Passarinho

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Sinto
calor

de
imaginar
você
sorrindo
aberto

pra
mim.

Depois de Caroline virar as costas e seguir em direção ao seu acampamento eu fiz o mesmo, indo em direção ao meus amigos que conversavam ao redor da fogueira. — Por acaso viu um passarinho verde Dayane? — Victor questionou logo após eu me sentar na roda.

— Um passarinho ruivo seria o certo para o seu termo, Vitão. — Nathalie exclamou logo em seguida.

—Apenas estávamos conversando como pessoas civilizadas. — afirmei pegando uma cerveja -- E vocês deviam cuidar mais de suas vidas. - Eu disse rindo logo em seguida. — Me digam, qual o problema de vocês?

— Por? — Elana perguntou me direcionando o olhar.

— Não acham que devíamos beber? Já passou da hora. — Afirmei abrindo a garrafa de cerveja.

—Quem não estava bebendo antes era só você...Ficou toda entretida com a ruiva que nem percebeu a falta de álcool. — Elana disse pegando a garrafa de minha mão.

— É impossível não ficar entretido naquela ruivinha. — Dylan disse, e logo em seguida abaixou a cabeça quando observou meu olhar firme direcionado a ele.

— Vocês deviam beber ao invés de falar das pessoas... apenas uma dica. — Eu exclamei pegando minha cerveja e indo em aproximação a areia molhada de água salgada.

Logo em seguida sentei onde não havia areia molhada e ainda próxima a água. Assim, segui meu olhar para o horizonte, era dificultoso de se enxergar pois estava na escuridão da noite, mas a lua podia iluminar o suficiente. As estrelas estavam por todo o céu, sempre gostei de observa-las, são as únicas que permanecem em minha vida desde sempre.

-- O que tanto observa nesse céu estrelado? -- Uma voz conhecida perguntou ao se sentar ao meu lado.

— As estrelas. — Digo. - Olha como são deslumbrantes. - Suspirei. — Olha a lua, como ilumina tudo. Não me diga que não acha lindo. — Eu disse fitando seus olhos, que se direcionavam aos meus.

— Eu acho arrebatador. -- Caroline disse desviando seu olhar do meu.

— Eu amo vir aqui a noite, ver as ondas do mar, e observar as estrelas. — Disse sorrindo.

— Me diga, Por que gosta tanto da noite? -- Carol me perguntou e depois chegou um pouco mais mais perto.

— Porque a noite é de todos, ela enxerga tudo que se passa na escuridão. A noite, ela é... tanto dos depravados quanto dos solitários. — Afirmei bebendo mais um gole de minha cerveja. - Ela também é dos escritores, que bebem na sarjeta tentando encontrar poesia no fundo da garrafa, ou nos ladrilhos do chão. -- Eu Afirmei fitando o céu.

— Achei profundo. Mas eu gostaria de saber, onde você se enquadra? -- Ela perguntou se virando para mim.

— Como sabe que eu me enquadro em algum desses padrões? — Eu ri sarcástica. — e se eu me enquadro, por que você não se enquadraria? — perguntei gargalhando.

— Eu nunca disse que não me enquadraria, aliás, eu perguntei primeiro! -- Ela sorriu esperando de mim, uma resposta.

— Eu me enquadro em depravados, mas também miserável quando fico solitária. Eu sempre estou aqui e ali, tentando achar poesia em um fundo de uma garrafa. -- Falei tentada.

A chegada do OutonoOnde histórias criam vida. Descubra agora