A chegada do Outono

Me deixe descobrir teus segredoas

Me fale mais de você
Me mostre seus medos
Me mostre suas escolhas
Me deixe dominar
O diabo
Que habita
Em você.

Eu sempre fui uma pessoa muito profissional, nunca gostei de misturar sentimentos e trabalho. Jamais permiti que nenhuma de minhas namoradas ou mulheres que passaram por minha vida, pudessem adentrar em meio aos meus negócios. Ja me disseram que sou extremamente controladora e muito individualista, nunca deixei que elas soubessem muito da minha realidade.

Tudo isso por medo?

Talvez...

Meu pai permitiu que soubessem de sua estrutura financeira, social e o seu final foi trágico.

Mesmo que todos ao meu redor me dissessem que eu tinha herdado o talento do meu pai, sempre escutei ele dizer o contrário, que eu era exatamente igual a mamãe. E sim, eu queria ser igual ela, porque ela era minha grande heroína. Me diz, existe alguma coisa melhor do que te compararem com o seu grande herói?

Minha mãe era uma grande mulher, cuidava e conservava a história de sua família ao máximo, sempre deixou bem claro que lutou com todas as forças para conquistar suas batalhas.

Depois de tantas lutas, ela adoeceu. O câncer chegou tomando conta, imagina só, uma mulher determinada como ela presa em uma cama de hospital. Se definhando junto com todos os seus sonhos, desejos e vontades, tudo isso morreu junto com ela. E novamente eu me vi perder mais uma batalha.

De fato era muito difícil viver essa dor emocional, ver tudo que ela havia construído acabar. Imagina como foi difícil dizer para uma criança que sua verdadeira heroína estava morta.

Após esse dia, eu prometi que conservaria a história dela, eu faria que a nossa família fosse reconhecida pela luta. Não foi fácil ver os meus familiares se definharem aos poucos, dias de glória se transformaram em um habitável caos.

Eu sou uma Lima, não deixei barato para aqueles que lutaram contra nós, mostrei ao mundo que uma família pode sim ser conservada por sua história. A historia do sobrenome Lima, reina por fatos na cidade, e eu conto essa história com orgulho.

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— Seria um encontro? E se ela me chamou apenas porque quer a minha amizade? E se ela me beijou apenas porque estava alterada por causa do álcool? - Eu perguntei indecisa e nervosa a Victor.

- Primeiramente, qual é o motivo desse nervosismo todo? - Ele gargalhou - Você está parecendo com a Dayane de cinco anos atrás. - Ele diz me encarando com um sorriso no rosto.

— Cala boca Victor, eu só estou nervosa. — Falei andando pela casa. — E se não for um encontro? - Questionei-me andando de um lado para o outro. - Vou a casa dela pensando em uma possibilidade, podendo ser outra totalmente diferente. - Afirmei pensativa.

- Meu Deus! - Ele disse passando a mão no rosto. - Se olha no espelho, você é a toda poderosa Dayane, a mulher mais desejada desse país. - Ele diz colocando os pés na mesinha de centro. - Se ela não quer você, ela realmente tem problema de cabeça!

- Sua sinceridade me comove. - Afirmei ríspida para ele.

- Se não for um encontro, faça com que se torne um. - Victor afirmou. - Você vai ver o jogo com ela, certo? - Me perguntou pensativo.