Depois Da Visita

10

Escama: Coringa tá vivo!

Magrinho: Puta que pariu nego, o auge.- Neguei com a cabeça.- Quer dinheiro mané? Eu empresto, inventa parada do mano não caraí.

Escama: Tô mentindo então pô.- Jogou uma corrente de prata na mesa.

Sem nem pensar, segurei aquela corrente.

Era a corrente que o desgraçado tinha roubado minha, desde menor.

Magrinho: Ele? Porra....- sabia nem o que dizer, papo reto.- Finalmente tenho minha correta de volta.

Escama: Teu irmão tá vivo e tu tá preocupado com a corrente, caraí? - Confirmei.

Magrinho: Tô gastando, o viadinho tá onde? Tu é amigo do Lucifer pra subir e descer quando quiser?

Escama: Tu não tá botando fé né? - Neguei, rindo nervoso.

Eu queria que isso fosse possível, mas eu vi porra.

O escama me explicou cada pedaço da história, mas eu só conseguia pensar que ele tava vivo.

Tava fudido, mas vivo.

Ele, porra...

Fiquei maluco, querendo botar pra descer aquela porra de presídio.

Mas era longe pra caraí, capaz de eu ir e ficar por lá mesmo por ficar com preguiça de voltar.

Magrinho: Como eu consigo contato?

Escama: Não consegue, nego... pela situação do Coringa, ele só vai ter direito a uma ligação, de no máximo cinco minutos.

Magrinho: Mas tu falou, que disse pra ele que...- Falei boladão.

Escama: Falei da visita e tudo, mas ele tava sem esperança tá ligado? Ali, quando tu fica sem esperança de sair, tu fica louco, nego já se matou por isso. Eu precisava incentivar ele a não desistir.

Magrinho: Ele nunca desistiria, pela família.- Sorri fraco.

Escama: são quase cinco meses já, cinco anos passam rápido também.

Magrinho: Ele já perdeu o nascimento da filho, o que mais ele vai perder? A Luíza? - Falei, começando a surtar.

Eu queria meu irmão, eu precisava daquela praga do meu lado.

Ele tava vivo porra, tava vivo caralho.

Luíza, porra... ela vai ficar felizona!