A libertação começa não olhando para trás.
Os próximos a me conhecerem podem não gostar mais do meu passado e muito menos de quem fui. Estou desacreditada, sou uma atéia e as palavras das pessoas são Deus. Quem se disponibilizaria a ter uma amizade verdadeira com alguém assim?
O meu passado me condenou a ser um ser humano com partes horríveis, não me orgulho de nada do que fiz, mas se lembrem que eu fiz de tudo para proteger e vingar a morte daqueles que eu amava.
Sabe por que sofremos tanto na vida? Porque não nos ensinam a vivê-la na realidade, somos programados para viver num projeto de contos de fadas, sem ninguém nos dizendo que perder alguém que amamos é quase insuportável ou que iria ter dias que odiaríamos a nós mesmos, dias onde tudo daria errado. Na infância somos programados a sonhar, para depois o futuro nos programar a cair, mas ficam de pé só os fortes, aqueles que tem controle, que encontram o equilíbrio de si mesmos. Mesmo assim, eles têm feridas que nunca se cicatrizaram, e se o futuro souber como atingir essas feridas, todo o império que você um dia conquistou, acaba.
Não da para esquecer ou ignorar um passado que esta marcado na minha pele, dói de formas absurdas que ninguém entenderia, eu estou cansada de tentar explicar. Mas vamos logo com isso, apresento a vocês o meu passado.
Vamos começar pelo meu nome, qual vocês já conhecem mas acho bem importante refrescar.
Me chamo Dayane de Lima e se me arrancassem alguns dedos, ainda sim daria pra contar quantos amigos eu tenho; não é que sou anti social, ou metida demais para se obter qualquer sentimento, mas sim pelo fato de que sempre evitei relações prolongadas. Então não vou me preocupar se estiver incompleto e de difícil interpretação. Só precisava desabafar e falar que preciso contar a longa história de um amor, uma história totalmente quebradiça e falha, que quase se destruiu por causa de marcas que foram feitas e não se fecharam em meu passado.É que hoje eu senti dor, (aquela dor que o garotinho Gabe do filme "ABC do amor" sente), achei que seria uma cena que não passaria tão cedo, e que logo eu, aos vinte e seis estou sentindo. Essa não é a primeira, e puta merda, eu não poderia mais sentir. Já perdi tantas pessoas que não consigo contar em uma mão, muito menos contar as lamentações de toda a minha vida. Sempre sai por cima de todos os meus problemas, cabeça erguida, pinta de quem iria sair naquela mesma noite e curtir horrores na balada com meus dois grandes amigos. Que farsa! Estou aqui, há vinte e seis anos pra ser mais precisa.
Aqui estou eu com o notebook nas pernas e uma lata de coca-cola, já nem devo ter fígado, espera, um órgão a menos não faz falta, já não tenho coração mesmo. Isso está ruim? Seria muito drama da minha parte? Oh meu Deus, eu não vou apagar tudo isso. Bom, ficaram perdidos? pegaram a conversa em meio fronteiras, pela metade, mas irei dar breves explicações. Cabelo meio curto e ruivo , olhos cor de mel e o sorriso de canto, foi ela. Merda! Caroline, o bendito sorriso. Algumas semanas de trabalho e requisitos de sentimentos. Eu não sigo roteiros, e sentimentos de verdade não acabam, por que o nosso acabaria ?
Vocês me entenderam? Não? Merda! Vou começar com isso do início, porque não sei que versão minha contaram a vocês. Meu nome é Dayane, nasci na grande cidade de Sydney, na Austrália para ser mais exata. Em pequena parte de minha vida fui criada com minha família. Minha mãe era advogadoa do Governo Australiano e meu pai foi o maior empresário do País. Minha mãe por trabalhar demais e sempre viver estressada, logo descobriu o câncer e morreu definhado em uma cama de hospital por longos cinco meses. Quando minha mãe morreu eu era uma criança, e percebi que perdas destroem o ser humano, pois são feridas que nunca fecham.
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A chegada do Outono
DiversosSente-se, aconchegue em algum lugar; Uma xícara de cafe?De chá?uma água talvez? Me acompanhe em minha trajetória, prometo a você que irá se divertir junto com os personagens. Vamos logo com isso antes que meu café esfrie. Ah, antes que eu me esque...