Capítulo 34

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-Tenho vários envelopes para a senhorita – Maite interrompeu o silencio que tinha ficado após ele ter saído dali – São de hospitais e alguns novos casos.

-Me dê aqui – pegou de sua mão – Traga-me um café forte e sem açúcar – ordenou e entrou em sua sala.

Fitou os envelopes e em especial o do Hospital, aquele tratava-se dos exames que Amy tinha feito. Sentou-se logo em seu respectivo lugar e abriu os mesmos sem se importar com que Alfonso iria achar. Nunca que em sua vida profissional faria aquilo sem o consentimento dos pais da menina, porém com Amy era tudo diferente. O carinho que tinha pela menina era imenso e seu coração apertava-se só de imaginar o que poderia sair naqueles exames e não iria esperar autorização de ninguém se tratando dela.

Ao abrir o envelope foi direto nos resultados e seu coração foi esmagado, destruído ao ver que contava no papel. A menina realmente tinha sofrido diversos abusos sexuais conforme o resultado. Os olhos de Anahí encheram de lagrimas no mesmo instante, como aquilo era possível? A menina era muito pequena e já tinha passado por milhões de coisas que ela não fazia nem ideia. Agora, fazia todo sentido esse medo todo que ela sentia de homens e pessoas estranhas.

-Aqui está – Maite entrou na sala após bater na porta – Tudo bem? – espantou-se em ver a chefe chorando coisa que era bem rara.

-Sim – assentiu limpando o rosto – Preciso que arrume contatos para mim – seria – com melhores psicólogos e psiquiatras – tomou um gole do café.

-Sim senhorita – assentiu e foi retirar-se do cômodo, porém parou quando ela lhe chamou novamente.

-Desmarque meus compromissos para o horário de agora – levantou-se pegando sua bolsa e seus óculos escuros – Tenho que resolver uma coisa e fora daqui – seria.

-Mas tem uma reunião importante com o Senhor... – foi interrompida.

-Faça o que mandei – fria – e não questione nada – saiu da sala a deixando sozinha.

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Horas depois...

-Bem que eu estranhei quando disseram que eu tinha visita – sorriu de lado – O que a gostosa quer comigo? – ergueu a sobrancelha debochado.

-Quero que me conte a verdade, Mario – lhe lançou um olhar intimidador – Nossa conversa vai ser para valer – sentiu seu sangue ferver diante daquele monstro.

-E o que? – riu – Por que devo lhe ajudar? – debochou – Vai me fazer uma visitinha intima?

-Respeita-me – ordenou seria – O meu trabalho é sério – sincera – Eu já sei que Amy foi abusada sexualmente e quero que me conte o seu envolvimento com isso.

-Não vou falar nada sem a presença de meu advogado – deu de ombros – Aprendi a ficar de boca fechada – lhe deu uma piscada.

-Colabora comigo – bateu a mão na mesa irritada – Prometo que não vai se arrepender.

-Quero diminuir minha pena – sério – Eu quero sair desse lugar o mais rápido possível – cerrou os dentes – e quero ter uma comprovação que vai realmente fazer isso.

-Eu cumpro minha palavra – seria – Eu posso dar um jeito, mas preciso que me conte de uma vez por todas o que fez com Amy – irritou-se com ele.

-Após me dar uma comprovação eu digo tudo – levantou-se – até mais gostosa – lhe lançou um olhar de desejo e pediu para ser retirado dali.

-----X------

-Preciso que me ajude com isso – repediu inúmeras vezes por telefone – Por favor, Guilherme – suplicou.

-Eu não estou entendendo – sincero – Seu caso com essa garota já se encerrou – confuso – Por que quer se meter onde não é da sua conta?

-Meu caso com ela não acabou – rebateu.

-Você é detetive e já encontrou a menina – tentando raciocinar – já deu todo o atendimento que podia, agora, está na hora dela passar para outros especialistas.

-Não é bem assim – bufou – É diferente.

-Sabe muito bem que nosso trabalho é esse – respirou fundo – Não pode envolver-se dessa maneira com essa menina.

-Eu não estou envolvida com ela – tentou negar para si mesma – Só estou querendo ajudá-la.

-Sinto informar que você já ajudou como podia, como nossa profissão pode – sério – Agora, tenho que desligar – desligou a ligação sem ao menos a deixar falar.

-----X-----

18:00

-Maix puqué? – Amy repetiu fazendo bico.

-Ela está trabalhando meu amor – fez carinho em seus cabelos – Está ocupada nesse momento – tentou explicar – E é nosso dia de ficar juntinhos.

-Juntin noix tes – fez o três com a mão – Pufavur – pediu – Já noti – apontou para a janela mostrando que já estava escurecendo.

-Tudo bem – bufou derrotado – Vou ligar para ela – pegou o celular – e vamos ver o que ela acha.

-Nina falá – pediu para falar com Anahí e viu o pai lhe entregar o celular – Naí? – sorriu ao escutar a voz dela na ligação.

-Oi minha princesa – sorriu ao ouvir a pequena – Está tudo bem? – preocupada pela ligação – Aconteceu alguma coisa?

-Xim – assentiu – Nina saudadi – sincera – Vein ve Nina – pediu – Pufavur.

-Mas minha linda – abriu um enorme sorriso ao saber que ela sentia sua falta – Hoje é seu dia de ficar com seu papai – explicou com calma – lembra que conversamos sobre isso? – a lembrou. 

Before you and after you 1ª/2ª TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora