Eu gostava de tudo nela
ela dizia que me faltava juízo,
mas na verdade,
mal ela sabia que,
o que me faltava,
era tê-la por perto.Acordei, estávamos ainda no terraço, que ainda tinha mais dela ali do que de qualquer outra coisa. O sol refletia em nós, refletia sobre a pele clara que ela tinha, refletia sobre o seu corpo sobre o meu. Em plena manhã de sexta-feira eu me vesti de nós, porque aquele local em que estávamos tinha o cheiro dela, as roupas espalhadas pelo chão, a voz dela rouca gemendo para mim, e bom, novamente eu pude me sentir menos perdida.
Porque ali, tinha seu jeito, suas cores, sua alma, aquela nossa ardência misturada com vontade e desejo. Era um desejo, era uma vontade boa de cuidar da ruiva debruçada sobre mim, uma vontade que anulava qualquer conceito de céu e inferno, porque nós éramos singular. - Olha onde fomos parar!
- Bom dia, Day! - Carol disse baixinho enterrando a rosto em meu pescoço.
- Bom dia ruiva, como dormiu? - Disse deslizando minha mão pela extensão de suas costas.
- Muito bem já que você estava do meu lado.- Carol disse convicta. - Quantas horas são? Eu preciso ir! - Carol disse se levantando.
- Por que? - Questionei firme e ríspida. - Me levantando junto dela.
- Minha vida é igual a sua. - Ela afirmou sarcástica. - Eu não sou a melhor empresária do país e muito menos a pessoa mais rica que habita nele.
- Pra onde você vai? - Perguntei levantando as sobrancelhas.
- Não fique preocupada! - Ela disse passando a mão em meu abdômen. - Eu vou apenas trabalhar. - Finalizou a frase depositando um beijo em meu pescoço.
- Eu só fico preocupada com você por aí. - Sorri. - Não quero que se vá. - Disse a abraçando.
- Não é como se eu fosse partir do seu coraçãozinho. - Carol afirmou sarcástica. - Vou apenas trabalhar.
- Que seja! - Afirmei dando as costas. - Vamos ao café dessa manhã? - Gritei do corredor para que Carol me escutasse.
Quando voltei para procurá-la depois de alguns longos minutos, pude perceber que ela havia tomado banho e vestido uma roupa minha.
- Por acaso essa blusa é minha? - Perguntei risonha.
- Não sei, é? - Carol sorriu logo ajeitando a blusa em seu lindo corpo. - Achei que fosse de alguma de suas mulheres. - ela deu de ombros ao falar.
- Caroline! - Afirmei. - Não abuse de minha boa vontade. - Logo pressionei seu corpo contra o meu. - Não tem outras, é apenas você! - Afirmei a beijando com voracidade.
Alguns minutos depois já estávamos sentadas na mesa do café, ela estava com a minha xícara preferida em mãos, me fazendo sorrir como uma criança em um parque. - Eu preciso ir para o trabalho. - Carol disse se levantando da mesa. - Preciso chamar um táxi. - Afirmou logo pegando seu celular.
- Não, de forma alguma você vai de táxi para o trabalho. - Me levantei junto de Caroline.
- Você não vai me levar. - Ela disse discando o numero. - Não insista.
- Não tente me contrariar. - Disse retirando o celular de sua mão. - Apenas pegue a chave de um de meus veículos e vá para o trabalho.
- Não vou discutir com você. - Carol desistiu da luta quando eu depositava beijos em seu pescoço. - Você tem moto?
- Você vai de moto? - Perguntei surpresa.
- Sim! - Eu sorri com sua fala. - Algum problema?
- A chave está no armário perto da garagem! - Vá com cuidado para o trabalho. - Sorri. - Minha moto não é daquelas que andam devagar.
- Você se surpreenderia com as coisas que sei fazer, Dayane! - Ela disse me beijando. - Obrigada pela noite, foi incrível. - Mais tarde vá lá em casa para buscar sua moto. - Ela sussurrou de forma maliciosa em meus ouvidos.
- Claro! - Meu sorriso sumiu quando eu a vi cruzando a porta.
Ah Carol... Você sabe que eu não resisto a uma confusão e esse teu jeito já chegou até mim gritando problema! Mas eu coloquei um fone com aquela música alta nos meus ouvidos e pulei com tudo no seu mar de indecisão. O problema é que uma hora a música vai parar de tocar e o aleatório já vai ter me cansado, e você sabe que eu vou estar ciente do problemão que você é.
Meu bem, vamos fazer esse problema dar certo, juntar seus medos e incertezas as minhas definições, porque é assim que eu quero que seja. Independente de estar estampado em todos os cantos que você é problema eu quero que se foda o que for contra nós.
- Você sabe que esse problema é grande, não é? - Haylley adentrou a sala me assustando, se encostando no batente da porta.
- Que susto, porra! - Disse colocando a mão no peito.
- O que você está fazendo aqui e porque insiste tanto em falar da Carol?- Porque ela é um problema! - Haylley respondeu apenas a minha segunda pergunta.
- Ela é diferente, Haylley! - Eu afirmei.
- Diferente igual a Rebecca? - Haylley me questionou sem pudor.
- Não compare as duas! - Eu disse brava. - Caroline é diferente sim, e não vai acontecer nada a ela. - Gritei. - Eu não vou deixarem machucá-la, nem que eu precise morrer por isso.
- Você acha que ela vai ficar na sua vida quando descobrir o seu passado, Day? - Haylley disse chegando mais perto. - Me diga, você acha que vai ser fácil para ela quando descobrir o que você fez? - Haylley abaixou o tom de voz pegando minha mão carinhosamente. - Ela não merece isso, não merece perder alguém que ela ama de novo, assim como você também não merece perder mais ninguém.
- Eu sei, Hay. - Falei enquanto sentia as lágrimas descendo pelo meu rosto. - Eu não vou me perdoar se algo acontecer com ela. - Mais lágrimas escorriam pelo meu rosto. - Eu prometi a mãe dela que cuidaria da Carol.
- Você precisa tomar cuidado, Day.
- Eu me apaixonei, e eu não posso fazer nada sobre isso. - Disse convicta e com raiva. - Mas eu prometo ao universo, que eu não vou deixar nada acontecer a ela. - Afirmei me retirando da sala e logo partindo em direção ao meu carro. - Eu preciso resolver isso.
Eu juro que queria não ser um problema pra você Caroline, mas mesmo tentando e evitando de todas as formas, eu ainda sou, perdoe-me por isso. Mas eu não posso fazer nada por você, pois eu vou proteger aqueles que eu amo. - Engoli a seco. - Eu preciso escolher a quem salvar no final de tudo isso, e não sei se você está incluída nisso. - Afirmei ao universo adentrando meu carro e partindo em direção ao lugar que eu desejava ir.
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A chegada do Outono
De TodoSente-se, aconchegue em algum lugar; Uma xícara de cafe?De chá?uma água talvez? Me acompanhe em minha trajetória, prometo a você que irá se divertir junto com os personagens. Vamos logo com isso antes que meu café esfrie. Ah, antes que eu me esque...