Capítulo 3

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-Entendi – não anotou nada apenas o encarou – Sabe, eu tenho muitos casos complicados no momento – sincera – mas poderei passar para um dos meus amigos do ramo – pegou um cartão e o entregou – eles com certeza poderão lhe ajudar – levantou-se.

-Mas eu vou pagar – levantou-se junto – eu dediquei anos da minha vida para que isso acontecesse – sincero – Não pode simplesmente recusar.

-Eu posso – assentiu – assim como o estou fazendo – pegou sua bolsa – eu tenho certeza de que meus contatos os ajudarão – retirou-se do ambiente.

Ele bufou levando as mãos a cabeça. Não era possível que depois de quatro anos lutando duro para conseguir contrata-la ela simplesmente recusasse dessa maneira.

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-Como assim recusou? – Mariana berrava com o marido – Ela não pode fazer isso, Alfonso – irritada – Nós vamos pagar o preço que ela estipular – enfurecida.

-Eu disse tudo isso – desolado – Mas explicou que está com muitos casos complicados – bufou – Teremos que arrumar um outro jeito – sentou-se no sofá – Não poderemos contar com ela.

-Isso não vai ficar assim – andava de um lado para o outro – Não mesmo – gritava sozinha – Me dê o cartão dessa mulherzinha – pegou o cartão da mão do esposo – Eu vou dar um jeito nisso – pegou sua bolsa.

-Vai fazer o que? – levantou-se perdendo a paciência – obrigar ela a aceitar o caso?

-Se for necessário sim – o encarou seria – Agora vai ser do meu jeito – colocou o dedo na sua cara – Eu não me meti quando saiu para almoçar com ela. Então, agora você também não se mete – saiu enfurecida.

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-Já lhe disse que não é possível – Maite, secretaria de Anahí, repetia pela milésima vez – Somente com horário marcado.

-Não estou nem aí para horário – continuava berrando – eu necessito falar com essa mulher – irritada – Cadê ela? – fazendo escândalo.

Anahí entrou em seu escritório no mesmo momento, a morena usava uma calça preta colada, saltos altos scarpin na cor bege e uma blusa de alcinhas na cor branca, tinha um óculos escuro no rosto e uma bolsa de marca pendurada em uma das mãos, na outra havia um café expresso.

-Finalmente a senhorita chegou – Maite a olhou desesperada – Estou com probleminhas – apontou para Mariana.

-O que está ocorrendo? – fitou Mariana sem reconhecer a mulher.

-Eu sou Mariana Rodriguez e a senhora conversou com meu marido hoje no horário do almoço – extremamente estressada – Eu preciso falar com você.

-Eu vou chamar os seguranças – Maite pegou o telefone já discando.

-Tudo bem – Anahí disse por fim – Creio que a conversa com essa senhora – apontou para Mariana – será bem rápida – caminhou até sua sala – Acompanhe-me.

-Sente-se – apontou para a cadeira que ficava em frente a sua escrivaninha e sentou-se em sua cadeira em seguida – Eu já disse tudo que podia há seu marido – tirou os óculos escuros – Não entendi o porquê vir até aqui fazer esse escândalo todo.

-Sabe qual o problema? – disse irritada – Meu esposo é bonzinho demais e eu não – sincera – Precisamos da ajuda da Senhora – seria – Não tem como negar isso.

-Não tem como eu pegar todos os casos que me procuram, isso sim – irônica.

-Eu perdi minha filha com quatro meses – desabafou – há quatro anos eu e meu marido esperamos para ter essa chance de lhe contratar – fez uma pausa – é nossa única e última esperança.

-Tenho certeza de que os contatos que lhe passei – ajeitou-se na cadeira – darão conta do serviço.

-Você não tem filhos, né!? – mais afirmou que perguntou – não tem noção do que uma mãe é capaz de fazer por eles e pelo que me parece – resolver ser sincera – não tem ninguém que a ame por ser tão amarga assim – levantou-se.

-Sinto muito em não poder te ajudar – fingiu não ligar para aquilo que a mulher lhe disse.

-Passar bem – saiu dali pisando alto.

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-Por que está me olhando com essa cara? – parou de comer a pizza e encarou a irmã que a olhava perplexa.

-Ucker me contou que recusou o caso do amigo dele – Dulce desabafou – Só queria entender o porquê – confusa.

-Uma proposta nova – terminou de mastigar – Doutor Guilherme quer que participe de um de seus casos.

-Só posso estar de brincadeira com a minha cara – indignada.

-Sabe como ele é respeitado nesse ramo – terminou de tomar seu suco – É uma experiencia e tanto.

-Não entendo nada desse seu ramo – sincera – Mas sei muito bem que ele não lhe deixara trabalhar de verdade, como sempre acontece, e que isso tudo vai terminar na cama dele. É sempre assim.

-Não é bem assim – cerrou os olhos – Somos profissionais apesar de dormirmos juntos – deu de ombros.

-Já disse que não entendo nada – bufou – Mas o caso da criança é tão mais humano – respirou fundo – Quer mesmo trabalhar com esse seu amante e viver nesse joguinho ou quer poder mudar a vida de uma criança e de seus pais?

-Entendo que seja amigo de seu noivo – seria – Mas eu sei o que é melhor para minha vida profissional.

-Está certa – assentiu ainda indignada – Ninguém como você para saber o que é melhor para sua carreira só se lembre que também existe vida fora dela – voltou a comer sua pizza. 

Before you and after you 1ª/2ª TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora