A interrupção do enfermeiro "quebrou" a clima tenso entre os dois e Luka acompanhou Kagami e o enfermeiro até a sala de exame de ultrassom.
A médica que faria o exame pediu a Kagami que abaixasse as calças até quase a virilha e com cuidado espalhou o gel na barriga começando o exame em seguida. E poucos instantes depois o som alto "vush, vush, vush" junto com linhas verticais brancas surgiram no monitor do equipamento.
E Kagami sentiu toda a ansiedade, que não sabia que tinha, se esvair como em um passe de mágica ao ouvir aquele som. Luka lhe segurava uma das mãos fazendo movimentos circulares lentos com um dos dedos as costas da mesma com o polegar.
— Bem, o bebê está muito bem. — Disse a médica para aliviar a preocupação
— Melhor do que eu, com certeza! — Kagami falou e Luka riu um pouco.
A médica fez algumas perguntas e, para aliviar um pouco toda ansiedade, disse que pela idade gestacional não era possível saber se era uma menina ou menino com segurança, mas que se fosse dar um palpite, diria que era um menino. Agora já não se ouvia mais o som pela sala, mas eles já sabiam que estava tudo bem. A médica prosseguiu o exame perguntando algumas coisas ou mostrando um ou outro detalhe na tela.
— Você havia dito que sua dor era sete no exame clínico, está na sua ficha. Melhorou com os analgésicos?
— Um pouco.
— O quando você diria que está agora?
— Talvez... três ou quatro?
— Mesmo?!
— Bem, talvez com o tempo, conforme as medicações façam o efeito completo... — Kagami pensava que, talvez, não devesse mais estar sentindo dor.
— Olha... Eu gostaria de sentir dor como você. Vou passar o laudo para a equipe médica, você está com apendicite. É realmente impressionante que não esteja doendo mais! — Mas era o inverso do que Kagami pensava.
Luka e Kagami se olharam. Só conheciam um tratamento para apendicite. Cirurgia. E a médica logo percebeu a preocupação deles.
— Não precisam ficar ansiosos, às vezes, esse tipo de coisa acontece. O bebê está bem, é uma doença comum, vai dar tudo certo.
[...]
Eles estavam no pré-operatório e Kagami já tinha vestido aquela camisolinha "linda" de hospital...
Luka estalava os dedos e ora levantava ora sentava novamente na única cadeira que havia ali. Kagami o conhecia bem, quase três anos? Estava agoniado, aflito. Ela? Não estava tanto. Talvez devesse realmente uma visita a um psiquiatra... Mas ela não estava preocupada, nem por ela, talvez pelo bebê. Se algo ocorresse, se ela... Bem, não deixaria ninguém, o Luka a esqueceria depois de algum tempo e o bebê nunca nasceria. Ela nunca tinha estado em bons termos com o pai e mãe era falecida. Ela vivia assim, deixando as pontas presas. Será que isso era depressão? Nunca quis se matar, mas no momento, não tinha nenhum medo de morrer. Não faria falta a ninguém.
O anestesista e o cirurgião tinham explicado, seria diferente do que normalmente faziam por causa da gestação, mas não muito. a cirurgia seria por laparoscopia, assim seria mais simples a cicatrização e evitaria problemas no lugar dos pontos quando a barriga começasse a crescer. Seriam só três cortes de mais ou menos um centímetro cada ao invés de um corte de uns cinco. Outra coisa era a anestesia, normalmente era feita peridural ou raqui com uma leve sedação, pois, normalmente as pessoas ficavam ansiosas com a cirurgia. Mas todo o anestésico que ela tomasse que não fosse da raqui ou peri o bebê também estaria sob o efeito, então ela dispensou a sedação. Não estava nervosa, preferia que o bebê não fosse sedado. Era estranho, mas talvez estivesse se preocupando mais com ele do que consigo? Não fazia nenhum sentido, mas era isso mesmo...
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Pole Dance
FanfictionTudo começa em um clube noturno quando Marinette e Adrien se encontram por acaso. Porém, ambos trabalham no mesmo local, a empresa Agreste, onde o diretor criativo, Gabriel Agreste é o pai de Adrien. Mas Adrien e Marinette estão habituados com feti...