitos anos de carreira ele sempre estava a beira do mar, se acalmando. No mesmo instante me veio a vontade de ir até lá - mesmo que longe -, abrir os braços e sentir o vento e o ar fresco sobre mim. Sentir o aroma e o ar da praia era como sentir um abraço do meu pai. E sempre que eu ia lá triste voltava feliz e satisfeita.

- O aniversário dele é semana que vem. - Comentei após me sentar de frente para a janela e continuar encarando a vista.

- Eu sei. Você sempre ia lá pra casa comer pipoca e assistir o filme preferido dele.

- Você acha que se ele tivesse vivo eu seria uma pessoa melhor?

- Eu acho que seu pai está feliz por ver você assim como está. Ele te ama assim mesmo, com todos os seus erros e todas as suas lambanças. Mas hoje nós viemos jantar para esquecer os problemas e todas as outras pessoas do mundo. Olha, o cardápio, o que você quer de entrada? - disse olhando as opções no menu.

Não demoramos muito e pedimos as entradas.

- De onde você conhece aquela loira falsa? - perguntei pegando a taça com água que tinha ali.

- A Babi? - Caio riu. - Ela estudou na minha turma no ultimo ano do colegial. Por que?

- Não gostei dela. Muito folgada.

- Ela é casada. Não precisa ter ciúme.

- Eu não estou com ciúme, Caio! Só estou dizendo que ela é atrevida. Nem eu te chamo por apelido, como ela ousa? Nós somos melhores amigos. Ela é só uma qualquer. Não gostei dela.

O homem a minha frente gargalhou alto.

- Os meus amigos do terceiro ano do ensino médio viram a necessidade de um apelido, mesmo eu não me importando. Diziam que todos tinham um apelido e eu também deveria ter. Não te contei, achei tão fútil e idiota.

- Hum. - Dei de ombros, encarando a parede que estava em meu lado direito com a taça ainda em minhas mãos. Com minha visão periférica vislumbrei um sorriso travesso de Caio. - O que foi? - perguntei encarando seus olhos.

- Nada, é que você é uma amiga muito ciumenta - ele enfatizou o amiga.

- É... Ãh... - fiquei sem palavras. Bem, ele estava totalmente certo! Amigos não tinham tantos ciúmes assim, claro que não! Mas o que eu diria? Que desculpa eu falaria? "Desculpa, é que além de amizade eu nutro um amor verdadeiro por você." Ótimo, Rebeca.

- Beca, eu não te trouxe aqui atoa. - Caio ficara sério de repente, endireitou a coluna e entrelaçou uma mão na outra e as colocou em cima da mesa, deixando o cotovelo suspenso. Ele olhou em meus olhos. - Precisamos conversar.

- Sobre o que? Há algum problema? O que aconteceu?

- Precisamos conversar sobre nós! - Fiquei estática. O que Caio queria dizer com nós?

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Hello, hello! Beca é ciumenta, né? Kkkkk

Como prometido, o capítulo está aqui! Em comemoração a posição no ranking!

Beijo,
Suully!!

23/02/2019

Meu Mais Perfeito Erro (concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora