Changes | Jack G.

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Pov.Anne

Olho para o relógio que havia na mesinha ao lado da minha cama e suspiro de alívio ao ver que já eram 8:00.

Não consegui adormecer durante a noite , os pensamentos não me deixaram.

Sou voltada à vida real quando a campainha soa pela casa.
Olho da janela do meu quarto e arregalo os olhos ao ver a mota do Jack estacionada em frente de minha casa.

Não abro a porta nem sequer dou sinais de vida.
Apenas me sento no espaço que dava visão para a parte de fora e vejo o Jack andar ás voltas à espera que alguém fosse abrir a porta.

Passado algum tempo ele desistiu e virou costas , mas foi nesse momento que o meu coração apertou , apertou com força.

Vi-o ir embora , e uma lágrima não deixou de escapar pelos meus olhos.

...

Segunda-feira outra vez.
O dia em que ía olhar para o Jack depois de desligar-me completamente.

Já estava a caminho da escola , com a mochila atrás das costas e com o mesmo estilo de roupa de sempre.
Calças de fato de treino e camisolas de manga comprida largas.

Quando avistei a escola, a primeira pessoa que vi foi o Jack , sozinho , num canto , à espera de alguém.

À medida que me aproximava o meu coração acelerava cada vez mais e mais , e o medo também vinha junto com todos aqueles sentimentos.

-Anne , espera.- o Jack fala quando eu tento passar por ele sem que ele me veja , mas missão falhada.-Podes parar de me evitar por favor?- ele fala num tom de voz extremamente alto , que fez alguns alunos se aproximarem.- Podes parar de fingir que não existo?- ele amarra o meu braço e eu dou de caras com ele.

Tranco o rosto e tento não mostrar qualquer sentimento.

-Deixa-me.- sussurro apenas , e ele larga o meu braço, o que me fez desaparecer e correr até à sala que ia ter aulas.

Mesmo assim, o rosto angelical do Jack não saía de jeito nenhum das minhas lembranças.

1 semana depois ( domingo )

A semana anterior foi passada com muito sofrimento da minha parte.
A evitar qualquer contacto que o Jack tentava para comigo e a concluir que não era por afastar-me que o sentimento diminuía. Muito pelo contrário. Aumentou.

Só me fez sentir saudades , muitas saudades.

Não dormi quase nenhuma noite , passei horas a fio a pensar no que iria fazer com isto tudo.

Passei horas a fio a pensar nele.

-Anne , abre a porta por favor.- ouço batidas e a voz do Jack vindas da porta de entrada e suspiro.

Não aguentava mais.

Não ligando ao meu pijama , passado algum tempo de ele ter batido á porta , corri até ao andar de baixo e respirei muito fundo em antes de abrir a porta.

Quando abro a porta , vejo que o Jack já tinha virado costas , então tentei ganhar força na voz.

-Jack?!- chamo-o e ele automaticamente se vira para me encarar.

-Nunca mais me faças isto.- ele corre até mim e envolve-me num abraço.
Já tinha saudades daquilo. Mais do que tudo.

-Eu nunca mais faço..- sussurro ainda abraçada ao Jack.

-Porque é que fizeste isto?- ele aperta-me com mais força e ouço-o soluçar.

Levanto a cabeça e arregalo os olhos ao ver uma lágrima escorrer pelo rosto do Jack.

-Estás a chorar?- limpo a lágrima com o meu polegar e acaricío o rosto do rapaz á minha frente.

-Eu não te posso perder.- ele pega no meu rosto com as mãos e eu sorrio.

-Nem me conheces direito.- brinco.

-Já conheço o suficiente para saber que és única.- ele pisca o olho.

Ficamos ali um bom tempo, a olhar um para o outro e eu , pelo menos , estava a imaginar imensas cenas que futuramente poderiam acontecer. Nos meus sonhos claro.

Imaginava-me numa duna , com ele , a apreciar as ondas violentas do mar durante a noite.
Também um possível cenário, os dois deitados num quarto de hotel que tinha vista direta para a Torre Eiffel , em Paris.
Os meus pensamentos viram totalmente quando me imagino num quarto escuro..

Ai Anne , pára de pensar parvoíces, fogo.

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