Pronuncia

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Fiquei calada.
Mas minha alma
nunca havia gritado tão alto.

Passar o dia ao lado de Carol era sempre favorecedor e totalmente maravilhoso, ela é uma mulher incrível, que me fazia admirar a vida e agradecer ainda mais ao universo por toda essa conexão e essas coisas que falam sobre destino.

Caroline como sempre é linda, a única parte ruim de tudo é quando ela decide prender seus lindos cabelos ruivos, mas é incrível como ainda assim ela continua linda. Foram tantas risadas, ela me falava sobre o que queria para o futuro, mas sempre meio reservada, sem muitos detalhes. Carol é sempre bem desconfiada, cheia de mistério, e isso sempre me chamou atenção em sua alma.

Caroline, Caroline, Caroline, sou poeta dedicada e garanto que nunca, digo nunca, você irá morrer dentro de minhas escritas. E enquanto houver estrelas brilhando no céu, eu jamais me esquecerei de você, dos seus olhos que carregam consigo uma constelação pessoal.

— Eu sou muito apaixonada por você, droga! – Carol exclama, beijando-me mais uma vez, me fazendo rir e pensar no que era que tinha de tão viciante naqueles lábios. Sorri com o pensamento. Era uma pergunta que eu não saberia responder, porque talvez nem quisesse, visto que estou ocupada demais com outra coisa.

- Eu também estou apaixonada por você! – Sussurrei, passando o polegar por seus lábios. – O que seremos agora? - Ela questionou inocentemente.

- Eu não sei, mas eu tenho você e você tem a mim, e isso, pra mim, já basta. – Afirmei , fazendo a garota sorrir, beijando-a mais uma vez, aproveitando o resto da tarde ao lado da mulher que eu tanto desejava.

Eu tinha plena consciência de que talvez estivéssemos indo um pouco rápido e que Carol estava preenchendo um espaço importante na minha vida. Mas quem é que sabe a velocidade certa de gostar de alguém? Eu não sabia, mas também não me importava, eu só queria ir ficando cada dia um pouco mais ao lado dela.

- Carol! Eu preciso ir! - Afirmei tentando me desvencilhar de seu corpo suado.

- Por que? - Ela me olhava com aqueles olhos brilhantes. - Fica! Por favorzinho. - Carol pediu se agarrando mais em mim.

- Amanhã preciso comparecer a empresa na qual eu trabalho. - Disse sarcástica. - Amanhã venho para ver você!

- Você é a Chefe! - Ela continuava a me encarar. - Não se cobre tanto. - Ela questionou sorrindo e selando nossos lábios.

- Eu vou sair do trabalho e vou direto para casa. - Sorri a beijando novamente. - Você me encontra lá, ok? - Questionei me levantando da cama logo em seguida.

- Que horas sai da empresa? - Carol perguntou se enrolando nas cobertas que estavam presentes na cama.

- As cinco da tarde. - Falei indo em direção ao banheiro tomar um bom banho.

Quando estava a tomar banho, toda despida, percebi entre o vapor do chuveiro quente e a luz fria do dia, uma aranha. Ela era bem peluda e tinha várias patas, mas não era igual as outras aranhas, porque essa tinha duas patas muito, mas muito grandes mesmo. Me arrepiei logo ao perceber o tamanho do animal. Não me assustei nadinha, pois estávamos na Austrália, eu já havia visto coisas bem piores em minha vida, então apenas comecei a observar. A aranha tentava andar pelas paredes, mas ficava caindo, porque o vapor do chuveiro fazia com que todas as paredes ficassem molhadas e escorregadias. Então olhei para a aranha e disse:

- Hey, vai para direita, pra direção da janela, porque se você ficar aí, vai acabar caindo e morrendo, a altura é grande e você vai cair na água. - mas a aranha não me ouviu. Então decidi desligar o chuveiro, mesmo morrendo de frio, esperei até ela poder andar um pouco mais sem ter que escorregar e subir pela teia toda vez. Eu cheguei mais perto e a assoprei para o lado e ela chegou com sucesso em uma estante de plástico onde se localizavam o Shampoo e o Condicionador, mas não foi embora. Logo fiquei observando-a todo o período em que tomava banho e indagando o porquê dela não ter ido embora pela janela. Talvez por gratidão, talvez por medo do que iria encontrar lá fora, não sei, só sei que ela parecia que apreciava minha companhia e por incrível que pareça, levando em consideração o medo que tenho de aranhas, eu apreciava a companhia dela. Logo decidi me secar e me ausentar do banheiro.

- Baby? - Adentrei o quarto já com roupas e pronta para ir. - Tem uma aranha dentro do seu banheiro! - Afirmei convicta e risonha ao avistar ela dormindo enrolada em suas cobertas.

Segui meus passos até sua escrivaninha ao lado da cama, abri a gaveta e tirei um papel e uma caneta, logo deixando um bilhete ao seu lado.

Você faz meu coração sorrir, obrigada por ser você!
- Com amor Day.

Olhei seu corpo dormindo sereno, peguei suas mãos, e sorri, alisei o seu rosto e lhe dei um beijo na testa, abracei com força e carinho, e deixei um beijo em seus lábios. - Obrigada por ser minha! - Disse passando a mão em seus cabelos. - Meu coração pulsa de saudade quando estou longe. - Sorri. - Volto para você amanhã minha garota. - Não sinta minha falta.
Sussurrei em seus ouvidos e logo me ausentei de sua casa. - Eu amo você ,ruiva! - Disse trancando a porta e partindo em direção a minha casa.

A chegada do OutonoOnde histórias criam vida. Descubra agora