Sete - Empolgação Demais, Amor de Menos

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Capitulo Sete — Empolgação Demais, Amor de Menos

— É claro que não!

— Mas a culpa é minha, eu dei a festa, eu não usei proteção, eu não obedeci minha mãe...

— Beca, escuta uma coisa: eu sempre vou te amar, você sempre será minha melhor amiga, mesmo você achando que é a pior pessoa do mundo. E não liga, já tenho vários planos pra esse gurizinho — falou, sorrindo. Se ele soubesse o que aconteceria com esse bebê... — Se for um menino, vou brincar muito com ele, se for uma menina, vamos roubar as suas roupas para fazermos desfiles e rir da cara um do outro... Ah, acredita que um tio de um amigo meu deu um presente pra filha na primeira menstruação? Eu ri muito disso, mas depois vi que faz sentindo. Ele deu um presente pra quando ela tiver de TPM, ou cólica, olhá-lo e não querer matar o pai. Acho que farei isso, se for menina.

Eu ri de seus sonhos, mas também fiquei triste: e quando ele souber que eu não queria essa criança?

Caio seria um ótimo pai, eu desejava que esse filho fosse dele, todas as palavras e coisas que me dizia sobre essa criança me fazia sorrir e temer, ao mesmo tempo. Não tinha outra pessoa melhor que meu amigo para ser pai desse serzinho, entretanto, meu coração sentia a dor e o peso do que eu estava prestes a fazer, e não tinha outro jeito, tinha que ser assim, infelizmente. Eu era famosa agora, se aproveitasse o tempo em que a barriga não estava grande, daria para abortar sem que ninguém percebesse.

Eu estava disposta a isso, Rebeca Volaes nunca desistia de nada, não seria aquele o dia.

— Eu vou levar esse bebê pra todo lado, você vai ver — Caio continuou falando. — É capaz de ele ficar mais tempo comigo que com você.

Eu estava muito mal por vê-lo alimentando um sonho que nunca seria real; precisava ser assim, esse bebê não iria nascer, eu nunca iria deixar, não mesmo. Poderia o mundo cair ao meu redor, mas eu não deixaria de fazer o que eu queria. Nem o Caio conseguiria me impedir.

— Você pensa em contar pra ele? — perguntou-me.

— Não — respondi. Nesse instante minha cabeça estava abaixada e lágrimas solitárias desceram pela minha face. Eu estava me sentindo culpada por tudo, e ver meu melhor amigo alimentando falsas esperanças em relação ao meu filho era algo terrível até para mim, algo que eu queria mudar com o aborto. A minha única solução.

— O que você tem? Não está feliz? Você vai ter um filho, um bebê! — disse, entusiasmado.

— Nada. Não tenho nada. — Ele levantou meu rosto e me olhou como se examinasse minha alma. Com sua mão em meu queixo, repetiu:

— O que você tem?

Eu não entendia como o Caio conseguia ser calmo com tudo o que estava acontecendo, de fato não entendia como era possível alguém ser tão equilibrado num momento como esse. Eu admirava sua serenidade, Caio Borges era único.

— Eu não tenho nada! Ouviu? Nada! — gritei, chorando.

— Não precisa ficar assim, eu tô aqui. Somos amigos, desabafa, vai.

Eu me senti segura com essas palavras, fui até ele e o abracei forte, ainda com lágrimas nos olhos. Tive medo de contar a ele o real motivo, todavia, devemos sempre superá-lo, então, o fiz.

— Eu não quero esse bebê — soltei. Por mais que ele tenha falado aquilo de querer cuidar da criança, eu pensei que meu amigo ficaria feliz em saber, até por que, ninguém gosta de ver a amiga de dezesseis anos grávida, porém o que ele me fez foi totalmente inesperado. Caio me afastou de seu abraço e, muito confuso, me perguntou:

Meu Mais Perfeito Erro (concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora