Dezesseis - A Mãe de Sam

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Capitulo Dezesseis — A Mãe do Sam

Renata saiu, levou Marcus consigo, porém deixou o pequeno sapatinho. O pequeno sapatinho que eu nunca usaria em minha filha, não seria necessário: ela não iria nascer. Eu estava certa disso? Eu não aguentava mais toda essa armadura, não aguentava mais tudo o que estava passando, não aguentava mais essa vida! A quem eu queria enganar? Eu já havia desistido do aborto há muito tempo, só mantive essa decisão para não me chamarem de indecisa, para manter minha pose de teimosa. Só que o pior já estava acontecendo, o Caio já estava longe de mim, eu não tinha mais uma mãe totalmente presente que me apoiasse... Eu tinha estragado tudo! Precisava concertar.

Encontrei meu celular no criado mudo, e logo ele já estava numa chamada. Na tela eu via uma foto de minha mãe, estávamos juntas numa festa da emissora que ela havia ido. Foi um dos nossos melhores momentos juntas.

— Rebeca? Filha, tudo bem?

— Oi, mãe, tudo sim. — pude ouvir vozes baixas na ligação, mas não foquei muito, provavelmente era a produção que estava almoçando, visto que já se passava das dez da manhã.

— Ah, que bom. Qual o motivo da ligação? Reatou com o Caio? — ela falou um pouco alto de mais e temi alguém ter ouvido, logo a repreendi.

— Mãe! Ninguém pode saber que éramos amigos! Mas liguei pra outra coisa, quero saber onde a senhora tá.

— No Morumbi, por quê?

— Preciso conversar com a senhora urgente. Tô indo aí com o Sam.

— Já falou com ele? — Neguei. — Como você fala que vem com a pessoa sem chama-la, Rebeca? Mas eu ligo pra ele e mando o endereço. Sua sorte é que hoje é a folga dele. Ele vai te buscar aí. Fica pronta desde já, sabe como o Sam odeia atrasos. Beijo, até daqui a pouco.

— Até.

Entrei num vestido longo na cor azul, e calcei uma sapatilha qualquer, peguei uma bolsa preta e dentro joguei meu celular, um batom e meus óculos de sol. Esperei o Sam sentada no sofá, vendo um vídeo de uma blogueira. Minha atenção se voltou às redes sociais, notei que não havia tantas garotas que falavam ou até mesmo tinham cabelos cacheados ou crespos. Será que eu era a única cacheada assumida em toda a mídia brasileira? Não deu tempo de pensar muito, Samuel chegou e nos encaminhamos até o carro. Ele muito educado abriu a porta para mim e foi se sentar do outro lado. Ele estava fora do terno habitual que eu sempre vira nele. Agora eu o via numa bermuda jeans e uma camisa qualquer e um tênis simples.

— Beca? Alô? — Sam estralava os dedos na frente de meu rosto e quando acordei do transe, ele me pediu para colocar o cinto antes de partimos. — O que houve? Você nunca vai ao emprego da sua mãe.

— Eu preciso ter uma conversa séria com ela, mas não é nada demais, não se preocupe.

— Está bem.

— Sam, você tem alguma coisa com a minha mãe? — Mesmo de perfil eu o vi arregalar os olhos e se assustar com a pergunta. — Por que essa surpresa? Contratei um detetive pra ficar de olho em vocês e descobri tudo. — Bem, aquela era a mentira mais tosca que alguém poderia inventar, mas eu queria saber, então, deveria mentir.

—Beca, você nunca contratou um detetive, eles são caros e você não gastaria sua mesada com isso. — Bem, isso era verdade, meu dinheiro era muito precioso. — Mas, eu e sua mãe demos pistas demais. — ele me olhou e depois se virou para a avenida em que estávamos. O sinal fechou. — Estou a algum tempo querendo pedi-la em namoro, mas eu sou muito tímido, e não gosto da mídia. E li os artigos dela sobre o casamento com seu pai, e percebi que essas pessoas não tem perdão, falam o que bem lhe prouver, e eu não quero isso para nós e principalmente para você e essa guria aí. —ele apontou com a cabeça para meu bebê. O sinal abriu e logo estávamos na estrada de novo. — Eu tenho uma família, não quero que seja exposta, pelo menos não aqui no Brasil.

— Por que não aqui no Brasil? Você já é famoso em outro lugar? Quer dizer, sua família não gosta do Brasil?

— Você pergunta demais. — rimos.

— Leio muitos livros de detetives, quero saber de tudo, vai que você esteja enganando minha mãe! — O olhei desconfiado e depois sorri, eu tinha a plena convicção de que o Sam nunca faria isso, ele estava na nossa família há mais de dez anos, não seria capaz.

— Eu sou parente da Lauren Norbert. — minha surpresa foi evidente.

Lauren Norbert era uma atriz conceituada de Hollywood, já havia ganhado mais de treze óscares, e pelo mundo tinha mais de cem milhões de fãs. Era muita coisa. Eu não podia acreditar que Samuel era parente dela.

— Meu Deus! Você é o que dela?

— Filho.

— E por que veio morar no Brasil? Como conseguiu esconder tudo isso? Mas seu sobrenome é Peters!

— Cansei de ser aquilo que a mídia achava que eu era, aqui eu posso andar de chinelo e ninguém diz nada. Falei com minha mãe e com meu pai que iria vir para cá, começar do zero, no anonimato, mas acabei conhecendo sua mãe e olha quem ela é. — rimos novamente. — O Norbert é nome de solteira da minha mãe, então não tenho necessariamente que usá-lo todas as vezes que me apresentar a alguém. Nunca apareci em foto alguma com minha mãe, nunca fui às festas importantes com ela, então eu não existia para os fãs dela, somente para os amigos e pessoas que trabalhavam com ela. Esconder-me aqui foi fácil.

Parabenizei Sam por tal ato, eu não teria coragem de fazer tal coisa. No caminho fomos conversando sobre como era sua vida nos Estados Unidos e descobri algumas coisas muito interessantes sobre o futuro namorado de minha mãe.

Passaram-se alguns minutos e estávamos no local desejado.

Quando cheguei ao local onde minha mãe estava, me surpreendi, ela estava na casa do dono da emissora! O que ela faria ali? Todos sabiam que ele adorava minha mãe, porém nunca a havia chamado até sua casa ou até mesmo a ter uma conversa particular com ele, o que ele queria?

Minha mãe seria demitida?

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Primeiro capítulo da mini maratona!! Espero que gostem, viu?
Nesse dia a frio nada melhor que um livro e um chá quente.

Até amanhã, babys!

Beijo,
Suully!!

♡06/02/2019♡

Meu Mais Perfeito Erro (concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora