I love you

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Lá estava eu, dirigindo pela cidade na direção da minha nova vida, da minha nova casa, com minha mulher ao meu lado....
Estava eu, em mais um caminho refletindo sobre tudo o que está se passando em minha vida, e, principalmente sobre o que sinto por Caroline. Sabe, eu não tinha a intenção de amá-la. Mas amei mesmo assim. Aconteceu. Ninguém escolhe quando ou quem amar. Ninguém pode escolher se fechar para esse sentimento, ou fugir dele. Não dizem que o amor acontece quando não se espera? Quando estamos distraídos? Então, foi assim que aconteceu comigo.

- Eu só vou perguntar uma vez! - Caroline dizia brava e firme do outro lado do carro. - Por qual motivo você fez essa merda toda comigo? - Ela suspira irritada.

- Eu não fiz nada de errado! - Afirmei acelerando o carro pela estrada vazia.

- A não? - Ela grita sarcástica. - Eu te odeio por tudo que você me fez passar. - Caroline gritava dando vários socos em meu braço. - Isso é por você ser uma completa babaca! - Ela diz depositando um tapa na minha cara.

- Caroline... Acalma-se... Você não pode se estressar. - Afirmei vendo ela ficar vermelha por se irritar tanto. - Só se acalma.

- Me acalmar? - Ela ri sarcástica. - Eu só vou me acalmar quando você calar essa sua maldita boca. - Ela ainda gritava comigo. - Para essa merda desse carro e me deixa descer... - Ela diz me batendo. - Eu não quero olhar para essa sua cara imunda nunca mais.

- Calma Caroline! - Falei magoada. - Nós acabamos de chegar... - Falei tentando acalmar a fera ao meu lado. - Você vai descer e beber uma água, tomar um banho, se acalmar. - Falei ao observar que já estávamos na nossa nova casa. - E depois gente vai conversar sobre tudo, assim que você se cuidar. -  Afirmei abrindo o grande portão da frente e logo entrando com o carro dentro da nossa nova residência.

A Mansão em nossa frente era totalmente magnífica, do jeito que eu imaginei e mandei construir. A casa na parte da frente era cheia de janelas e dava um ar colonial ao local, era uma casa totalmente modernamente rústica. Ela continha árvores aos seus lados, dando um frescor a casa. No fundo da casa era uma das melhores partes.... Ao abrir a porta de trás era nos deparávamos com uma extensão de grama verdinha, até chegar na areia da praia que tinha aos fundos da casa. A praia era feita para os meus surfes matinais... Com toda certeza eu viveria para sempre ali... Viveria para sempre com a minha família.

- De quem é essa casa? - Caroline me pergunta duvidosa sem saber o que estava acontecendo.
- Essa é a nossa casa! - Afirmei sorridente. - Va tomar um banho, relaxe... Estarei aqui quando você voltar. - Disse depositando um beijo em sua testa. - o nosso quarto é o último, no final do corredor. - Afirmei indo em direção ao quintal conferir as coisas que eu tanto queria organizadas.

POV Caroline:

Confesso que quando eu entrei no carro, eu a olhei torto porque eu ainda guardava algumas mágoas. Mas a vontade de desordem me consumia, a vontade de bagunçar a comodidade dela, de arrancar os botões das suas roupas impecáveis, de me derramar em seus planos, desenhos, anotações, tirava tudo do lugar.
Mas com toda certeza ela deve achar que eu fiquei louca. Eu tenho mágoas dela mas ainda amo a boca profana dela, soltando farpas e impropérios. Minha raiva atiça a libido, e de repente o clima sempre difere, e o que era 3,0 vira 9,0 na escala richter. Porra, ela me conhece tão bem, perto dela eu sou esse ser hiperbólico e explosivo, uma contradição, uma inconstância. Mas o que eu não queria, agora eu quero. Porque a calma dela me irrita, porque aqueles olhos me veem nua em todo esse inferno, o eixo tão perfeitamente alinhado me desestabiliza e isso me faz querer desalinhar a nossa cama, o cabelo, o coração, a vida, compor poesias na sua virilha. Eu quero o silêncio dela na minha boca e a arrancar sons inarticulados. Roubar a respiração, intencionalmente acelerar ela e observar ela se acalmar com um olhar preguiçoso. Porque mesmo na falta de exatidão, os prótons, meus elétrons, nada disso importa. Eu vou dormir com ela  todos os dias da minha vida.

