Desvio o olhar, mas teus rastros ainda invadem meu caminho,
tua presença cruza com a minha nas músicas,
nos filmes, nas poesias.
As linhas que nos ligam não são físicas
e não importa as circunstâncias , eu ainda te sinto.Pov Caroline Biazin
- Pare de chorar Carol! Só tenta ficar calma com tudo isso! - Haylley ordena a mim.
- Não! - eu gritei com os dentes semicerrados, fiquei desesperada ao me lembrar de toda a cena que se passou por mim há algumas horas atrás. - Meu deus o que eu vou fazer?Como isso aconteceu? - Eu falava e andava de um lado para o outro emergindo em minhas próprias lágrimas, soluçando desesperada como nunca jamais fiz. - Ela morreu. - Eu falava a mim mesma para ver se ficha caia. - Como vamos fazer sem ela? Eles vão vir nos pegar! Nos estamos encurralados. - Eu Afirmei com raiva de todos. - Nos vamos morrer. Nos vamos morrer. - Afirmei andando para frente e para trás.
- Por favor não fale assim. - Haylley disse parando em minha frente com um copo de água em mãos. - Só tenta se acalmar! - Ela diz me entregando o copo.
Eu tentava de todas as maneiras acalmar e argumentar tentando entender o plano de Rosalita, mas a angústia que me transbordava era agonizante.
Mas realmente minha mente só me levava a entender o crime que Rosalita havia cometido!
É realmente o crime perfeito para ela: Matar Dayane que tinha o cargo de CEO da maior empresa do país. Entrar como sócia após a morte dela e logo pegando 100% das ações. Realmente a Mulher era esperta demais. Porque nada disso poderia dar errado!- Cadê ela? - Dreicon pergunta de imediato, entrando desesperadamente na sala onde estávamos - Me diz que ela saiu de lá com
Vocês duas! - Ele me perguntou me encarando com o olhar perdido. - Onde minha irmã está? Me diz onde ela está agora! - Ele grita fazendo todos se assustarem.- Dreicon! - Haylley diz baixinho com os olhos lacrimejados. - A Dayane está morta! - Ela diz se derramando em lágrimas. - Sinto muito.
- Por que? - Ele Questiona sem entender. - quem matou ela? - Ele pergunta raivoso.
- Rosalita... Ela iria atirar em mim e Dayane entrou em minha frente para me salvar. - Eu afirmei sem chão e com muita dor no coração.
- Eu sinto muito Carol! - Dreicon diz indo em minha direção. - Ela preferiu salvar a família dela. - Ele diz colocando a mão em minha barriga, me fazendo chorar mais ainda. - Eu sinto muito! - Dreicon diz dando um beijo em minha testa.
- Eu não consigo aceitar - eu sussurrei e fechei os olhos, como se de alguma forma pudesse apagar essa tragédia, mas nada Pode mudar os fatos, e em fração de segundos Dayane agora está morta, estirada no chão de um lugar vazio e escuro. E para tudo isso acontecer só foi preciso uma pontaria certeira que iria parar em mim, mas que custou a vida dela.
- Eu tive medo de contar a vocês, mas já era óbvio. - Dreicon diz ao saber da noticia.
- Sim... - Haylley sussurra baixinho.
Logo eu me joguei ao corpo de Dreicon e chorei mais ainda. Eu não conseguiria vivenciar esse luto sozinha. Não conseguiria me imaginar sem ela... Ela era o meu sol!
Porque mesmo depois da morte dela, Eu não tinha a menor dúvida de que ela era o amor da minha alma. Eu poderia morrer agora, que daqui mil anos em outro tempo, outro mundo, outro corpo eu reconheceria aqueles olhos em qualquer lugar do mundo. Eu a amaria do mesmo jeito que hoje, na mesma intensidade e pureza. Eu acharia ela no meio de milhões. Pelo cheiro, pela risada, pelo simples fato dela respirar baixinho quando dorme. Eu a reconheceria e seria dela. Afinal... Sempre será ela...
- O local que estávamos acabou de ir pelo ar! - Macedo lamenta entrando na sala também.
- O que você quer dizer com isso? - Haylley pergunta enquanto eu apenas observava tudo com meu corpo junto ao de Dreicon.
- Explodiram o local! - Macedo afirma cerrando os punhos e batendo com certa força na mesa. - Não temos mais nada. - Ele diz chorando. - O corpo de Dayane foi junto com essa bagunça toda. - Ele suspira. - Isso tudo por causa da desgraçada daquela mulher... - Ele fala passando a mão em seu rosto.No dia de hoje eu perdi tudo o que eu tinha, perdi uma parte da minha vida, perdi uma parte do meu coração, por causa de uma maldita vingança... Eu perdi tudo por causa do passado que sempre assombram as nossas vidas.
Eu perdi até mesmo a fé que ela me ensinou a ter nesse universo, eu perdi até mesmo a fé em qualquer coisa que eu tente explicar e oferecer um sentido pra tudo isso, porque não consigo enxergar motivos que explique essa dor e ninguém me diz ao certo a verdade, porque ninguém sabe, porque são tudo incertezas e elas me levam embora, porque não sei no que acreditar nesse dia triste, e eu tenho medo de um dia chegar a alguma dessas coisas ou nunca chegar a nada. Porque eu me agarrei a isso né? Mesmo sabendo que a maior parte não é real, enquanto todas as certezas se opõem. E eu tenho pensado muito na minha insignificância, no fato de não conseguir fazer nada por ela, absolutamente nada, além de medidas precipitadas e ruins que não tiveram pretensão alguma, e talvez o meu único objetivo seja o de conseguir visualizar o que se passa, de tentar eternizar coisas efêmeras, uma meia tentativa falha de não esquecer ela, que me transformou nisso ou que me faz ser isso... Eu sou, afinal? o quê? às vezes eu penso algo vago e sinto vontade de chorar por tudo que eu fui e o quanto que sentia e hoje nada. Porque eu me pergunto em que momento eu perdi tudo. Porque eu não entendo e porque sigo tendo esse vazio como se eles falassem tudo o que não consigo mais, como se eles falassem mais de mim do que tudo. É que não conseguir falar ou fazer, me coloca em um estado deplorável de mim mesmo, quando ela era a única que me resgatava nos dias que eu me sentia tão só, porque ela foi a única capaz de ultrapassar essa barreiras e me tocar.
Mas se ela era o motivo mais importante que tinha, e eu não a tenho mais. Eu volto a ser nada? ou eu nunca deixei de ser?
VOCÊ ESTÁ LENDO
A chegada do Outono
RandomSente-se, aconchegue em algum lugar; Uma xícara de cafe?De chá?uma água talvez? Me acompanhe em minha trajetória, prometo a você que irá se divertir junto com os personagens. Vamos logo com isso antes que meu café esfrie. Ah, antes que eu me esque...