O que Gabriel sabe

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-Por que você sempre acha que eu vou estragar alguma coisa?! Pai, a Marinette é adulta e eu não sou um criminoso o que lhe faz pensar que você tem o direito de se meter nisso?

-Eu sei muito mais dela do que você. Essa garota não é uma mimada que teve tudo de mão beijada na vida. Ela estudou em escolas públicas enquanto trabalhava na padaria dos pais de finais de semana. Ela ralou para conseguir uma bolsa na ESMOD e continuou ajudando os pais quando podia. Sabe o que ela fez com o primeiro bônus que ganhou na Agreste? Ela tirou férias para ficar na padaria e pagou a primeira viagem de férias para os pais dela, porque eles nunca fecharam a porra do negócio, porque as contas não tiram folga! Ela merece estar livre para conhecer um homem de verdade, um cara que vá dividir com ela as conquistas e os problemas e não qualquer babaca que nunca precisou levantar um dedo na vida, que queira se divertir surrando ela! Merece muito mais do que um suposto "dominador"! Você pode continuar se divertindo com essas garotas dos clubes que frequenta, por mim, foda-se se você só consegue ter prazer com uma mulher com estima tão baixa que aceite apanhar para encontrar um homem que a faça gozar. Mas a Marinette excelente no que faz no trabalho, uma mulher admirável e mais importante para a Agreste do que você. Vou falar mais uma vez, Fique. Longe. Dela.

-Você não tem o direito de supor sobre o que eu faço ou deixo de fazer por conta do que um detetive qualquer tenha lhe dito! Existe uma coisa sobre sexo que se chama consensualidade e tirando a mentirosada Lila, nenhuma parceira minha fez qualquer acusação, independente do que fizemos entre quatro paredes. Cuide da sua vida, Gabriel, que eu vou cuidar da minha!

-Se ela aparecer com hematomas na Agreste amanhã, você pode começar a procurar outro trabalho e melhor procurar um que pague bem, para sustentar esse seu "estilo de vida"! - Claro, não poderia ir para casa antes que ele pusesse a cereja no topo... Oh, quanta merda teve que ouvir!

[...]

Adrien saiu de lá cantando os pneus e voltou para casa. Fazia tempo que não se sentia tão mal pelo que gostava. Não saber sobre o passado da Marinette doeu mais um pouco. Pensava na forma como tinha a abordado no D'Votion... Quando chegou em casa pensou no que deveria dizer quando ligasse para ela, pensou nas coisas que Gabriel tinha revelado a respeito dela que ele não sabia. Aquilo era assunto dela, o pai não tinha o direito de falar, mas aqueles detalhes revelavam uma faceta que ele e desconhecia. Algo que fazia com que ela parecesse realmente uma pessoa melhor, muito menos mesquinha que ele.

Foi até o bar e serviu-se de uísque, queria esquecer as palavras de Gabriel que o atormentavam. "Merece muito mais." "que queira se divertir surrando". Ele subiu para o playroom para guardar as coisas, viu as cordas espalhadas. Pegou o vibrador tirando o preservativo e levando para o banheiro para lavar, depois guardou na gaveta. Não deu nem um tapa nela, nem uma única vez, no dia e na noite anterior! Ela estava nessa por gostar, ele nunca a forçaria! Ela sabia CBT! Ela já tinha batido nele com um açoite! "... Covarde. Pessoalmente, prefiro canalha." O que ele tinha a oferecer a ela? Fora sexo, fora fodas aos finais de semana? Pela primeira vez ele queria algo além do playroom com uma mulher, só com ela! Mas ela dizia que não queria nada! Seria por que ele não tinha, realmente, nada a oferecer para ela? Porque, Gabriel estava certo, não passava de um babaca que nunca teve que fazer nada na vida. Sentia-se pior do que quando descobriu do tipo de coisas que gostava. Ele a tinha chamado de vadia na primeira noite! Ele pegou as cordas e enrolou prendendo a pontas, depois pegou a vasilha e o pincel sujos de chocolate para levar para a cozinha e tirou a roupa de cama para levar para a lavanderia. Gabriel estava certo... ele não tinha nada que acrescentasse a ela, nada que ela quisesse ou algo que pudesse importar. Depois que se livrou da bagunça do playroom, voltou para pegar mais um copo de bebida. Não sabia o que dizer a ela, não queria ligar. Foi para a varanda com a garrafa e o copo e ficou por ali bebendo e vendo as luzes da cidade acender enquanto a claridade do sol sumia no fim da tarde. "Canalha" era isso, não era?

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