Depois de observar Dayane da janela do corredor, pude adentrar o quarto, logo me assustei ao observar melhor... o quarto era totalmente grande, tinha um closet maior que o meu antigo apartamento. O nosso banheiro era magnífico, ele dava um ar claro e seguro, dando uma profundidade absurdamente linda.
Ele tinha um espelho enorme, e, assim que me olhei só então percebi o quão horrível eu estava, cabelos bagunçados, olheiras profundas e os olhos meio avermelhados pelo sono, como Dayane estava parecendo um anjo e eu parecendo um monstro?! Escovei os dentes e retirei minha roupa íntima que cobria meu corpo jogando-a no cesto, liguei o chuveiro e entrei dentro do box começando a tomar banho, a água quente caia sobre meu corpo enquanto eu me deixava relaxar, terminei de tomar banho e desliguei o chuveiro me enrolando em uma toalha, enrolando meu cabelo em outra e saindo do box, quando saí, fui direto ao closet e peguei algumas roupas de Dayane, uma calça de moletom e uma camiseta larga, depois peguei um conjunto de sutiã e calcinha azul em minha gaveta. Depois de tudo isso eu desci até a cozinha e comi várias coisas que continham em uma mesa totalmente cheia de alimentos. Logo então fui até o balanço que tinha na frente da casa... Em seguida vi Dayane seguir em minha direção.

- Está mais calma? - Ela me pergunta se sentando ao meu lado. - Olha... eu não queria te fazer sofrer, não queria nem ao menos ficar longe de você. - Dayane diz me olhando com aquele olhar de cachorrinho perdido.

- Como tudo isso aconteceu? - Questionei sem saber. - Como esse plano funcionou? Porque o dinheiro em minha conta?

- Quando a gente se separou pela primeira vez, eu recebi um recado que dizia que estavam armando contra mim... Eu estava sofrendo por você, então pensei que seria melhor ir embora por algum tempo. - Suspirei relembrando da dor. - Mas antes de ir eu transferi uma parte para a sua conta e congelei  o resto no banco.

- Aquilo era uma parte? Você não transferiu o dinheiro todo? -  Falei revirando os olhos assustada. - Não quero nem saber quanto tem na sua conta.

- Eu tenho dinheiro para alimentar 333 famílias em 333 países diferentes. - ela
Sorriu contando a vantagem que tinha... Mas enfim... Quando a gente voltou, eu comecei a receber ameaças demais e isso me assustou... Então em seguida eu comecei a colocar o plano em ação.

- Então tudo que você fez era planejado? - Perguntei entendendo tudo que ela fez.

- Eu fui presa por Rosalita de propósito. E já sabia descendo início que forjaria minha morte... - Ela me olhou preocupada após sua fala. - Me desculpe por tudo ok? Mas eles iriam tentar matar você e eu não podia deixar isso
Acontecer. - Ela falou pegando minha mão. - Eu me usei como distração, assim eles não procuraria você. - Eu deixei parte do dinheiro com você, porque sabia que uma hora ou outra você iria querer sumir do mapa, você iria querer largar o passado... Então eu apenas te deixei livre. - Dayane disse chegando mais perto de mim. - De qualquer forma, quando tudo acabasse eu iria atrás de você... Pois você é a minha vida! - Ela disse me puxando para um beijo delicado.

- Eu te amo! Sempre te amei. E me desculpe pelos socos... - Falei me jogando em seu colo e a puxando para um beijo apaixonado. - Só prometa que não vai me deixar de novo.

- Você é a minha vida agora... E eu só comprei essa casa pois queria uma vida nova e longe do meu passado. - Ela sorriu depositando a não em minha barriga. - Agora poderemos ser uma família completa.

A chegada do OutonoOnde histórias criam vida. Descubra agora