A chegada do Outono

Aqui jaz o meu amor

Carta para alguém que foi mais do que alguém na minha vida!

Querida Dayane,

Existe uma folha branca em minha frente e eu estou escrevendo uma carta para alguém que nunca irá ler. Mas de qualquer forma, mesmo com isso eu ainda não consigo escrever o que eu quero. Eu Desejo falar de amor, algo idealizado, que é mais idealizado ainda em minha mente, mas eu ainda nem fui capaz de achar o caminho para o verdadeiro significado e a verdadeira realidade que é o amor...
Sobre o amor.... eu ainda creio que seja algo que mora mais na vontade, comendo pelas beiradas, procurando achar o caminho até a saída. Algo que quer manifestar-se em meus dedos e cavar sua saída até o papel mais próximo, o próximo texto.
Eu queria falar de amor, mas talvez eu apenas chegue nas camadas superficiais. Talvez um roçar de pernas na mesas do bar, ou quando a pele esquenta e arrepia, ou até mesmo algo que nunca é dito, um pequeno segundo eterno, um pequeno segundo eterno na pele tocada, onde as células que constituem sua pequena parte, deixam de ser as mesmas.

Eu queria muito, queria muito falar de amor, mas eu não tenho palavras pois eu estou como lábios adormecidos depois de um beijo longo. Eu queria falar de amor, sim, mas eu evito, assim como fujo de olhares intensos e rio desconcertada, porque eu não consigo olhar no olho de ninguém por muito tempo.
Porque quando a gente se afunda em um mar castanho, azul, verde, caramelado; o tom dessas íris nos colore por inteiro, pintando nosso próprio cérebro, e isso faz a gente se jogar à deriva de um mar espesso.

Nesse momento existe algo querendo sair pra fora, mastigando meu caminho até a margem. Existem impressões digitais deixadas no meu corpo. Existe um tempo diferente, destinado aos afetos que na mente brotaram. Mas eu ainda nem comecei a falar de amor... Mas de qualquer outra forma quero dizer como eu me sinto verdadeiramente sobre você. Como eu me sinto verdadeiramente sobre nós. Como eu sempre me senti desde do dia que te conheci.

Foi exatamente em um ano e alguns vários meses atrás.
Foi bem aí que Eu percebi que existia um outro tempo, se arrastando por minha pele como um carinho lento e piadas particulares que me fizeram dar uma risada, mesmo tomando um café sozinha pela manhã. Por que desde que você se foi, eu não desejei tomar café da manhã com mais ninguém. Eu não vejo mais tanta graça em tudo. Como por exemplo na cor verde, você sempre adorou verde, achava uma cor alegre e eu por ser eu gostava por que você gostava. E hoje eu definitivamente, odeio a cor verde. Odeio tanto que até os verdes do seu jardim chegam a me irritar.

Eu desejo profundamente falar de amor, mas a folha urge, como uma dança da caneta, tentando desenhar sonhos esquecidos pelo despertar. Uma dança da caneta, movendo-se ao som da música favorita, da pessoa favorita. Da cor favorita, centrada nos olhos preguiçosos. Na saudade que quase me come viva, do calor entre as pernas e no calor do abraço, que hoje é impossível sentir novamente.

Eu prezo para falar de amor, mas eu não posso, não consigo. Algo não me deixa, algo que se foi esquecido em conversas onde meu cérebro se fazia relaxado, Onde minha mente deitou-se ao seu lado, sem aquela velha tensão nos músculos, e a velha dor dos dias. Eu não consigo falar de amor, nem das ondas sonoras que ecoaram de minha garganta, em uma gargalhada, que seguem revoando o meu redor, porque sim, todas as vezes que hesito em falar de voce eu sinto um aperto na garganta todos os dias na minha vida pois depois que você se foi, eu nunca mais me senti relaxada de novo. Eu nunca mais consegui escrever sobre o amor, porque você se foi e levou todo o meu amor junto. Eu não consigo falar de amor, nem das ondas sonoras que ecoaram de minha garganta, em uma gargalhada, que seguem revoando o meu redor, feito pássaros que não conseguem migrar mesmo no inverno.
Existe algo abraçando as horas e o tempo, existe algo invisível que me segura as mãos, algo que o inconsciente falha em manter em segredo. Mas confesso que mesmo que separadas, você foi meu grande amor e eu não consigo escrever nada sobre tudo isso ou tudo aquilo que aconteceu na nossa vida.

Porque na realidade não existe nenhum segredo, exceto que eu gostaria de falar sobre o amor e não consigo. Falar sobre outro tipo de sexo, outro tipo de companhia, ou até sobre pensamentos que caminha pela memória, tão sutilmente, colorindo certas lembranças no tom dos seus olhos e do seu tom de cabelo. Ou Da palma da tua mão, me tocando de forma intensa, o que a pele entende por saudade.

Mas você já sabem que eu queria falar sobre amor, mas o papel e minha mente não estão colaborando. Muito menos aquelas ideias doidas minhas, porque nem essas ideias se organizam direito para que esse texto se torne vontades irracionais, que não condizem com essa realidade.

Que se Dane, eu não posso falar de amor, mas posso falar de você... ainda posso falar de nós...

Éramos como um mar espesso de uma determinada cor, uma tinta que encontra seu caminho para debaixo da pele. Caminhando pelos braços até acariciar o pescoço, entrando no crânio e tatuando a mente.
Em meu sistema límbico é o que eu entendo por saudade e por amor. Seu nome aqui jaz. Junto com todo o meu sentimento por você. Que voou junto à você. Como um passarinho. Só que para o rumo do universo e das estrelas. 

Ahhh. Já estava quase me esquecendo.... Você se lembra quando me perguntou o que eu mais admirava em você ? Mas eu não soube responder pois você era uma pessoa totalmente admirável e eu não sabia qual parte admirava mais.
Bom, agora eu sei. E o que eu mais te admirava era a capacidade de sonhar, sabe? Tipo, apesar de tudo, de todos os problemas e obstáculos, apesar de muitas vezes parecer difícil, você nunca deixou de sonhar e acreditar que tudo podia se resolver com o tempo. Você nunca deixou de sonhar e ter esperanças, porque mesmo em meio ao caos, você encontrava um jeito de voltar a lutar pelos seus sonhos, até que se tornaram todos realidades, e isso, era o mais admirável em você, junto com tua coragem e tua lealdade. 

Eu sinto sua falta, e eu digo Que está sendo tão difícil, você deixou um buraco tão grande no coração de todos que te conheciam, você deixou uma saudade do tamanho do universo dentro de mim. E eu que te conhecia tão bem, agradeço por tudo, mas te mando a merda por não aguentar ficar viva.... Poxa, você passou por tanta coisa, para no final um simples tiro te levar.
Você foi tão egoísta e arrogante que ainda por cima, teve a audácia de dizer que me amava acima de tudo. E foi, você foi rumo às estrelas, e eu estou sofrendo por tudo. Porque sua presença era mais que essencial para nossas vidas, você só tinha 23 anos poxa, era tão cedo. Por que teve que deixar tudo assim, sem mais nem menos?
Mesmo depois da sua partida as coisas por aqui ainda andam muito bagunçadas... mas ainda sim eu consegui ajeitar algumas partes.

Bom, eu fiquei com seus carros e sua moto, porque eu sei mais do que ninguém que eles sempre foram suas coisas preferidas. E agora são minhas, junto com todos os teus livros...
Sim, eu estou lendo um por um... Mas ainda me faltam 240 livros para serem lidos. E a cada leitura acho uma lembrança sua com alguém. Coitada do mundo, ele deve estar pior que eu por não ter você mais por aqui... na verdade, eu ainda acho que na real todos estão ruins, e eu ainda sigo pior que todos.
Como infelizmente tudo se chega ao fim, eu encerro essa carta porque eu escrevi tudo que já podia. E espero que tu possa estar conectada com todos, onde você esteja agora.

Eu não posso falar de amor por aqui, porque você não está mais ao meu lado, e essa carta não merece a definição do nosso amor porque ainda sim é um papel sem valor.... E o nosso amor vale mais do que eu poderia escrever por aqui.
Adeus meu amor, eu te amo para todo o sempre. Obrigada por me mostrar o verdadeiro sentido da vida. Eu prometo a você que a partir de hoje eu serei a melhor mãe para o nosso filho... Sempre quando ele perguntar sobre você, eu apenas direi algumas palavras; Amor, lealdade, bondade e felicidade... Porque com toda certeza a definição disso se une a uma só palavra; Dayane!

Aqui jaz o meu amor, Dayane. Eu sempre, eternamente amarei você. Por tudo. Eu te infinito. Sempre e para sempre.
- Caroline Biazin

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Ei gente....peço a vocês que me sigam no insta... @leticiaam_g.
Se ces me seguirem bastante por lá eu posto outro capítulo ainda hoje.

E eu também Eu prometo a vocês que é o última lamentação da Caroline....
Não culpem ela por isso, ela perdeu quem mais amava e não pode simplesmente esquecer isso...

Me digam. Vocês estão com dó dela? Estão achando que Dayane vai voltar? Será que ela forjou a propia morte?