Anti-heróina

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Somos falhos e as vezes precisamos assumir algumas culpas.
Faz você se sentir mais verdadeiro consigo mesmo e ter a noção que somos seres humanos imperfeitos.

POV Caroline Biazin .

- Carol. - Ela gritou antes mesmo de conseguir entrar em minha frente, ela gritou antes mesmo de pular na frente de um tiro por mim... Mas ela se ela é o meu infinito, como eu viveria eternamente sem ela?...

Naquele exato segundo eu tentei procurar um refúgio em alguma mentira ou ilusão que me confirmasse que aquilo que estava acontecendo não era verdade, eu procurava algo que me fizesse sentir melhor naquele momento tão ruim. Eu estava totalmente perdida, sem foco, sem chão. O meu peito doía tanto quanto o da mulher atingida em minha frente.
Dayane era minha, a minha menina, a minha criança, a minha mulher, a minha escritora predileta, a minha parceira de dar risada de programas estúpidos que passam de madrugada na TV, a minha namorada sensível que tinha medo de vomitar e de amar demais, assim como eu. A minha melhor amiga pra sentar num banco de praça e falar mal de todo mundo, pra perder um trem na Itália e ainda por cima sentar num chiclete fresco ou pra cuidar do nosso porquinho de pelúcia. Ela era a mulher que encaixava a cabeça nas minhas costas e sabia que tinha nascido a partir dela, ela era a mulher que esperava sofridamente eu voltar mas nunca deixou de me amar mesmo quando eu fui. Todo mundo me falava que eu precisava ser minha, inclusive pra ser dela, mas eu não deixei de olhar para o espelho e ver uma metade de gente, uma metade de sonho, de sexo, de alegria e de futuro. Que se foda a auto-ajuda, que se fodam os livros com homens carecas, que se foda o terceiro olho e que se foda a psicologia: eu sou mesmo a metade dela e que se foda! Se antes mesmo de ela aparecer eu a amava, eu já esperava, eu já sabia que ela existia, como eu posso não a amar infinitamente agora, que ela tem forma, sorriso, coração e nome dentro do meu coração.

- Carol! - Dayane me chamou assim que seu corpo caiu no chão. - Me desculpe por tudo. - Ela disse deixando algumas lágrimas escorrerem pelo rosto. - Eu não quero te deixar agora, mas não posso fazer nada para que isso não aconteça. - Ela afirma passando a mão em meu rosto.

- Poupe suas palavras meu amor! - Falei sentindo o nó se formar em minha garganta. - Nós vamos te tirar daqui ok? - Disse em um tom afirmativo colocando fé em minhas próprias palavras.

- Não se arrisque assim, apenas se proteja e proteja nosso filho. - Ela diz com dificuldade para mim. - Vai embora daqui. Por favor.

- Eu não vou deixar você aqui. - Disse já chorando no momento. - Não posso te deixar aqui assim. - Falei sentindo ela apertar a minha mão.

- Só presta atenção em mim. - Day disse arrogantemente e logo eu o fiz. - Quero que você saia daqui agora, cuide do nosso filho, cuide de tudo que agora será seu. - Ela afirma chorando e se remexendo de dor. - Eu amo você mais que tudo nesse mundo Caroline. Quem eu poderia ser sem esse amor? - Ela sorri passando a mão em minhas bochechas. - Prometa para mim que vai confiar no tempo e que vai ficar bem com tudo isso. Pois eu não quero saber de você chorando. - Ela sorri após terminar a frase - Eu te amo ok? Para sempre vou te amar...

- só me perdoe por perder tempo com tantas bobagens, mas eu fiquei sem direção quando me vi apaixonada por você. - Eu disse já chorando sem parar. - Eu te infinito.

- Obrigada por ser a mulher que eu mais amei... Se eu tivesse milhares de escolhas eu ainda escolheria você meu amor... - Ela disse me tentando me puxar para um beijo. - Só me prometa uma coisa? - Day me questiona em seguida.

- prometo tudo a você!

- Quero que você siga em frente e apenas preste atenção aos mínimos detalhes. Pois essa história ainda não acabou. - Ela disse me entregando um colar de ouro com uma pedra de rubi no pingente. - Cuide do que é seu por direito e não se esqueça que eu te amo... Apenas confie em m... - Ela tentou falar mas não foi possível pois seu último suspiro se deu ali, em meus braços, segurando a minha mão... E eu apenas não podia acreditar que a pessoa que eu mais amava nessa vida acabara de partir naquele exato segundo...

Ainda depois de alguns segundos eu fiquei parada olhando, por alguns segundos menti pra mim mesma - Ela não morreu, ela está aqui, viva dentro de mim. 
Como ela pode fazer isso? Porque ela não me deixou tomar aquele tiro?
Eu também podia me perguntar,
Mas o que seria de mim sem ela ter passado por aqui?
O que deixei quando encontrei coisas das quais não procurei? Que esquina teria virado sem os acidentes de trajetos que me foram feitos nos caminhos que escolhi... aliás, que não escolhi, mas que de alguma forma me escolheram sem que eu pudesse dizer não, mesmo que pudesse dizer o que achasse melhor... Afinal, o que seria de nós se tivéssemos falado o que queríamos? Sinto por ter lhe causado problemas, mas que problemas não teriam sido causados sem os que a causei? A vida é um livro de escolhas das quais não podemos escolher sem que ela escolha primeiro. Porém, apesar de tudo, podemos escolher os pontos como uma forma de recomeço ou de terminar o capítulo e, quem sabe, a história toda. Somos uma parte bem pequena de um universo que também é pequeno perto das mudanças constantes que se tem durante sua vida que, por outro lado, é bem longa e, por assim dizer, infinita perto das escolhas que deixamos pra trás sem que possamos saber das consequências que esse desleixo traz.

- Caroline! - Haylley diz me puxando pelo braço. - Vamos embora daqui agora, ou a gente vai morrer igual a Day! - Haylley grita me trazendo para perto da porta.

- Não.. Eu não posso deixar ela aqui! - Disse tentando ir em direção ao corpo da minha mulher no chão, mas sendo impedida por Haylley que me segurava.

- Deu tudo errado por aqui Carol e se a gente não meter o pé a gente vai morrer... Vamos logo sair daqui... - Ela disse me retirando da casa, depois a gente resolve isso de vingança, vamos nos salvar primeiro.

- Ela morreu Haylley! - Eu gritei assim que tive uma percepção de tudo que acontecia ao meu redor. - Eu sei Carol! Mas não podemos fazer nada sobre isso, porque foi uma escolha dela
Salvar você... - Ela diz me colocando dentro do carro e logo acelerando o mesmo. - Eu não posso fazer nada mais por ela, apenas proteger você, assim como eu prometi a ela! - Ela diz saindo de lá no mesmo segundo.

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Ei gente linda! Como vocês estão?
Bom, vocês estão com bastante raiva de mim? Pois acham que a história acaba aí?

Não é assim que as coisas funcionam em fanfics pessoal... Nunca se precipitem sem
Saber o final de uma história.

Peço a vocês que comentem teorias sobre esse veredito da morte da nossa Dayane. Será que ela realmente morreu? Ou é tudo parte do plano perfeito dela? Comentem para mim o que vocês acham ok? Amo vocês.

Se quiserem me seguir no Instagram para fazer perguntas sobre a fic, e conhecer melhor a autora dessa história louca que vocês conhecem...
@leticiaam_g vão lá me encher o saco e me fazer perguntas, porque amo responder vocês!

A chegada do OutonoOnde histórias criam vida. Descubra agora