Dezoito - Fugindo das Responsabilidades

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Capitulo Dezoito — Fugindo das Responsabilidades

A entrevista continuou pelas duas horas seguidas, terminamos era mais de sete da noite, eu estava exausta de responder perguntas e retocar a maquiagem, então chamei minha mãe e o Sam para sairmos para jantar, não tinha nada o que fazer em casa e quase nunca saíamos. Acabamos indo para um restaurante francês, um pouco afastado de onde morávamos.

Quando chegamos ao local não tinha muita gente, eu gostei, mas também estranhei um pouco, era inicio de final de semana, como poderia estar vazio? Estávamos com as mesmas roupas, minha mãe e eu não havíamos ido em casa para nos trocar, somente o Sam estava com uma roupa diferente, agora ele estava com um terno muito elegante por sinal — que eu notei minha mãe elogiar mais de uma vez.

Eu iria saber se eles estavam juntos naquela noite, ou pelo menos desejava isso.

Samuel puxou a cadeira para que eu sentasse e fez a mesma coisa com minha mãe, logo após se sentou. Fizemos nossos pedidos e eu fiquei o tempo todo calada, pensando no que eu estava disposta a fazer. Eu não havia chamado os dois ali atoa, queria comunicar a eles que minha viagem aos Estados Unidos de fato aconteceria, só não sabia como dizer isso ao Sam. A família dele morava lá, talvez ele pensasse que eu quisesse morar com eles ou algo assim. Isso não estava em meus planos, cair de paraquedas na vida de Lauren Norbert não seria tão boa para a minha imagem, depois pesquisariam quem eu seria e descobririam tudo o que eu iria esconder. Aproximar-me de Lauren estava fora de cogitação. Sem contar que eu não a conhecia, ela tinha o total direito de não me querer em sua vida. Isso era bem mais que óbvio.

Eu havia pensado em fazer intercâmbio, não seria muito difícil esconder que eu era famosa e também poderia ter um tutor que seria meu responsável. Daria tudo certo, só precisava da aprovação de minha mãe e a ajudinha do Sam com seus contatos que sempre escondem da mídia as besteiras que eu fazia.

Nunca tentei entender o porquê eu queria fugir da minha própria filha, na verdade nunca pensei nisso, naquele momento parecia à única coisa a se fazer que parecesse ser o certo, não tinha outra opção. Eu nunca conseguiria amar essa criança, precisava de um tempo comigo mesma para processar essa ideia. Eu necessitava, parecia que essa era a luz no fim do túnel, e eu tinha certeza que minha mãe cuidaria muito bem do meu bebê, ela era uma ótima mãe e seria uma ótima avó também e como Claudia Volaes disse: dinheiro não iria faltar.

A sobremesa tinha chegado, eu pedi um doce de leite qualquer, não estava com vontade de comer doce, minha mãe pediu o seu inseparável chocolate e o Sam ficou somente com uma água. Minutos depois nossos pedidos chegaram e nem olhei para o meu prato, fui logo falando o que eu queria, precisava desabafar de uma vez por todas.

— Mãe, Sam, eu quero ir aos Estados Unidos e não vou desistir.

Minha mãe me olhou compreensiva enquanto dobrava o guardanapo e o colocava sobre a mesa, Sam estava perplexo, não tocara em sua água, sua mão ficou parada ali, não sabia se pegava ou não a taça.

— Por quê? — ele perguntou quando apoiou sua mão ao colo.

— Você sabe o que quero fazer com esse bebê, Sam, e a única coisa que me parece cabível a não prosseguir com esse ato é ir embora. Quero começar tudo de novo, preciso pensar por um tempo, se eu fico aqui depois do parto dessa criança, eu acho que enlouqueço. — Não sabia se o que eu tinha dito tinha magoado alguém, ou se tinha falado alguma besteira, só precisava desabafar, precisava colocar para fora tudo o que estava entalado em mim.

Samuel pensou um pouco antes de começar a falar. Talvez aqueles momentos tenham sido um dos mais tensos que eu já vivi, ele estava com a taça de água na mão, suspensa, isso me angustiava. Os hormônios da gravidez me deixavam muito emotiva e se Sam demorasse mais um pouquinho eu começaria a chorar ali, pedindo perdão por tudo o que eu tinha feito. Não saberia lhe dizer o porque pedir perdão, somente o queria fazer.

— Eu te entendo — foi à única coisa que ele disse. Esperei que falasse mais alguma coisa, ou que nos informasse o que passava em sua cabeça, no entanto, nada. Passaram-se minutos e nada do homem a minha frente dizer alguma coisa.

— Fala mais alguma coisa! Você me entende, mas e as broncas? As consequências?

— Se você já sabe que eu te darei broncas, porque ainda acha que o que vai fazer é certo? — Eu estava sem fala.

Como ele conseguia ser tão sábio? Na verdade eu pensava que ele e minha mãe me dariam broncas, tinha certeza que eles brigariam comigo, até porque não é tão simples assim deixar a única filha ir passar um período nos Estados Unidos só para fugir das responsabilidades. Não parecia certo o que eu queria fazer. Fugir do próprio filho não é uma coisa que uma mãe se orgulharia no futuro, ou seria? Minha mãe não tinha cuidado de mim, mas pelo fato de estar doente e não por opção e eu tenho certeza que se ela pudesse teria cuidado de mim com todo o amor do mundo. Por que eu queria fugir se um filho é um presente de Deus? Valeria a pena fugir só para não ter que lidar com as consequências daquela festa?

Bem, às vezes as consequências de um erro podem ser um presente de Deus. Mas eu estava preparada para aceitar esse presente de braços abertos?

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Bom diaaa!!! Chegamos a 500 views!! Estou tão feliz ♡ Obrigada

E em comemoração às 500 visualizações, depois do almoço temos outro capítulo!! Aguardem!!

Até mais tarde!

Beijo!
Suully!

♡08/02/2019♡

Meu Mais Perfeito Erro (concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora